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Educação Aberta/Netflix

Fonte: Wikiversidade
Infográfico sobre o Netflix

A Netflix foi criada no ano de 1997 por Reed Hastings e Marc Randolph, mas somente em 2011 que chegou ao Brasil. A Netflix é um serviço universal de transmissão de séries, filmes e documentários que podem ser assistidos (caso estejam no catálogo) após a realização de uma assinatura, através de um dispositivo conectado à internet, o que inclui Smart TVs, celulares, tablets, aparelhos de streaming, videogames, decodificadores e computadores.[1] O acesso ao conteúdo é ilimitado, ou seja, você pode assistir quantas horas de programação desejar.

A Netflix oferece um mês gratuito para aqueles que desejam experimentar a plataforma,[2] sendo possível aderir posteriormente a uma das três opções de planos mensais. O plano básico, que custa atualmente R$21,90, permite acesso à transmissão para um usuário por vez, não suporta qualidade HD, somente SD, e permite downloads de determinadas mídias somente em um aparelho.[3][4]

O plano padrão, que custa atualmente R$32,90, suporta qualidade HD, transmite os conteúdos em dois dispositivos simultaneamente (dá para dividir a conta com alguém, se quiser) e permite downloads em dois aparelhos. E o plano premium, que possui o maior custo, de R$45,90 atualmente, têm qualidade HD e Ultra HD, sendo considerado ideal para famílias por permitir quatro transmissões simultâneas, e downloads em quatro dispositivos diferentes.[3][4]

A Netflix tem tido um faturamento quase próximo da emissora Globo, uma das redes de TV brasileira mais lucrativas [citar Canaltech (link correto faltando)]. Portanto, nota-se,que a televisão aberta têm perdido sua audiência com a chegada dessas plataformas, como Netfelix, Amazon Prime, entre outras que seguem a mesma estrutura. A própria emissora também criou uma plataforma chamada Globo Play, portanto, alguns conteúdos ficam disponíveis na TV aberta, porém, algumas séries, novelas e filmes só podem ser assistidas se a pessoa torna-se assinante. O crescimento da Netflix abriu a porta para novas plataformas parecidíssimas com ela surgirem. Com o sucesso obtido pela Netflix acabou surgindo novas plataformas de streaming seguindo a mesma dinâmica,por ser um software fechado, é preciso ser um assinante para conseguir usufruir de tal.

Em abril de 2018, a Netflix contava com 125 milhões de assinantes no mundo todo, 7,41 milhões a mais do que em janeiro do mesmo ano, quando analistas esperavam um crescimento limitado a 6,3 milhões. Desse total, 119 milhões eram pagos e 6 milhões correspondiam a pessoas que estavam em período de teste do serviço, que durante o primeiro mês de uso é gratuito. Dos 125 milhões de assinantes, 68,3 milhões viviam fora dos Estados Unidos, e dos 7,41 milhões novos assinantes, apenas 1,96 milhão viviam no país onde o serviço está baseado.[5]

Cada país tem seu próprio conteúdo. Desta forma, a Netflix possui 247 catálogos (diferentes em grande parte uns dos outros) para atender seus mais de 190 países. Em 2016, por exemplo, o Brasil tinha pouco mais de 3.500 títulos, estando na frente do Canadá e de qualquer país da Europa.[6]

Seus fundadores são: Marc Randolph, cofundador e primeiro CEO da Netflix e Reed Hastings, cofundador e atual CEO da empresa.[7]

Segundo o site oficial da marca, “com a Netflix, você tem acesso ilimitado ao conteúdo, sempre sem comerciais. Aqui você sempre encontra novidades. A cada mês, adicionamos novas séries de TV e filmes”.[8] O trecho destacado, gera indícios de como a empresa estrutura seu modelo de negócios. O acesso sem restrições, a disponibilização contínua de conteúdos e a extinção de comerciais durante a reprodução dos materiais audiovisuais, apesar do teor positivo empregado no discurso da companhia, carrega diversas desvantagens ligadas à privacidade e segurança de dados. Mas antes de elencá-las, é preciso contextualizar o funcionamento dos processos adotados.

A Netflix pode ser considerada uma plataforma, por integrar três dimensões, de ordem computacional, arquitetural e figurativa. O que significa que ela possui uma estrutura que a permite operar em diferentes hardwares e softwares, reconhecendo as ações de usuários e operações de sistemas regidos por algoritmos, condicionando ações de comunicação, interação e comercialização. Essas características apresentadas, permitem que através da plataforma, os dados dos usuários sejam gerenciados pela empresa, sendo armazenados, organizados e redistribuídos.[9]

Desta forma, os dados são coletados a partir das contas disponibilizadas, para que a Netflix tenha uma forma de controle de usuários, por meio do estudo do perfil de cada um.

Porque coleta dados

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A Netflix conhece os perfis de seus clientes e reconhece os dispositivos que usa para se conectar à internet: modelo e marca de televisão, smartphone ou tablet que usa em cada ocasião, navegador de internet e endereço IP de seu terminal. Também sabe as palavras que escreve no buscador do serviço para acessar as séries e os filmes oferecidos quando aciona a busca (e também quando não aciona). Sabe ainda seu histórico de buscas, os produtos que mais gosta, as notas que dá a cada produção e, claro, como paga pelos serviços. Possui um registro do número de horas de conteúdo audiovisual que viu desde a abertura da conta, quantos programas e séries consumiu e quanto pagou.[10]

Em 2015, a companhia tornou pública uma estatística que mostra o momento exato em que os usuários se "engancham" a alguma série. É o chamado "episódio gancho". Ou seja, a partir de poucos dados pessoais, como nome, e-mail e dados para faturamento, somam-se os metadados gerados pela navegação e a gigante do entretenimento é capaz de construir um perfil comercial que define os usuários em diferentes categorias de hábitos de consumo e interesses.[10]

Com o monitoramento de comportamentos e tendências dos usuários da plataforma, em uma constante coleta de dados pessoais, que contribuem para o deciframento de hábitos e mapeamento das ações dos clientes, a empresa sustenta suas tomadas de decisões.[9][11]

Como funciona

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É claro que aquele dinheirinho que pagamos todo mês para a Netflix faz parte da sua receita, mas não banca todas as produções, direitos autorais entre outros gastos, sozinho.[12] A complementação do faturamento, ocorre quando o usuário concorda em se submeter a um ambiente fechado e controlado (visto o cadastro com e-mail e senha), no qual a inscrição implica na inteira concordância dos termos e políticas de uso, impostos pela companhia sem possibilidade de acordo entre usuário e empresa. Caracterizados pela falta de transparência e clareza sobre como, para que e até quando os dados serão utilizados e armazenados, estes termos são frequentemente atualizados, dificultando a compreensão dos clientes e permitindo que a Netflix opere seus lucros através de um banco de dados inesgotável.[9][11]

Hoje, no total, o serviço já tem mais de 104 milhões de assinantes em 190 países, e ainda tem muito para expandir pois ainda não está presente em países como a China. Segundo pesquisas, em 2018, o serviço de streaming lucrava mais do que emissoras nacionais como o SBT.[12]

Marketing indireto

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Esse ponto é muito simples, conhecido como product placement. Se você vê a marca de um produto dentro de uma série, filme, novela, game ou até mesmo no post daquele "digital influencer", pode ter certeza que ela não está lá de graça. Na maioria das vezes, quando é feito da maneira certa, você não repara conscientemente que aquela marca está ali, mas ela tem presença no seu dia a dia e isso é muito relevante para o fortalecimento do branding. Com a Netflix é claro, esse tipo de investimento é feito nas suas séries originais. Essa estratégia também é um dos motivos da companhia investir mais em conteúdos originais, pois além de trazer novos assinantes eles também trazem mais dinheiro para a empresa.[12]

Recomendações algorítmicas

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Algoritmos são um conjunto de comandos (protocolos) que servem de base para um sistema computacional, como a plataforma da Netflix. Eles auxiliam na resolução de problemas, realização de tarefas, reconhecimento e produção de informações.[9]

Com os algoritmos, os rastros digitais produzidos pelos usuários do serviço são mapeados (o que foi assistido, pesquisado e classificado) e cruzados com as informações coletadas de outros clientes que possuem um gosto semelhante, a fim de gerar recomendações cada vez mais precisas. Eles também destacam, excluem ou tornam pouco visíveis as produções presentes no catálogo, para que os usuários não queiram sair da plataforma.[9][11]

Além de indicar conteúdos cada vez mais parecidos, o que contribui para uma homogeneização de pensamento, contrária ao pluralismo e à diversidade de ideias, a Netflix utiliza essas recomendações algorítmicas para interpretar hábitos culturais e consequentemente produzir conteúdos exclusivos.[9]

Os Direitos Autorais

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A Netflix utiliza a tecnologia streaming como uma alternativa ao combate a violações de direitos autorais oriundas da pirataria digital como baixar livros, músicas, filmes, protegidos pelos direitos do autor. Abaixo, considerações retiradas de uma artigo que trata sobre o tema[13].

A Plataforma permite que um usuário, reproduza conteúdos protegidos por direitos autorais na internet, sem a violação desses direitos, devido as informações não serem armazenadas pelo usuário em seu próprio computador, porque são enviadas através da rede de internet em tempo real.

O usuário não pode fazer o download do conteúdo, porque se configura como cópia ilegal, bem como não pode utilizar através de execução pública e nem por fim comercial, mas somente reproduzir os conteúdos para uso pessoal. Diferentemente das plataformas de vídeos dos softwares livres, que permite o acesso, a inclusão e o compartilhamento de forma gratuita, sem ferir os direitos autorais dos autores.

A Netflix possui a licença de uso das obras transmitidas em seu sistema. Essa licença representa uma autorização por parte do autor para que um terceiro se valha da obra, com exclusividade ou não, nos termos da autorização concedida. Ou seja, a licença, nada mais é que uma locação (se onerosa) ou um comodato (se gratuita).

Nos termos de adesão ao serviço Netflix, o serviço inclui todo o conteúdo fornecido pelo serviço da plataforma fechada, é protegido por direitos autorais, segredos comerciais e outras leis e tratados de propriedade intelectual.

As obras disponibilizadas pela Netflix são obras licenciadas, uma espécie de contrato com a produtora por um determinado tempo, podendo variar de acordo com regimentos e leis de cada lugar.

Os assinantes usufruem de conteúdos de alta qualidade, o detentor do direito autoral tem sua propriedade intelectual respeitada e remunerada e a Netflix exibe as obras de uma forma legal e lucrativa.

Libreflix - https://libreflix.org/

Ana Karla de Araújo Costa

Vanessa de Araújo Silva

Yasmin Aparecida da Trindade Pereira

Isabela Ribeiro de Carvalho

Gabriela Cunha Miguel

Amanda Myssandre

Amanda Caroline

Raiane Souza

A Netflix é uma plataforma que se assemelha muito a uma “antiga” loja: a locadora. Mais do que parecer, a empresa atuava como locadora. Sendo um serviço de streaming, substitui a ação de ir a lojas e alugar vídeos de filmes e programas de televisão por alguns dias ou final de semana, a programação anteriormente alugada em lugares físicos e assistida nos aparelhos de vídeo e de DVD por dias na locadora. Agora permite uma nova possibilidade de assistir a essas programações, a assinatura mensal ou anual, que apresenta divisão de gêneros de filmes, séries, documentários assim como os corredores e prateleiras das locadoras faziam, é possível transitar nesse universo apenas com o controle remoto. Diferentemente das lojas, a Netflix consegue criar um perfil para cada usuário da conta paga e de acordo com as informações armazenadas faz sugestões dentro do catálogo, indica onde o título a respeito foi pausado, disponibiliza dublagens e legendas, quais conteúdos o cliente gostaria de assistir ou não. Mas algo interessante de se saber, é que a Netflix ainda possui um sistema de aluguel[14] de títulos físicos que funciona via email e entrega por assinatura e que nesse serviço a quantidade de títulos são até mesmo maiores que as de streaming.

  1. Netflix Supported Devices | Watch Netflix on your phone, TV or favorite device. Disponível em: <https://devices.netflix.com/en/>. Acesso em: 30 out. 2020.
  2. Como funciona a Netflix? Conheça mais sobre a plataforma! Disponível em: <https://www.minhaconexao.com.br/blog/como-funciona-a-netflix/>. Acesso em: 15 jun. 2019.
  3. 3,0 3,1 Netflix: quanto custa e como assinar | Blog Próximo Capítulo. Próximo Capítulo. Disponível em: <https://blogs.correiobraziliense.com.br/proximocapitulo/netflix-como-assinar/>. Acesso em: 15 jun. 2019.
  4. 4,0 4,1 Plans and Pricing. Centro de ajuda. Disponível em: <https://help.netflix.com/pt/node/24926>. Acesso em: 30 out. 2020.
  5. MINAS, Estado de; MINAS, Estado de. Netflix tem mais assinantes que o previsto no primeiro trimestre de 2018. Estado de Minas. Disponível em: <https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2018/04/16/interna_internacional,952119/netflix-tem-mais-assinantes-que-o-previsto-no-primeiro-trimestre-de-20.shtml>. Acesso em: 15 jun. 2019.
  6. História da Netflix | Umbrella Amino Amino. Umbrella Amino | aminoapps.com. Disponível em: <https://aminoapps.com/c/umbrellaacademybrasilpt/page/blog/historia-da-netflix/g2ND_qmi6uPrBo1G2BLK0Pz3kboveVGq4d>. Acesso em: 15 jun. 2019.
  7. Netflix. In: Wikipédia, a enciclopédia livre. [s.l.: s.n.], 2020. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Netflix&oldid=59630528>. Acesso em: 15 jun. 2019.
  8. Netflix: descubra como funciona este serviço. Estudo Prático. Disponível em: <https://www.estudopratico.com.br/netflix-como-funciona/>. Acesso em: 15 jun. 2019.
  9. 9,0 9,1 9,2 9,3 9,4 9,5 ALZAMORA, Geane Carvalho; SALGADO, Tiago Barcelos Pereira; MIRANDA, Emmanuelle C. Dias. Estranhar os algoritmos: Stranger Things e os públicos de Netflix. Revista GEMInIS, v. 8, n. 1, p. 38–59, 2017. Disponível em: <https://www.revistageminis.ufscar.br/index.php/geminis/article/view/280>. Acesso em: 6 nov. 2020.
  10. 10,0 10,1 Tudo que a Netflix sabe sobre você (e por que quer saber tanto). BBC News Brasil, Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-39832577>. Acesso em: 15 jun. 2019.
  11. 11,0 11,1 11,2 Big data: mídia e consumo digital - Le Monde Diplomatique. Disponível em: <https://diplomatique.org.br/big-data-midia-e-consumo-digital/>. Acesso em: 6 nov. 2020.
  12. 12,0 12,1 12,2 Curiosidades: Como a Netflix ganha dinheiro? | Cena RTV. Disponível em: <http://www.rtvdigitalfilms.com.br/blog/curiosidades-como-a-netflix-ganha-dinheiro/>. Acesso em: 15 jun. 2019.
  13. CARDOSO, G. M. F.; CARMO, V. M. do. Os direitos autorais diante da disponibilidade das obras audiovisuais transmitidas pela Netflix. Revista de Direito, Inovação, Propriedade Intelectual e Concorrência, v. 3, n. 1, p. 1–20, 1 jun. 2017. Disponível em: <https://www.indexlaw.org/index.php/revistadipic/article/view/2180>
  14. O que significa Netflix? Veja dez curiosidades sobre o app e a empresa: 3. A empresa ainda aluga DVDs. In: FERREIRA, Gabrielle. O que significa Netflix? Veja dez curiosidades sobre o app e a empresa: Serviço de streaming tem usuários no mundo todo e diversas curiosidades que poucos conhecem. [S. l.], 19 jul. 2019. Disponível em: https://www.techtudo.com.br/listas/2019/07/o-que-significa-netflix-veja-dez-curiosidades-sobre-o-app-e-a-empresa.ghtml. Acesso em: 13 set. 2021.