História Oral - Letícia Barbosa Silva
"Jair Messias Bolsonaro pelo imaginário do povo de Eldorado, no interior de São Paulo: verdade ou mito?"
O presente trabalho faz parte de um conjunto de atividades propostas pelo Professor Paulo Teixeira dentro da disciplina História do Brasil II oferecida no 2o semestre do 2o ano do curso de Ciências Sociais e foi realizado pela aluna do período noturno Leticia Barbosa Silva.
A inspiração para a realização do trabalho veio a partir de um podcast chamado Retrato Falado, disponível no canal de streaming Spotify em que a jornalista se desloca até a cidade de Eldorado, no interior de São Paulo, mais especificamente na região do Vale do Ribeira, para encontrar amigos e familiares de Jair Bolsonaro, agora ex-presidente do Brasil, figura esta tão peculiar que é difícil saber se o que ele diz e o que dizem sobre ele é verdade ou lenda. Foram reunidos aqui fatos já conhecidos e que farão para sempre parte do imaginário brasileiro e fatos considerados inéditos - pelo menos por mim.
Justificando a escolha deste tema específico para a realização da pesquisa, devo dizer que os fatos aqui descritos fazem parte da história do Brasil e permeiam não só o período do último governo mas outros fatos marcantes do período da Ditadura Militar que corresponde ao período que Jair Bolsonaro mantém residência fixa em Eldorado.
Para realizar tal pesquisa foi preparada antecipadamente uma lista com 10 perguntas que deveriam ser respondidas por meio de vídeo chamada ou áudio de whatsapp. No total foram ouvidas 3 pessoas, sendo elas dois homens e uma mulher. O requisito básico para ser entrevistado seria possuir algum vínculo familiar ou afetivo com a cidade de Eldorado, onde o então ex-presidente passara parte de sua infância e juventude.
1. Qual seu nome, profissão, idade e qual sua relação com Eldorado, cidade onde o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro morou e passou sua infância e parte da juventude?
“ M.L.M.S, 46 anos, professor de história.(...) minha relação com Eldorado é desde a infância. Minha mãe é eldoradense, tenho família lá, passei todas as minhas férias lá (...) ficava julho, dezembro, janeiro e fevereiro lá.”
2. Sobre Eldorado: qual a origem deste nome? Tem algo a ver com a extração de ouro ou outros minérios como grafite e nióbio?
“Durante a maior parte da história, Eldorado não se chamou Eldorado. Eldorado se chamava Xiririca. A história é lá pelos anos de 1600 e pouco. O Rio Ribeira era utilizado pelos portugueses como uma entrada pro continente, pro interior e ai eles seguiam o rio Ribeiro atrás de ouro. O nome Xiririca é uma referência ao tupi-guarani e significa rio de água corrente ou águas correntes. O rio Ribeira de Iguape nasce no Paraná, no Parque entre Curitiba e Ponta Grossa. Parque de Vila Velha. (...) Esse rio desagua no mar. Único Rio do Estado de São Paulo que desagua para o mar. Isso se chama drenagem exorréica e se chama Ribeira de Iguape pois desagua em Iguape e os exploradores portugueses entravam pelo rio e iam até Xiririca porque ali perto, o rio deixa de ser navegável, ali forma-se o vale do Ribeira. E de Iguape até Eldorado, o rio era navegável. A partir dali, forma-se o Vale do Ribeira e esse rio fica mais estreito e com correntezas, por isso Xiririca significa água corrente. O som da água corrente. O nome Eldorado só vem em 1947 se altera para Eldorado por causa da extração de ouro. Ao lado tem uma cidade chamada Sete Barras e diz a lenda que na curva do Rio existiam 7 barras de ouro que um padre roubou e a canoa do padre tombou e as barras nunca foram achadas. A cidade de Registro era onde o ouro era registrado.”
3. Você conheceu Bolsonaro e sua família ou conhece alguém que o conhece?
“Todo mundo. Minha mãe conhece ele. Toda minha família conhece. Eldorado é uma cidade pequena. Hoje deve ter em torno de 15 a 20 mil habitantes e a zona rural é muito grande.(...) e todo mundo se conhece. E 40 anos atrás era menor ainda então todo mundo se conhecia. Tanto que na cidade meus parentes não chamam ele de Bolsonaro, falam Jair porque Bolsonaro é a família e Jair é mais um da família.”
4. Você conhece a história envolvendo uma perseguição militar ao guerrilheiro Carlos Lamarca em Eldorado? Já ouviu algo relacionando este ocorrido ao ódio de Bolsonaro à esquerda?
“Eu acho que esse ódio à esquerda de Bolsonaro tem muito a ver com Lamarca porque eu já escutei muita história do Lamarca e minha família toda odeia a esquerda. Toda não mas boa parte dela e esse ódio tem muito a ver com o Lamarca.(...) O Lamarca foi pintado para essa galera de Eldorado como um monstro, como um comunista louco que, um guerrilheiro, que enfim, sempre escutei histórias do Lamarca. Algumas coisas peculiares. O Lamarca, antes de ser Lamarca, foi montar a guerrilha em Eldorado. Ele queria montar uma guerrilha lá e foi pesquisar a região que é muito próxima da cidade de São Paulo, um grande centro, mas era uma região de mata, de floresta, então ele foi disfarçado de estudante de Geologia. Ele chegou na cidade pequena e começou a conversar com as pessoas, a fazer contatos e chegou num primo meu que tem a idade da minha mãe, o T., aquela conversa, papo de estudante, o R. que era um amigo deles lá, minha mãe lembra dessa época e lembra desse estudante lá que frequentava os bailinhos que eles iam, meu primo tinha banda, minha mãe cantava, enfim. E esse cara, estudante de Geologia, ninguém sabia quem era o Lamarca e esse meu primo junto com o Lamarca, contrataram um mateiro e levaram o Lamarca para conhecer as cavernas, cachoeiras que hoje é chamada a trilha do Lamarca. Região da Caverna do Diabo ali que o Lamarca esta assim só pesquisando a região e mais tarde sim estourou e houve um tiroteio, Lamarca invadiu a cidade, não invadiu mas atravessou a cidade com um caminhão e houve um tiroteio com a força pública que era a polícia militar e ali todo mundo ficou sabendo quem era o Lamarca. Pensa assim, era uma cidade pequena e o exército invade a cidade procurando o Lamarca com mais de 2, 3 mil soldados e então imagina o medo que essa população sem informação tinha desse Lamarca e o Bolsonaro era um moleque nessa época e deve ter visto tudo isso e existia um medo muito grande do Lamarca. Existe até outra história interessante que mostra um pouco desse medo, dessa população do Lamarca e diz que quando Lamarca estava na mata teve uma procissão religiosa na cidade. A cidade de Eldorado é uma cidade que o relevo dela, ela está na região do Rio Ribeira de Iguape e tem a parte baixa da cidade e tem um morrão e nesse morro fica a Igreja Matriz e a praça central e ali atrás tem um outro morro que é o morro do cemitério. Então é um grande morro e a procissão subindo a ladeira de manhã e quando a Santa, a Nossa Senhora da Guia, padroeira da cidade apontasse no topo da ladeira ia ter uma queima de fogos. A procissão indo e todo mundo rezando e o Lamarca e o exército na cidade, ocupando. Na verdade a guerrilha do Lamarca, onde ele ficou ali, dá mais ou menos uns 35 km da cidade de Eldorado, o munícipio de Eldorado é muito grande. Toda cidade tem um bêbado. O bêbado. Dizem que o povo rezando e a hora que a Santa apontou, o bêbado junto da procissão e a hora que a santa ia apontar no topo da ladeira ia ter o foguetório. E a hora que começou o foguetório, o bêbado gritou: òia o Lamarca e virou um trupé, uma correria, cada um pra um canto e acabou ficando o Padre brigando com o bêbado. Minha mãe lembra dessa história, que todo mundo correu e acabou a procissão e o povo começou a voltar e viram que não era o Lamarca e que era uma queima de fogos. Então existia um medo muito forte, o Lamarca como um monstro, como um doente, um assassino. A relação do Bolsonaro com esse ódio à esquerda tem sim a ver com o Lamarca porque ele viu todo esse exército entrar ali para perseguir o Lamarca que conseguiu escapar por dentro da cidade. Minha mãe conta que viu, escondida na janela e veio a notícia que ele estava voltando e ele passou por dentro da cidade com o caminhão e ela viu da janela da casa dela. A casa do meu avô era bem de frente para o rio e ela conseguiu olhar pela janela e ela viu o caminhão do Lamarca passando em cima da ponte e conseguindo escapar. Então acho que tem tudo a ver a relação do ódio do Bolsonaro coma esquerda e o Lamarca sim.”
5. Você já visitou as reservas indígenas e ambientais e os quilombos próximos à Eldorado? Algum fato interessante conectando Jair Bolsonaro à estes lugares?
Reservas ambientais sim. Quilombos eu fui no Ivaporunduva mas eu era bem assim, não fiz uma visita, eu passei por ele ali porque minha mãe deu aula lá. Minha mãe deu aula e então eu escutei muita história. Minha mãe ia a cavalo dar aula nesse lugar que é Ivaporunduva, que é um Quilombo que fica muito próximo da Caverna do Diabo e tinha uma escolinha e minha mãe dava aula e então eu lembro de ter ido criança ver o prédio dessa escolinha. Eu tenho muita memória dos meus parentes que é o mesmo discurso do Bolsonaro de raiva dessas reservas indígenas e principalmente raiva desses quilombos. De primo meu falando que isso não era quilombo, era uma cambada que se aproveitava do Estado nesses termos e eu lembro de ouvir isso jovem, já fazendo faculdade de história mas eu lembro de termos de termos como Festa de Setembro, ia ter o desfile da cidade, desfile cívico, escutar parentes meus dizerem assim, olha, até a ‘pretaiada’ do quilombo vai desfilar. Esses caras do quilombo são uns vagabundos, recebem dinheiro do Estado, esses caras do quilombo tem até caminhonete. E sempre usando esses termos a 'pretaiada' do quilombo’. Sempre escutei isso e são falas que eu lembro de criança.(...) a 'pretaiada' do quilombo tem até caminhonete reverbera em coisas que eu escutava e é uma fala de pessoas que estudaram com Bolsonaro, da mesma sala de aula dele, da mesma turma de escola que frequentavam junto. É uma fala recorrente de, não vou falar de todo eldoradense, mas de muita gente ali e Bolsonaro estava no meio disso.
6. Quanto à família Paiva e o fato deles pertencerem à elite de Eldorado e terem protegido Carlos Lamarca enquanto era perseguido pelos militares, você teria algo a dizer?
Era o Jaime de Almeida Paiva, ele era um político, dono de muita terra ali e pai do Rubens Paiva. Então essa questão de ódio com do Bolsonaro com os Paiva é que ele era o cara rico da cidade. O Jaime de Almeida Paiva era um latifundiário, era um dono de terra, era o nome da escola que o Bolsonaro estudava e ai tem aquela história que eu só vi agora com Bolsonaro presidente que a casa do Jaime de Almeida Paiva, eu lembro dessa fazenda, você passava e tinha um casarão, parecia do Brasil colonial e eu escutei mais tarde, agora com Bolsonaro presidente que era a única casa que tinha piscina e a única casa de Eldorado que tinha piscina e eu fui perguntar para minha mãe: ‘Mãe, e essa casa do Jaime de Almeida Paiva, era a única casa que tinha piscina? Você não tinha vontade de nadar lá, não? A senhora já nadou lá?’ E ela disse: ‘não, nunca nadei’. Eldorado tem rio, tem cachoeira mas não tinha uma piscina e então eu acredito que o ódio da esquerda do Bolsonaro é do Lamarca e também do Jaime de Almeida Paiva. Minha mãe sempre falou que o Bolsonaro que ela lembra do Bolsonaro, minha mãe é mais velha um pouco que o Bolsonaro, coisa de sete anos mais velha e ela lembra de um menininho que ia emprestar a rede para pescar do meu avô, que ia com um shortinho velho, sem camisa e descalço. Então não era um cara que tinha grana não e então acho que tinha um pouco de inveja desse Jaime de Almeida Paiva que era esse latifundiário, o cara cheio da grana. Não sei se o ódio dele é apenas dele ter protegido Lamarca, mas antes de Lamarca, mas só aumentou quando o Marcelo Rubens Paiva que é filho do Jaime de Almeida Paiva protegeu o Lamarca.
7. Sabemos que apenas 55% dos eleitores de Eldorado votaram para eleger Jair Bolsonaro. Você considera o ex-presidente popular na cidade? Ele é uma pessoa querida ou não? Você diria que os moradores tem orgulho dele? Como as pessoas reagem às visitas de Bolsonaro à cidade?
Popular na cidade ele é. Mas ser popular não é questão de ser querido ou não. Eu sempre escutei histórias dele. Eu tenho até uma história que meu pai deu um safanão no Bolsonaro. Bateu. O meu pai voltando da escola militar, de férias ou uma coisa assim, meu pai namorava a minha mãe. Meu pai nasceu na Itália, veio pra Assis, morava em Assis e meu avô, daqui de Assis tinha uma empresa de agrimensura, de medir terrenos e foram medir uma estrada em Eldorado e meu pai conheceu a minha mãe e começou a namorar minha mãe. E num baile, Bolsonaro estava neste baile, numa festa e Bolsonaro era afim de uma prima minha, a M. E. e ele tento pegar ela a força, pegou ela no braço e falou assim. Isso minha prima me contou. Que ele queria que ela desse uma volta no Fusca que ele tinha comprado. ‘Você vai andar no meu Fusca. Vem aqui andar no meu Fusca. E a M. E. começou a chorar o meu pai, 'italianão' bravo, foi lá e deu uma coça no Bolsonaro no meio do baile. O orgulho da família. Ele não. Orgulho assim, né? Porque acho que meu pai seria bolsonarista hoje. Mas se ele querido ou não, querido ele não é muito não. Só por parte das pessoas que compactuam com as ideias dele mas tem muita gente que fala que ele nunca fez nada pela cidade. Eu estava na cidade e eu vi. Eu já fui a Eldorado com Bolsonaro lá e eu vi um lance meio de indiferença. Muita gente não gosta dele, não está nem aí que ele está lá. Lógico que tem aqueles papagaios de fica lá em volta ali mas eu estava quando teve a morte da mãe dele e eu percebi o comércio funcionando normal e não senti uma histeria. Se ele viesse para Assis seria uma histeria muito maior. Acho que por ele ter vivido ali, senti uma cidade funcionando normalmente. Acho que era mais uma questão da imprensa, tinha muita imprensa na cidade e senti que as pessoas falavam: ‘Oh o Jair tá aí. Eles falam o Jair taí. Acho que quando ele se tornou presidente houve sim uma maior empolgação na cidade, eu vi vídeos com o pessoal indo lá cumprimentar ele mas viram que ele não fez muita coisa pela cidade não e a família (Bolsonaro) ali tem muito poder, né? Foi ganhando muito poder. É dona de boa parte do comércio. Então existe também um temor por parte de muitas pessoas ali que dependem economicamente da família mas eu senti uma indiferença.”
8. Você ou sua família conhecem alguma história sobre o pai de Bolsonaro ter exercido ilegalmente a profissão de dentista ou ter sido garimpeiro na Serra Pelada?
"Não conheço."
9. Você tem mais alguma história interessante ou que considere relevante e que mereça ser contada sobre a família do ex-presidente?
"Acho que já relatei algumas."
10. Você conseguiria relacionar as histórias que já ouviu sobre o ex-presidente em sua infância em Eldorado com o fato dele ter se tornado um militar intolerante quanto à esquerda, ter sido contrário à pautas de preservação ou defender a ditadura militar e torturadores?
“ Ele se tornou um militar intolerante contra a esquerda e não é por causa de uma coisa só. Ele se torna intolerante sim e acho que pode muito ser porque ele viu o exército ali na cidade e ele entra no exército no auge da Ditadura Militar, certo? só que já tinha a questão do Rubens Paiva. Tinha tudo isso e gera o ódio à esquerda, só que a questão de preservação ambiental que ele é contra, isso eu acho que está enraizado em Eldorado, porque Eldorado, porque o Vale do Ribeira é uma região muito pobre, tá? Sempre foi uma região muito pobre e é uma região que tem uma diversidade, vamos dizer assim, uma região ambiental muito rica. Tem uma riqueza ambiental gigantesca só que sempre foi uma região muito pobre economicamente, que vivia do plantio de banana e então eu sempre ouvi falar que ecologista, que os ecologistas não deixavam trazer o progresso para Eldorado. E outra coisa importante que eu sempre ouvi é que tem ouro na mata. Tal morro ali tem ouro. Dentro dos quilombos tem ouro. Porque os quilombolas tem igreja que tem ouro dentro das paredes, que foi construída por escravos e os escravos escondiam ouro dentro das paredes. Então sempre tem essa relação entre a pobreza dessa região e ser uma região que tem ouro. Então o problema são os ecologistas, esse é o termo que eu falo porque eu escutava, que não deixam derrubar a floresta, não deixam derrubar a mata e a gente é pobre por causa dessa floresta. E esse foi um discurso que sempre ouvi. E que não pode passar uma estrada aqui por causa (...) Essa é uma fala que eu lembro até do meu, ali próximo, de uns primos e tios meus: por causa que descobriram a porcaria de um passarinho lá e só tem esse passarinho aqui no mundo, sabe? Não é! Isso é história, sabe, criando esse tipo de história. A cidade de Eldorado tem enchente. Essa é outra coisa também que pega. Os caras falam: ‘ Temos que construir a barragem para acabar com as enchentes. A barragem não pode ser construída porque vai acabar com essa porcaria da floresta. Então se fizer a barragem, acaba com a floresta. Então muita gente ali tem raiva da floresta falando que a floresta era responsável pela pobreza da cidade, por causa das enchentes, porque não podia fazer a barragem ou porque tem ouro ali dentro da floresta mas não pode derrubar, então essa relação, eu acho que é muito claro essa relação de ódio que ele tem a preservação do meio ambiente, isso está enraizado ali, está enraizado ali e isso é um discurso que eu sempre escutei que Eldorado não se desenvolveu por causa da floresta, por causa da mata. Pois se derrubasse tudo isso e plantasse, a cidade ia ser desenvolvida e ia trazer a indústria e o progresso para cá. Mas por causa que a gente tem a mata aqui, a gente é pobre. Essa é uma questão que eu acho que, eu vejo nas falas, eu vejo ele falando as coisas e eu enxergo tio meu falando, tia minha falando assim eu moleque escutando essas coisas. E eu fui processando essas coisas só mais tarde já fazendo faculdade e hoje eu vejo o Bolsonaro e eu vejo, eu enxergo claramente as mesmas falas no interior da minha família. Não pode derrubar a 1pretaiada1 do quilombo tem ouro ali e não pode derrubar porque a terra é deles e quando eles puderem derrubar a floresta eles vão derrubar e vão pegar aquele ouro. Isso aí eu escutava e isso daí é vivo na minha memória.