Introdução ao Jornalismo Científico/Ética da Ciência/Atividade/Tahnee Valzachi Sugano

Fonte: Wikiversidade

Nome da atividade[editar | editar código-fonte]

Esta tarefa é realizada para cumprimento do módulo 3 do curso de Introdução ao Jornalismo Científico. Tome cuidado de estar logado na Wikiversidade. Se não estiver logado, não será possível verificar o trabalho.

Atividade[editar | editar código-fonte]

Um dos principais desafios da prática do jornalismo científico é entrevistar cientistas sobre seu trabalho, isto porque é ao mesmo tempo necessário introduzir e aprofundar os temas abordados. Nesta tarefa, você deverá entrevistar um pesquisador ou uma pesquisadora sobre Ética da Ciência e sobre questões éticas específicas relacionadas a seu trabalho.

Para a entrevista, é preciso pesquisar de antemão a produção da/do cientista selecionada/a. Procure seu trabalhos em bases de dados de publicações científicas, como o Google Acadêmico, e leia-os antes da conversa.

Prepare então um roteiro de perguntas, pensando-o com base na pauta sobre ética proposta nesta tarefa. Há vários manuais sobre como fazer boas entrevistas, um material que pode ser é útil é Um guia para aprimorar a arte da entrevista, de Natália Mazotte.

É indispensável que o/a entrevistado/a assine e lhe envie um termo de cessão de direitos, tal qual o deste modelo.

A entrevista, em formato de vídeo ou áudio, deve ter no máximo 7 minutos. Uma vez a entrevista realizada, edite o material, por exemplo melhorando o som, inserindo uma vinheta com o título e o nome da pessoa entrevista e cortando trechos desnecessários.

Considere os aspectos técnicos, como iluminação e som, na momento de produção e informe sua fonte que o material será disponibilizado em licença livre. Também é necessário publicar a entrevista transcrita.

A entrevista será disponibilizada no repositório Wikimedia Commons.

== Nome de usuário(a) == Tahnee valzachi Sugano Tahnee Valzachi Sugano

Transcrição[editar | editar código-fonte]

Nesta seção, você deverá publicar a transcrição da entrevista realizada. Esteja logado. Também dê acesso ao termo de cessão de direitos assinado, numa pasta de acesso restrito, mas liberada para o email comunicacao@numec.prp.usp.br

LOC: Fernando Najman é biólogo, mestre em fisiologia humana e doutor pelo programa de bioinformática. Todos os títulos foram obtidos através da Universidade de São Paulo. Atualmente ele estuda a conjectura do cérebro estatístico no cepid neuromat. Tem experiência com a parte experimental, teórica e estatística da neurociência FERNANDO NAJMAN - O NeuroMat é um centro de pesquisa voltado pra área de neuromatmática, que é a interface entre a matemática e a neurociência. O objetivo deste projeto é conseguir desenvolver ferramentas matemáticas que nos permitam obter uma teoria do cérebro. LOC: Eu chamei ele para uma conversa sobre ética na ciência. E pra começar a conversa, vamos falar sobre um assunto polêmico: O que é e o que não é neurociência. FERNANDO NAJMAN: A gente entende muito melhor como um coração funciona do que como o cérebro funciona, como o rim funciona do que como o cérebro funciona, por causa disso, é muito mais fácil a gente pegar um resultado de uma correlação por exemplo de um resultado que diz que certas coisas são prováveis de acontecer junto com outras e confundir com causas. Isso ser usado num segundo momento pra vender uma solução pra problemas que não são solucionados desta forma, ou uma explicação para fenômenos que não estão sendo causados por estas coisas. A neuromatemática, ela é uma interface entre duas áreas de pesquisa mais tradicionalmente desenvolvidas, a neurociência, que é uma área majoritariamente experimental e a matemática, que é uma área que prova teoremas e tenta desenvolver teorias sobre certos fenômenos ou certos conceitos abstratos. LOC: Agora que ficou claro que a neuromatemática é sim uma ciência, vamos entender o processo de coleta de dados e de ética com os pacientes. FERNANDO: O Neuromat não possui um comitê de ética, mas todas as pesquisas feitas aqui passam por um comitê de ética, isso tá ligado com certas razões técnicas. Só certas instituições tem o direito de ter um comitê de ética. Pesquisas que são feitas aqui, são enviadas pra um sistema nacional, existe um sistema nacional, que cuida da ética das pesquisas e eles vão indicar qual comitê de ética essa pesquisa vai ser encaminhada, pra ser avaliada, pra ver se ela vai ser aprovada ou não. LOC: Uma das pesquisas que o Fernando fez foi junto com o Shiro Takashima e o Renato Teodoro Ramos. FERNANDO: Uma das pesquisas com as quais eu trabalhei é relacionado a pacientes que têm transtorno obsessivo compulsivo, comumente chamado de TOC. Nessa pesquisa a gente tava interessado no movimento espontâneo desses pacientes, então nós realizamos uma pesquisa que procurava ver se os sinais eletroencefalográficos da atualização do movimento que havia sido preparado apresentava alguma diferença entre pacientes com TOC e pessoas do grupo controle. LOC: Mas em uma pesquisa que envolve seres humanos, qual a maneira ética de convidar os pacientes? FERNANDO: Então como é que a gente escolheu os participantes desse experimento? A gente começou com os pacientes e nós selecionamos pacientes que tinham um quadro mais avançado, o que eu quero dizer com isso, eram pacientes que já tinham feito tratamento medicamentoso, mas não tinham apresentado uma melhora na qualidade de vida considerada suficiente. Eram muitas vezes pessoas que tinham dificuldade em se inserir no mercado de trabalho, em certas atividades sociais e por isso eles estavam passando por triagens pra tratamentos mais experimentais, tratamentos mais modernos, como por exemplo, cirurgias eletivas. Esses pacientes vinham ao hospital regularmente pra fazer consultas e em algumas consultas, nós ficamos nos ambulatórios e nós conversamos com eles, explicando a possibilidade de participar deste experimento, que tinha uma chance de nos fazer entender melhor a condição deles. Uma forma de deixar claro para os pacientes as limitações dos nossos experimentos é, primeiro, existe um termo de consentimento livre e esclarecido que todos os participantes dos experimentos assinam, que tem um texto pré pronto que explica o que pode se esperar do experimento ou não. A principal forma de se garantir que se tenha uma boa comunicação é ser direto e honesto e falar explicitamente: a pesquisa é uma tentativa de se entender melhor a doença, a gente não tem nesse momento nenhuma expectativa de que o resultado que a gente vai obter agora leve diretamente a um novo tratamento, mas são essas pesquisas que permitem num segundo momento esse tipo de coisa acontecer. LOC: Quando se diz respeito à ética na ciência, será que todos os países tem a mesma visão? FERNANDO: A legislação que diz as recompensas, as remunerações que um paciente ou um participante pode receber ao fazer um experimento são diferentes em diferentes países, em parte porque existem diferentes interpretações do que é ético ou não. Em um país em que as pessoas tem uma renda menor, como no Brasil, existe uma preocupação de que as pessoas se exponham a certas situações que elas não estão verdadeiramente confortáveis, elas não teriam realmente uma capacidade de consentir a participar, porque qualquer quantidade faria uma diferença. Você percebe isso nas legislações, pelo menos pelo que eu sei, os países que têm possibilidade de pagar uma remuneração são em geral países mais ricos. LOC: Por fim, eu perguntei pra ele: Quais são os perigos da pseudociência numa área como a dele? Ou seja, quais são as consequências da falta de método científico e da ética na ciência? FERNANDO: A pseudociência pode trazer vários problemas éticos na área da neurociência por ser uma área muito ligada com a pesquisa clínica. se você utilizar informações de forma indevida, você pode convencer as pessoas a passar por tratamentos que não são eficientes e acabar prejudicando a sua própria saúde, indo contra seus próprios interesses em questão de saúde, não fazendo tratamentos que são de grande ajuda e convencendo as pessoas de que certas pessoas sabem mais do que sabem do que estão falando, o que pode levar as pessoas a entregar dinheiro pra pessoas que não estão fazendo a coisa de boa fé, ou as pessoas a adotar certas práticas que podem criar falsas expectativas de que certas coisas vão acontecer.

Carregamento de entrevista[editar | editar código-fonte]

Para esta etapa, você precisará carregar o áudio ou o vídeo no Wikimedia Commons e publicá-lo aqui na Wikiversidade. Necessariamente o arquivo de vocês deverá estar num formato livre. Os vídeos abaixo servem de instrução para carregar conteúdos no Wikimedia Commons. Esteja logado.

Entrevista sobre ética na ciência com Biólogo e Neuromatemático.

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:ENTREVISTA_FERNANDO_NAJMAN_ETICA_CIENCIA.webm

Referências