Introdução ao Jornalismo Científico/Ética da Ciência/Atividade/sallescarolina

Fonte: Wikiversidade

Nome da atividade[editar | editar código-fonte]

Esta tarefa é realizada para cumprimento do módulo 3 do curso de Introdução ao Jornalismo Científico. Tome cuidado de estar logado na Wikiversidade. Se não estiver logado, não será possível verificar o trabalho.

Atividade[editar | editar código-fonte]

Um dos principais desafios da prática do jornalismo científico é entrevistar cientistas sobre seu trabalho, isto porque é ao mesmo tempo necessário introduzir e aprofundar os temas abordados. Nesta tarefa, você deverá entrevistar um pesquisador ou uma pesquisadora sobre Ética da Ciência e sobre questões éticas específicas relacionadas a seu trabalho.

Para a entrevista, é preciso pesquisar de antemão a produção da/do cientista selecionada/a. Procure seu trabalhos em bases de dados de publicações científicas, como o Google Acadêmico, e leia-os antes da conversa.

Prepare então um roteiro de perguntas, pensando-o com base na pauta sobre ética proposta nesta tarefa. Há vários manuais sobre como fazer boas entrevistas, um material que pode ser é útil é Um guia para aprimorar a arte da entrevista, de Natália Mazotte.

É indispensável que o/a entrevistado/a assine e lhe envie um termo de cessão de direitos, tal qual o deste modelo.

A entrevista, em formato de vídeo ou áudio, deve ter no máximo 7 minutos. Uma vez a entrevista realizada, edite o material, por exemplo melhorando o som, inserindo uma vinheta com o título e o nome da pessoa entrevista e cortando trechos desnecessários.

Considere os aspectos técnicos, como iluminação e som, na momento de produção e informe sua fonte que o material será disponibilizado em licença livre. Também é necessário publicar a entrevista transcrita.

A entrevista será disponibilizada no repositório Wikimedia Commons.

Nome de usuário(a)[editar | editar código-fonte]

sallescarolina

Transcrição[editar | editar código-fonte]

Nesta seção, você deverá publicar a transcrição da entrevista realizada. Esteja logado. Também dê acesso ao termo de cessão de direitos assinado, numa pasta de acesso restrito, mas liberada para o email comunicacao@numec.prp.usp.br

TRANSCRIÇÃO DEENTREVISTA PARA O CURSO DE INTRODUÇÃO AO JORNALISMO CIENTÍFICO (MÓDULO 3) – ÉTICA EM PESQUISA

Jornalista: Carolina Salles Carvalho

Entrevistada: Drª. Alana de Paiva Forneretto Gozzi, terapeuta ocupacional e docente da UFSCar.

Duração: 6’57”


Carolina (jornalista)

Eu “tô” aqui com a Alana de Paiva Nogueira Fornereto Gozzi, docente do curso de Terapia Ocupacional na Universidade Federal de São Carlos. Alana, então, conta para gente como que a pesquisa esteve presente na sua trajetória profissional desde a graduação.

Alana (pesquisadora)

Eu me formei pela USP de Ribeirão Preto. Então, a gente tinha um trabalho de conclusão de curso e eu participei de alguns grupos também de como pesquisadora assistente. No mestrado, eu fui trabalhar, numa prefeitura, num ambulatório de saúde mental. Depois, eu fui trabalhar na gestão estadual de saúde. E, aí, desses espaços, eu acabei tirando as minhas questões de pesquisa, tanto do mestrado quanto do doutorado, o que para mim fazia muito sentido né? Era trazer uma contribuição pela pesquisa, mas de algo que eu tivesse vivenciado de alguma maneira.

Então, no mestrado eu fui analisar, fui pesquisar a atividade de terapeutas ocupacionais inseridas em serviços de saúde mental e, no doutorado, foi uma época que o Ministério da Saúde estava fazendo um investimento muito importante na atenção básica e nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família né? Trabalhando na gestão, a gente foi vendo a dificuldade tanto dos gestores municipais quanto dos trabalhadores para implantar um novo serviço sob uma lógica de trabalho diferente. Foi daí que surgiu a questão do doutorado, né? De implementar um grupo de trabalho que pudesse, a partir da educação permanente em saúde, discutir, refletir e qualificar o trabalho já realizado pelos NASFs implantados na época.

Carolina (jornalista)

Nessa tua trajetória, que questões éticas que você acha que são importantes serem ressaltadas?

Alana (pesquisadora)

Então, existe um processo burocrático que é de você fazer um desenho de pesquisa que respeite, que valorize, né, a pessoa que vai participar. Principalmente respeite e cuide para que ela não seja identificada, para que ela seja preservada e para que o conteúdo dessa fala ou da do conteúdo da entrevista ele, na verdade, corrobore, colabore, é te ajude também com a produção de conhecimento.

Cuidar desses processos é importante, mas além disso, acho que principalmente garantir, né, que como, por exemplo, numa pesquisa-intervenção, essa via é muito de mão dupla, né, porque o trabalhador, ao mesmo tempo que produz conhecimento para uma pesquisa, que ele traz um dado, que vai virar produção de conhecimento, ele também leva para a realidade do trabalho, o que ele aprende nesse processo. Então, ao mesmo tempo se produz conhecimento, você é interfere, positivamente, esperamos né, numa realidade de trabalho.

Mas, essa previsão né, de que você pode sim fazer uma interferência na realidade e que esses cuidados precisam estar ali garantidos, do sigilo, da possibilidade de saída, do voluntário, né, de que essa pessoa quer estar ali, que ela quer produzir conhecimento, ela quer intervir de alguma maneira qualificando o que ela já faz, né.

E esse tipo de desenho de pesquisa, ao meu ver, ele é bem respeitador porque, ao mesmo tempo que você ao mesmo tempo que você gera uma publicação, pode gerar um avanço na barreira do conhecimento, né, você também pode, pode possibilitar que esse trabalhador qualifique o próprio trabalho.

Então, tem uma... esse desenho também, eu acho que ele é bastante interessante quando você pensa em ética, é até do papel da universidade de fato, né, com a produção de conhecimento, que não é um conhecimento que se produz puramente, né, e que às vezes fica fora de acesso para o trabalhador, para os gestores do SUS, né?

Carolina (jornalista)

Um dos pontos que que o curso traz também é que por uma os pesquisadores, enfim, comitês de ética em pesquisa estariam muito pautados num modelo biomédico, muito positivista....

Alana (pesquisadora)

Eu já tive, por exemplo, um parecer de uma pesquisa assim muito crítico nesse sentido. Olha você vai fazer uma intervenção né, mas você está expondo o trabalhador. Como que você vai cuidar disso? Porque se ele fala um aspecto do trabalho né, que não é só dele mas que é da do seu município ou da sua região ou da dessas relações você vai estar expondo esse trabalhador e ele vai poder ser rechaçado no local de trabalho.

E, aí, eu respondi o parecer, depois o projeto foi aprovado, mas, assim, o nível da preocupação também do parecerista me mostrou que, aparentemente, ele estava qualificado para fazer aquela avaliação né? Se um parecerista ou se um comitê que não está acostumado com esse com projetos mais intervencionistas ou que partem da própria realidade, né, é  não dizendo, não criticando, né, a universidade, dizendo que a gente está produzindo conhecimento para o universo, para os papers né, não é isso. Eu acho que quanto mais afim, quanto mais a partir da realidade a gente consegue tirar uma pergunta de pesquisa, mais a gente tende a contribuir, né, com o avanço do conhecimento, com a qualidade de vida, com o que, de fato, é papel da universidade.

O que a gente vê, às vezes, é também uma dificuldade posterior para publicar esses resultados de pesquisa mais intervencionistas porque algumas revistas, elas entendem com uma certa fragilidade metodológica, com uma certa subjetividade né, e aí você acaba caindo em alguns periódicos que, que de fato, valorizam né esse processo aí mais ativo, vamos dizer assim, do sujeito de pesquisa.

Carolina (jornalista)

Que questionamentos, é...como orientadora ou como é... supervisora os alunos trazem?

Alana (pesquisadora)

Uma pesquisa que vai usar dados mais duros, então, dados de fichas preenchidas, dados epidemiológicos, né? E dados de prontuários. Puxa, essa pesquisa precisa passar no comitê de ética? Claro que precisa né? São informações que advém de um sujeito, advém de uma vida. Então isso precisa, né, estar consentido para ser usado na produção de algum conhecimento.

Carregamento de entrevista[editar | editar código-fonte]

Para esta etapa, você precisará carregar o áudio ou o vídeo no Wikimedia Commons e publicá-lo aqui na Wikiversidade. Necessariamente o arquivo de vocês deverá estar num formato livre. Os vídeos abaixo servem de instrução para carregar conteúdos no Wikimedia Commons. Esteja logado.

Entrevista com a pesquisadora Alana Gozzi sobre ética em pesquisa como demanda do Curso de Introdução ao Jornalismo Científico do CEPID NeuroMat/USP.

Referências