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Laboratório de Jornalismo Multimídia/Apresentação/Grupo 11

Fonte: Wikiversidade
  • Identificar a matéria

A reportagem multimídia “Uma emergência esquecida”, foi publicada no Estadão em 6 de novembro de 2016. Com texto produzida por Fabiana Cambricoli e fotos de Gabriela Biló, a matéria retrata o universo das famílias que possuem crianças com microcefalia. Após um ano do decreto de emergência da saúde pública brasileira no quesito de casos de microcefalia, essa realidade é demonstrada por meio de texto com dez parágrafos (cerca de 4 mil toques), infográficos, fotos e hiperlinks que levam o leitor a conhecer a história das crianças em questão (cerca de 10 mil toques e dez fotos).

  • Resumir a pauta

Ao notar que faria um ano desde a nota do Ministério da Saúde sobre a emergência dos casos de microcefalia, a pauta foi baseada em dados de quatro capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Pernambuco. Além disso, a matéria conta com o Ministério da Saúde como fonte e as quatro crianças como personagens: Pérola, Alessandro, Matheus e Laura. Fotos e infográficos contribuem para a multimidialidade e para a verossimilidade da matéria.

  • Descrever a apuração

A apuração de informações para a composição da reportagem foi baseada em fontes do Ministério da Saúde e de pais de crianças nascidas com microcefalia.

O Ministério da Saúde foi consultado por representar um importante setor governamental federal com propriedade para discutir o assunto. A partir dos dados fornecidos, a matéria apresenta informações, como “Pela primeira vez, a epidemia de microcefalia ganha força no Sudeste”. Eduardo Hage, diretor do Departamento das Doenças Transmissíveis do ministério, também foi entrevistado, trazendo para o texto novas estatísticas.

Os familiares, mais especificamente pais e mães de bebês afetados pela enfermidade, também atuaram como fonte, tornando possível para a jornalista analisar as implicações da doença na vida dessas famílias durante o 1º ano de nascimento das crianças.

Assim, percebe-se uma “paralisia estatal” acerca dos tratamentos da microcefalia. As conversas realizadas com os pais revelaram os impasses enfrentados por esses brasileiros, como ausência de assistência médica eficiente, falhas no transporte público para chegar aos centros de reabilitação e falta de medicamentos.

De maneira geral, a reportagem apresenta apuração de alta qualidade, contactando a maior instituição federal de saúde para fornecer estatísticas relevantes. Além disso, é importante ressaltar que foi entrevistado tanto o Ministério da Saúde, responsável por fornecer a assistência adequada, como as pessoas que vivem diariamente com a doença e com os serviços oferecidos pelo governo, podendo avaliar a real eficácia dos mesmo. Ademais, apresenta as diferenças das crianças que recebem acompanhamento particular daquelas que contam apenas com o público. É nítido o aprofundamento no assunto, visto que os jornalistas se deslocaram para outros estados a fim de produzir um vídeo de aproximadamente 12 minutos mostrando detalhadamente os casos dos bebês para complementar a reportagem.

Por fim, nota-se que a apuração e produção da reportagem ocorreram durante um longo período, já que as fotografias presentes e cenas do vídeo datam de maio e outubro de 2016, enquanto a publicação da matéria só foi feita em novembro do mesmo ano.

  • Descrever formatos usados na reportagem

Desde o início do texto são utilizadas fotografias impactantes, que acabam prendendo o leitor simplesmente pelo cenário precário de vida das personagens retratadas. Posteriormente, são levantados, por meio de recursos textuais, dados que mais tarde serão ressignificados em gráficos que ilustram, por exemplo, a maneira veloz com que os quadros de microcefalia cresceram na região sudeste, onde ainda assim concentra-se a maior quantidade de recursos do Brasil.

A segregação social fica ainda mais evidenciada com o auxílio dos recursos de audiovisual. O longo vídeo trazido pela reportagem, denuncia principalmente a dificuldade de acesso à saúde pública e aos devidos tratamentos recomendados aos pacientes atingidos pela epidemia, sobretudo no nordeste.

O caráter interativo da mesma também pode ser observado a partir dos demais infográficos apresentados, que levantam informações muito apuradas, mas ainda assim intuitivas, acerca da microcefalia por meio de diferentes filtragens.  Além disso, durante as narrativas individuais de cada criança, dá-se lume não só a imagens que ilustram a vida dos bebês e de suas famílias, como também a pequenas notícias com assuntos complementares aos que estão sendo abordados, e a mapas dinâmicos e informativos que acabam situando o interlocutor no local em que se passa a história.

  • Analisar formatos usados na reportagem

A reportagem se apropria de uma formatação na qual é possível visualizar diferentes formatos digitais. Imagens, vídeos e gráficos são muito bem utilizados de forma clara, o que faz com que o leitor entenda o assunto mais facilmente.

O primeiro gráfico presente na reportagem mostra o aumento da quantidade de casos de microcefalia na cidade do Rio de Janeiro, a capital já é a segunda com mais casos de microcefalia. O vídeo de doze minutos apresenta o tema e reproduz de uma forma diferente o que foi dito na parte escrita da reportagem. Nele, são mostradas as dificuldades das rotinas das quatro crianças afetadas pela epidemia que tiveram seus doze primeiros meses de vida acompanhados pelo ‘Estado’. São abordadas as dificuldades não somente pelas sequelas da doença, mas também pelas limitações impostas pela falta de assistência médica.

As rotinas dessas crianças são detalhadas em hiperlinks que o leitor é direcionado a ler, e usadas para fazer uma crítica à falta de estrutura médica para a epidemia que estava em estado de urgência no país e foi esquecida.

Por último, para abordar os dados e causar uma reação de espanto no leitor, é colocado um gráfico digital, no qual é possível identificar o número de casos e óbitos confirmados no Brasil. O gráfico também mostra o número de casos da doença em cada cidade e em cada semana que foi descoberto.

  • Descrever a conexão com as redes sociais

O conteúdo apresentado é responsivo, isto é, se adapta a diferentes formatos. Tal fato contribui para que a matéria seja compartilhada com mais frequência nas redes sociais, uma vez que o leitor consegue visualizá-la em smartphones e em computadores.

Além disso, é possível compartilhar a reportagem em diferentes redes sociais. No Instagram, no Facebook ou no Twitter, a matéria é compartilhada por link e com todo o seu conteúdo: texto, imagens, vídeo e hiperlinks.

Já no Youtube, é possível postar somente o vídeo produzido pelas repórteres. Redes sociais relacionadas à fotografia, como Flickr, Pinterest e VSCO, podem aproveitar o conteúdo imagético. Dessa forma, a matéria se adapta a diversas redes e pode ser compartilhada mais vezes e consequentemente, atingir um público mais amplo.

Por fim, o trabalho aprofundado que as jornalistas realizam na vida das crianças e de sua família pode se assemelhar às redes sociais, uma vez que retrata o cotidiano das pessoas que estão em destaque. Os formatos textual e imagético contribuem para a confirmação da análise.

  • Avaliar a reportagem a partir de três fontes

A reportagem produzida pelo O Estado de São Paulo está em consonância com as respostas à pergunta “O que se deve aprender em Jornalismo Multimídia”, em especial as dadas pelos jornalistas Edson Capoano, María Sefidari e Milia Eidmouni.

Edson Capoano menciona a importância de um recurso que foi bastante aproveitado para compor a matéria, a criação de narrativas com sentido através de diferentes suportes, combinados.  A jornalista Fabiana Cambricoli constroi a reportagem se apoiando nos recursos da fotografia e do audiovisual, o que torna a matéria mais acabada e relevante, fazendo do texto puro um material incompleto para a compreensão do contexto.

Já Maria Sefidari aponta para o cuidado com o cidadão dentro das matérias jornalísticas, algo que “Uma emergência esquecida” consegue transpassar. Ao abordar a perspectiva da família dos bebês microcefálicos é possível compreender os desafios e conquistas dos que passam por essa emergência pública, além de estabelecer o papel estatal em garantir a melhor qualidade de vida a todos os envolvidos. Também nos chama atenção a diferença na evolução e facilidade do tratamento dependendo da classe social.

Por fim, a jornalista Milia Eidmouni salienta que o jornalismo cidadão é responsável por achar uma pauta que importa, ao passo que o tema da microcefalia no Brasil foi extremamente repercutido no país na época de seu surto, mas pouco se falou da realidade das vítimas depois da repercussão. Ao retomar o assunto, a reportagem se torna de extrema importância para evidenciar aqueles que tiveram suas vidas permanentemente afetadas por essa realidade.

  • Expor o que cada estudante fez
  • Identificação da matéria e resumo da pauta: Anna Carvalho
  • Descrição da apuração: Bárbara Ferreira de Souza
  • Descrição dos formatos usados na reportagem: Ana Karolina Pestrin
  • Análise dos formatos usados na reportagem: Amanda Henrique
  • Descrição da conexão com as redes sociais: Anna Carvalho
  • Avaliação da reportagem a partir de três fontes: Amanda Franco