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Laboratório de Jornalismo Multimídia/Apresentação/Grupo 12

Fonte: Wikiversidade

Grupo 12: Beatriz Calais, Beatriz Cresciulo, Beatriz Lemos, Bruna Capasso, Caio Tortamano - 2ºJOB

Identificação da matéria

	Trabalho escravo existe? G1 - O portal de notícias da Globo; publicado em 13 de maio de 2014; por Thiago Reis

http://g1.globo.com/economia/trabalho-escravo-2014/platb/

Resumo da pauta

No caso da matéria do G1, “Trabalho escravo existe?”, a pauta foi desenvolvida envolta do que seria uma escravidão contemporânea, “sem corrente e sem senzalas”, como diz o autor, mas seguindo o mesmo conceito de não haver direitos trabalhistas e até a retirada de direitos humanos. A pauta mostra a problemática e quais são os meios de combate vigentes.

Apuração

Ao analisar o processo de apuração feito para a constituição da reportagem “Trabalho escravo existe?”, é possível reparar as etapas em que a matéria foi composta.

O começo da reportagem aponta dados e estatísticas acerca do tema, como por exemplo, quando o autor aponta a pena dada no Código Penal para aquele que reduz à condição análoga à escravidão. E também quando expõe dados do Ministério do Trabalho que mostram os números de resgates prestados aos trabalhadores do tipo. Tudo isso indica uma prévia pesquisa e análise de dados públicos para dar um panorama da situação no Brasil.

Para dar credibilidade, a Comissão Pastoral da Terra, especializada em prestar auxílio aos trabalhadores rurais, foi ouvida pelos jornalistas, e mostraram um dado curioso. Em 2013, o número de libertações no meio urbano foi maior que o do meio rural pela primeira vez na história.

A partir do dado, foram apontados as cidades com maior casos de aliciamento, e São Paulo, a capital, foi a segunda cidade com o maior número de ocorrências.

O dado dialoga com um vídeo de cinco minutos onde quatro trabalhadores que foram resgatados em uma obra de uma escola municipal de São Paulo dão relatos do que passaram durante o tempo que trabalharam lá.

Em relação aos avanços que poderiam ser atingidos em razão de proteger os trabalhadores, a reportagem apurou a situação da chamada PEC do Trabalho Escravo, que desapropria e redefine as funções de propriedades que forem flagradas usando trabalho escravo.

A lei tramitou no Congresso e Thiago Reis mostrou o maior problema no caso, a definição exata do que seria trabalho escravo. Foram apontadas frases de duas senadoras e dois deputados: Kátia Abreu, senadora do MDB, Cláudio Puty, deputado pelo PT, Moreira Mendes, deputado pelo PSD, e Lúcia Vânia, senadora pelo PSDB.

Descrição do formato da reportagem:

A reportagem se inicia com uma imagem de fundo ilustrando o título e o subtítulo, já puxando para uma breve introdução e um curto vídeo sobre o contexto histórico da escravidão no Brasil, e a relação com a questão atual que será mostrada ao longo da matéria.

A partir desse início, a reportagem começa a ser separada por tópicos. O primeiro discorre sobre as libertações de pessoas mantidas como escravas nos dias atuais e, assim como o título, possui uma imagem de fundo para ilustrar o tópico. Seu diferencial é ter uma frase entre aspas dita por um dos entrevistados que teve sua libertação em 2014. Após essa apresentação do assunto, há um texto com menos de 1000 caracteres, complementado por gráficos que suavizam o contexto visual da reportagem.

O segundo tópico, sobre o aliciamento, segue o design e organização do anterior, com imagens de fundo, textos curtos e gráficos. Porém, apresenta um mapa interativo. Com o passar do mouse pelas áreas circuladas no mapa, mostra o número de trabalhadores aliciados nos últimos cinco anos nas dez cidades com maiores índices.

O assunto seguinte é sobre a diferenciação entre o trabalho urbano e o rural. Imagens, relatos de entrevistados e gráficos estão dispostos como a organização textual dita desde o início, mas nesse seguimento, há um vídeo com trechos de entrevistas de trabalhadores resgatados em uma obra em São Paulo.

Já no tópico sobre a PEC do Trabalho Escravo, um hiperlink te direciona ao site do senado para acompanhar o andamento da Emenda Constitucional. Logo abaixo, há a quebra do padrão com um tópico exclusivo para polêmicas acerca do assunto, com frases controversas ditas por figuras políticas expostas com suas fotos ao lado.

Se encaminhando para o fim da matéria, o padrão estético volta, discorrendo sobre um caso de chacina que ocorreu em 2004, com auditores fiscais que denunciavam e investigavam o trabalho escravo. Com um texto introdutório, fotos e um vídeo do caso, a reportagem relaciona novamente o passado com a atualidade, e lança mais um hiperlink para uma matéria do próprio G1 sobre a ocorrência de Blitzes contra o trabalho escravo no Brasil.

 “A lista suja” se apresenta como último tópico, e junto com o texto, entrega outro hiperlink para uma consulta no site do Ministério do Trabalho. Consulta essa que mostra empregadores que possuem seus nomes ligados ao trabalho escravo, uma verdadeira lista suja.

Análise do formato da reportagem:

A reportagem “Trabalho Escravo Existe?” do G1 desenvolvida por Rogério Banquieri e Thiago Bittencourt é uma ilustração clara do que se espera do jornalismo digital. Carregada de hiperlinks, gráficos, fotografias e um mapa interativo, a reportagem utiliza de todos os meios possíveis para tornar a experiência do leitor digital cativante.

No âmbito online não é novidade que textos longos e sem imagens captam cada vez menos a atenção dos leitores, além de apresentar um tempo de permanência na página da reportagem cada vez menor, isso resulta em uma má comunicação com o público. Na reportagem em questão nenhum destes erros foram cometidos.

Há diversos recursos pensados propositalmente para gerar, mesmo que online, um interesse e um sentimento de empatia pelas histórias ali compartilhadas. Contando com textos curtos, imagens em preto e branco que intensificam a seriedade do assunto abordado, os depoimentos em vídeos que trazem de uma forma íntima a dificuldade passada pelos trabalhadores explorados, informações numéricas (como por exemplo o número de trabalhadores já liberados no Brasil, ou o índice de estados com maior recorrência da prática do trabalho escravo) apresentados de formas gráficas, em ilustrações ou pelo mapa interativo o que facilita a assimilação.

Pode-se destacar ainda, o momento em que a reportagem traz à tona o caminho que a PEC do Trabalho Escravo vêm tomando, apresentando didaticamente os fatos em ordem cronológica (em uma espécie de linha do tempo), com um hiperlink direcionando o leitor a verificar em qual etapa a PEC se encontra atualmente. No tópico denominado “Polêmicas” há o cuidado de situar o leitor sobre o que de fato a polêmica da legislação se trata. Além disso, há aspas e imagens de cada senador e deputado envolvido na polêmica, novamente visando a didática da informação veiculada.

Finalmente pode-se concluir que ao analisar cada um dos aspectos presentes na reportagem, nota-se que estão ali para cumprir o papel de facilitar a compreensão do que se está sendo dito, levando em conta a cognição do público leitor da era digital. Notícias formuladas como a em estudo de fato atingem uma comunicação e assimilação mais precisa do que um texto denso de informações, que serão facilmente esquecidas por um cérebro que vive no espaço da web.

Descrição da conexão com as redes sociais

Considerando a multimidialidade da matéria “Trabalho escravo existe?” de 2014, é possível que esta seja compartilhada em redes sociais em diferentes níveis, podendo ter apenas vídeos compartilhados, apenas fotos, apenas texto ou a matéria na íntegra. Todas as formas fazem com que usuários tenham acesso ao conteúdo e consigam adentrar debates e compartilhar, criando novas discussões.

A matéria consegue ser facilmente acessada em qualquer rede social, sem alteração de formatação e sem prejudicar a interatividade presente, com mapa e vídeo.

As imagens presentes podem circular por redes sociais como Facebook, Instagram, sendo acompanhada ou não de um trecho da matéria. Assim como o vídeo que pode, ainda, ser compartilhado também no Youtube.

Apesar de todos os pontos contemplados, pude perceber, ao pesquisar pelo nome da matéria e pelo link em diversas redes, que não é uma matéria muito compartilhada, apesar de sua extrema relevância e propensão a ser divulgada em outros meios que não a canal direto do portal de notícias G1.

Escolha de três fontes que definem o jornalismo digital:

Carlos d’Andréa, professor do Departamento de Comunicação e do PPGCOM/UFMG é também Doutor em Estudos Linguísticos, mestre em Ciência da Informação e graduado em Comunicação Social e Jornalismo pela UFMG, tem grande interesse na área de jornalismo contemporâneo, plataformas digitais, métodos digitais de pesquisa, entre outros, o que o faz ser um grande exemplo de comunicador digital. Já se aprofundou no universo midiático, realizando artigos sobre suas controvérsias que aborda as conexões intermidiáticas entre transmissões audiovisuais e rede social, relacionando esse aspecto a um assunto de muita repercussão, o futebol.  

Pedro Dias Leite atualmente é o editor-executivo do O Globo, formado em Jornalismo pela PUC São Paulo e também é formado pela The London School of Economics and Political Science. Pedro Dias afirma que, além de produzir um bom jornalismo, precisamos estar atentos às questões métricas e o alcance que a reportagem pode vir a ter, levando em conta o meio que a reportagem se encontra. Na comunicação digital, é necessário ter um bom título para que a matéria seja de fácil acesso, além do que, a escrita do impresso paro o digital é completamente diferente, portanto o jornalista precisa estar ciente disto.

Bianca Santana, jornalista, escritora, pesquisadora e professora fez doutorado em Ciência da Informação, na USP, pesquisou sobre memória e escrita de mulheres negras, foi professora da Faculdade Cásper Líbero e da pós-graduação em jornalismo multimídia na Faap. Além disso, colaborou com a área de cultura digital no Ministério da Cultura. Ela afirma que não basta ter uma boa escrita e se adequar ao novo meio de escrita, para o jornalismo digital, é necessário saber manusear os códigos de programação, algoritmos, estatísticas e dados para tornar o trabalho completo.  

Na matéria “Trabalho escravo existe” do G1, vemos pontos importantes da comunicação digital, que torna a matéria completa, acessível e viável de acordo com seu meio. Há infográficos, imagens e nenhum dos texto é extenso e cansativo Diante este exemplo, fica claro a necessidade de aprimorar as técnicas para o jornalismo digital, levando em conta também os ensinamentos destes três grandes nomes acima. O jornalismo tende a se transformar cada vez mais graças a era digital, necessitando que os jornalistas também aceitem esse desafio e inovem a comunicação digital.

O que cada estudante fez para a tarefa:

Todos os integrantes do grupo dividiram as tarefas igualmente, entrando em acordo com o que cada um faria. E todos cumpriram prazo e se ajudaram para responder às questões da melhor forma possível.

Identificação da matéria/ Resumo da pauta: Beatriz Lemos

Apuração: Caio Tortamano

Descrição do formato: Beatriz Calais

Análise do formato: Beatriz Cresciulo

Descrição da conexão das redes sociais: Beatriz Lemos

Escolha de três fontes: Bruna Capasso