Laboratório de Jornalismo Multimídia/Apresentação/Grupo 14

Fonte: Wikiversidade

Reportagem: https://tab.uol.com.br/ceo-periferia#tematico-3

  • Identificar a matéria

A reportagem foi assinada por Giacomo Vicenzo e a direção de arte por Solenn Robic e Marcelo Gerab.Com colaboração de Simone Freire da agência Énois Inteligência Jovem. Publicada em 10 de Setembro de 2018, no portal TAB da Uol.

Conta com um quote retirado de entrevista da jornalista e empresária focada em empreendedorismo nas periferias Monique Evelle.

Entrevista com Alvimar Silva um dos criadores da Ubra (empresa de aplicativo de transporte privado que atua há cerca de um ano e meio na Zona Norte de São Paulo, no bairro periférico da Brasilândia).

Entrevista com Tatiana Lobato, criadora da primeira unidade da Magic Clean Lavanderia, em Osasco, São Paulo.

Entrevista com Agostinho Souza, criador da Godnet Telecom, empresa que possibilitou a chegada da internet na comunidade de Heliópolis, tendo expandido para Guarulhos na grande São Paulo e fazendo atendimentos na na Zona Sul da cidade.

Entrevista com Fernando Marques, técnico e instalador de fibra óptica da empresa Godnet Telecom e Givaldo Moura que é parceiro de Fernando nas instalações.

Conta com infográfico baseado em dados do Fórum Nova Favela Brasileira de 2015.

Entrevista com Aline Silva, filha de Alvimar Silva, que ajuda na administração da Ubra.

Na matéria há depoimento do motorista da Ubra Nelson Cobertino. Entrevista com a Uber sobre seu atendimento restrito em bairros periféricos.

Análise da jornalista computacional e engenheira de dados Jennifer Stark.

Depoimento do diretor-presidente da aceleradora de negócios e projetos sem fins lucrativos, FA.VELA, que atua nas regiões periféricas e nas favelas/comunidades da Grande Belo Horizonte.

Entrevista com doutor em Sociologia do Consumo Fábio Mariano Borges, falando sua visão sobre a temática.

  • Resumir a pauta, em até 300 toques

A reportagem tem como objetivo expor e analisar três iniciativas empreendedoras realizadas em comunidades paulistanas. Serviços básicos outrora negados à população desses distritos foram implantados pelos próprios moradores e hoje são sinônimos de sucesso.

  • Descrever a apuração, em até 2.000 toques

O processo de apuração das informações empregadas no texto final foi realizado a partir das entrevistas com clientes, funcionários e criadores das empresas apresentadas na matéria, como a GodNet Telecom, a Ubra e a Magic Clean Lavanderia. O cliente Bruno Carvalho conta sobre seu primeiro contato com a GodNet. Os funcionários Givaldo Moura e Fernando Marques, da GodNet, e Nelson Cobertinho, da Ubra, puderam contar com propriedade a rotina dentro da empresa. Os CEOs Alvimar Silva e Agostinho Souza, respectivamente criadores do Ubra e da GodNet, foram consultados, pois foram protagonistas de iniciativas empreendedoras dentro das periferias e, consequentemente, convergem diretamente com a pauta, podendo compartilhar alguns dados de suas empresas, suas experiências e objetivos, permitindo o desenvolvimento da reportagem.

As conversas realizadas com os membros dessas empresas contribuiu para que o jornalista Giacomo Vicenzo compreendesse como se deu o início dos respectivos negócios dentro da periferia, as principais dificuldades enfrentadas e como as empresas em questão mudaram a vida dos moradores das áreas mais periféricas da cidade de São Paulo.

Alguns dados foram retirados do Fórum Nova Favela Brasileira (2015), que foi consultado, pois, por ter um contato direto com as pessoas das comunidades e estar inserido dentro da periferia, torna-se uma fonte com propriedade para o desenvolver o tema e levantar os dados de pesquisas feitas com os moradores, dados que permitiram a produção do infográfico presente na reportagem com porcentagens e dados quantitativos.

O levantamento de informações garante que informações relevantes e necessárias estejam presentes no texto. O jornalista foi até o local dos acontecimentos, visitando regiões como a Brasilândia e Heliópolis. Além disso, buscou dados, entrevistou fontes que experienciam o empreendedorismo nas periferias direta e diariamente e realizou pesquisas para desenvolver a reportagem.

  • Descrever formatos usados na reportagem, em até 2.000 toques

Os formatos utilizados são o texto verbal, imagens, hiperlinks, infográfico e vídeos. No texto são apresentadas as informações principais da reportagem, contextualizando e desenvolvendo a matéria, apontando as fontes entrevistadas e seus projetos dentro da periferia. Um primeiro vídeo é utilizado no segundo plano da manchete e da linha-fina, intercalando algumas imagens da atuação das empresas na periferia.

As imagens ilustram as atividades das empresas do texto, a GodNet Telecom e a UBRA. Mostram os trabalhadores dentro das periferias, carregando escadas e operando nas fiações das ruas e casas. Além disso, mostram também a falta de sinal no aplicativo Uber na região de Brasilândia e o funcionamento da UBRA com um de seus funcionários.

Os hiperlinks direcionam o leitor para outros sites, que complementam as informações do texto principal, como o da lavanderia Magic Clean, da empresa GodNet Telecom, uma pesquisa de satisfação e qualidade divulgada pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e para uma reportagem do The Washington Post sobre os algoritmos da Uber nos EUA.

O infográfico informa sobre o perfil dos futuros empreendedores das periferias: a região do país em que mais deseja-se abrir um negócio, dados de quantas pessoas das periferias desejam empreender e quantas delas estão localizadas no Sul do país. Além disso, mostra outras porcentagens relevantes para a reportagem, como o de quantas pessoas consideram o fato de não ter um chefe a maior vantagem de empreender, e quantas daquelas que querem abrir um negócio desejam fazê-lo dentro da comunidade.

O vídeo mostra fragmentos das entrevistas com clientes da GodNet e da UBRA, além de funcionários CEOs das empresas. Traz dados que complementam a reportagem, como a receita bruta mensal da GodNet, o número de assinantes até agosto de 2018 e o número médio de corridas por mês da UBRA. Apresenta também uma explicação acerca das empresas, indicando como elas surgiram, com imagens do dia-a-dia dos trabalhadores.

  • Analisar formatos usados na reportagem, em até 2.000 toques

A reportagem, como visto no tópico anterior, utiliza diversos formatos para expor seu conteúdo. A primeira coisa que se percebe ao acessar a matéria é a maneira como ela é disposta na página, ocupando todo o espaço da tela, com planos de fundo para os textos, vídeos e fotos. Este formato é típico das reportagens especiais do UOL TAB, onde foi publicada, e se aproveita muito melhor das vantagens do digital do que comumente é feito nas páginas principais dos portais de notícia, como próprio UOL. Por conta desta disposição, o texto, que não é curto, acaba parecendo mais enxuto e atraente, por conta do apelo visual da página e das imagens expostas, que se intercalam ao final de cada tópico do texto.

No caso das fotos, apesar de poucas, ilustram bem a página e retratam um pouco do dia a dia dos trabalhadores das empresas Ubra e GodNet Telecom. Elas não são, necessariamente, essenciais para reportagem, já que esta se apoia muito mais na narrativa textual e vídeo para contar a história das personagens. A matéria conta  também com 2 vídeos: um que ilustra a “capa”, ao fundo do título, e outro entrevistando dois dos personagens, Agostinho e Alvimar, e alguns de seus funcionários, revelando um pouco do cotidiano nas empresas, seu crescimento e papel na comunidade. Este também é bem curto, aproximando leitor das personagens.

Além disso, há também um infográfico, ao meio da reportagem, que funciona como uma maneira sucinta de apresentar dados e informações adicionais sobre a relação do morador da favela com o empreendedorismo. Ao invés de simplesmente adicionar essas informações em outro longo parágrafo de texto, estão expostas ao lado de ilustrações, facilitando o entendimento, agilizando a leitura e deixando-a mais agradável ao leitor.

Todos estes são exemplos práticos de como o digital oferece possibilidades muito mais interessantes do que apenas um texto longo noticioso. A multimidialidade da reportagem e organização da página tornam um conteúdo extenso mais fácil de digerir.

  • Descrever a conexão com redes sociais, em até 1.000 toques

Algumas expressões utilizadas por Giacomo Vicenzo em títulos e subtítulos como “da quebrada” e “favela top” são comuns em redes sociais e buscam estreitar relações com o leitor. O método de utilizar gírias também possui como objetivo abranger e entreter os jovens, que representam significativa parcela dos usuários com acesso à internet, mais de 80% desse público (18 a 24 anos) está conectado, segundo levantamento de 2016 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A relação com redes sociais também está presente no conteúdo da reportagem. Um dos projetos visa expandir a banda larga fixa  para regiões esquecidas pelas empresas tradicionais e com isso garantir o acesso à internet por mais pessoas. Outra iniciativa tem como objetivo oferecer aos moradores das comunidades serviços de transporte por aplicativo, comum nos grandes centros mas negado à população de periferia.

  • A partir de três fontes de “O que se deve aprender em Jornalismo Multimídia” avaliar a reportagem, em até 2.000 toques

Tendo como fonte María Sefidari, Milia Eidmouni e Pedro Dias Leite e as respectivas visões sobre o que é necessário aprender em Jornalismo Multimídia, percebe-se de certa forma um “acordo” em relação ao dever jornalístico, a reportagem aborda um tema voltando para o que realmente importa, que no caso são os serviços criados para a periferia, já que muitos não contemplam esse perímetro.

Não é dispensável uma boa pauta, mas também é preciso ter uma apuração intensa, que busque a imparcialidade e também a pluralidade de fontes, como podemos observar na reportagem com os CEO's, especialistas no assunto tratado e as fontes que proporcionam o contraponto.

Talvez o mais importante esteja expresso no que deve ser primordial, que é um jornalismo cidadão, voltado para as causas da população, as pautas que precisam ser discutidas e faladas. O jornalismo que observamos na reportagem tem essa proximidade com a comunicação e a formação contínua trazendo dados recentes, infográficos, trazendo o conhecimento sobre tópicos que abordam as minorias fugindo dos clichês que normalmente são retratados nas reportagens.

  • Expor o que cada estudante fez para a tarefa.

Para a tarefa, dividimos para cada integrante do grupo 2 tópicos. Gabriela Almeida identificou a matéria e avaliou a matéria a partir de “O que se deve aprender em Jornalismo Multimídia”. Gabriela Delgado ficou responsável por descrever a apuração e os formatos usados na reportagem. Diego Gimenes resumiu a pauta e explicou a conexão com as redes sociais. Felipe Luna analisou os formatos utilizados na matéria e escreveu este tópico, expondo a contribuição de cada aluno.