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Laboratório de Jornalismo Multimídia/Apresentação/Grupo 16

Fonte: Wikiversidade

Identificação da matéria - Isa Filardi

Resumo da pauta - Ivana

Descrição da apuração - Isa Filardi e Júlia

Descrição de formatos usados na reportagem - Ivana e João

Análise de formatos usados na reportagem - João e Isa Vieira

Descrição da conexão com redes sociais - Júlia

Avaliação da reportagem a partir de três fontes - Giuliana e Isa Vieira

Exposição do que cada estudante fez para a tarefa


1. Identificação da matéria

A reportagem “A guerra do Brasil” é uma cobertura realizada pelo veículo O Globo, dividida em pequenas matérias, que consiste em mostrar o quão violento e perigoso o Brasil é, e são apresentadas entrevistas, vídeos, gráficos e relatos sobre a violência no país. A primeira matéria chamada “Em 15 anos, Brasil matou uma pessoa a cada 10 minutos” conta casos de assassinatos e compara o índice de mortes do Brasil a de outros países, ratificando o perigo presente em nosso dia a dia. Ela foi escrita pelos jornalistas Gabriel Cariello e Marco Grillo, possui 70 linhas, 5705 toques e 6 gráficos. Após essa matéria, há uma opção chamada “Serviço”, que apresenta uma barra de pesquisa capaz de mostrar a taxa de mortes violentas em todas as cidades brasileiras. O artigo “De ‘cidades-problema’ a ‘cidades-solução’” aborda algumas causas e medidas que poderiam ser adotadas para diminuir a violência no país, foi feito a partir de dados fornecidos pela diretora-executiva do Instituto Igarapé, Ilona Szabó e possui 40 linhas e 3442 toques. Há um vídeo e um texto que explicam ao leitor em que “A guerra do Brasil foi baseada e quais dados obtiveram para produzir a reportagem. Há também uma checagem realizada pelos jornalistas Gabriela Viana, Luís Guilherme Julião e Marlen Couto, que comprovam que o Plano de Segurança do país está bem longe das metas previstas. O texto possui 96 linhas e 6967 toques. Em “Altamira: a cidade mais violenta do Brasil”, a jornalista Danielle Nogueira apresenta, por meio de um texto de 19 linhas e 1569 toques, dados e relatos que comprovam a violência dessa cidade e razões para que ela possua esse título atualmente. A matéria “Capitais e Distrito Federal enfrentam ‘epidemia’ de violência” foi escrita pelos jornalistas Gabriel Cariello e Marco Grillo explica como as cidades grandes se tornaram mais violentas com o passar dos anos. Há um texto de 31 linhas, 2591 toques e 2 infográficos. Em “Governo federal gasta 10 vezes mais com tropas do que com planejamento de segurança”, o jornalista Miguel Caballero explica que há armamento no Brasil, mas não há segurança por falta de planejamento. O texto possui 21 linhas, 1760 toques e 3 gráficos. Há, por fim, entrevistas com Rafael Franzini, representante do Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crimes (UNODC) no Brasil e com Nivio Nascimento, coordenador de unidade no UNODC, que afirmam que armar a população apenas aumentará a violência . E também com Roberto Caldas, Presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH), que defende a educação como principal meio de combater a violência. A reportagem toda tem uma duração de aproximadamente 25 minutos de leitura.

2. Resumo da pauta

A matéria “A guerra do Brasil”, do veículo O Globo, mostra a atual situação do país no que diz respeito à violência. Mapeia os índices de mortes, compara os números a outros países e, sobretudo, tenta entender os motivos que levam a essa realidade, buscando planos efetivos com especialistas.

3. Descrição da apuração Na reportagem a equipe apurou: percentuais de mortes por ano no Brasil em contraste com países em guerra; vítimas de assassinato nos últimos anos; a taxa de mortes violentas em todas as cidades brasileiras; causas da violência urbana e medidas para reverter esse quadro; taxas de homicídio por habitante em Altamira, Rio de Janeiro e São Paulo; a média nacional de homicídios ao ano; a variação percentual das taxas de homicídio no Brasil entre 2001 e 2015, por região; dados sobre crescimento econômico, tráfico de drogas e explosão populacional; experiências do cotidiano de moradores da região; metas criadas pelo ministro da Justiça em 2016; entre outros. Entrevistaram: a diretora executiva do Instituto Igarapé, Ilona Szabó; a merendeira Sonia Fonseca, que teve três filhos assassinados em um curto período de tempo e um rapaz de 17 anos que cometeu três homicídios; pessoas que tiveram parentes mortos; aumento da taxa de homicídios; Leandro, do projeto “Resgatando Vidas”, e internos da casa de recuperação; Robert Kant; especialistas, com e sem passagem por governos, e também ouviu o Ministério da Justiça; Rafael Franzini, representante do Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crimes (UNODC) no Brasil, e Nivio Nascimento, coordenador de unidade no UNODC; e o Presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH), o juiz Roberto Caldas. Fontes: Datasus; o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2017; IBGE; Divisão de Estatística da ONU, Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários; Departamento de Saúde do estado de Nova Iorque; Centro para Controle e Prevenção de Doenças do governo dos Estados Unidos; Instituto Nacional de medicina Legal da Colômbia; Observatório Sírio para os Direitos Humanos, e Global Terrorism Database; Governo Federal para Segurança; o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, de 2014; Ministério da Justiça; a “lista das dez cidades que mais mataram” no Brasil; e a Força Nacional de Segurança.

4. Descrição dos formatos usados na reportagem

A reportagem começa com um minidocumentário com 14 minutos e 23 segundos de duração, todo feito em animação, com narração de Lázaro Ramos, direção executiva de Alan Gripp, produção por Chico Amaral, direção de animação por Alessandro Alvim, roteiro e pesquisa realizados por Gabriel Coriello e Marco Grillo, animação e montagem por Leandro Fonseca e Philip Moraes, ilustração e infografia por Alessandro Alvim e Ivan Luiz e trilha e áudio do Estúdio Plugin SP. O vídeo, todo em tons de vermelho e preto, o que traz uma atmosfera de perigo, violência e alerta à reportagem, mostra muitos dados sobre mortes no Brasil, entre os anos de 2001 e 2015, que são explorados das mais diversas formas.

       	Logo depois do minidocumentário, são apresentadas 11 abas que dividem a reportagem como um todo: quatro matérias, um serviço para consultar a quantidade de mortes ocorridas no município do leitor, um artigo, uma explicação de como é feita a metodologia para obtenção de dados, uma checagem de plano de governo, propostas a partir do documentário e duas entrevistas com especialistas. Todas essas opções estão dispostas em vários ‘quadrados’, com uma fotografia rosada por trás do nome de cada aba.
       	Ao longo das matérias, pode-se perceber a presença de muitos gráficos comparativos e tabelas didáticas (como por exemplo sobre o perfil das vítimas), além de vídeos em algumas delas (sobre propostas possíveis, situação de Altamira, centro de recuperação em Altamira). Há ainda o recurso da consulta online sobre mortes em cada município, que geralmente não é tão usado em matérias mais simples. Na parte sobre a ‘epidemia’ da violência, também são mostrados mapas, com várias cores ilustrando as taxas de homicídios no país entre 2001 e 2015.

5. Análise de formatos usados na reportagem

O minidocumentário tem como principal finalidade expor uma enorme quantidade de dados de maneira rápida, eficiente e interessante para que o público absorva bem todo o conteúdo sem ficar cansado. Se redigidos, os dados do vídeo formariam um texto grande demais, o que tornaria tudo muito maçante. A dinâmica proporcionada pelo documentário e por todos os recursos explorados nele (animações, transições, gráficos) dão uma nova roupagem à exposição de dados. Na matéria “Em 15 anos o Brasil matou uma pessoa a cada dez minutos” utilizam-se dois gráficos para mostrar o aumento de mortes violentas no Brasil entre 2001 e 2015, para comparar esses números com as guerras na Síria, no Iraque e com atentados terroristas do século XXI, para mostrar o ranking dos países com mais mortes violentas em 2014 e para mostrar o perfil comum das vítimas no Brasil. Todos os dados nesta matéria também estão presentes no minidocumentário, e eles dão mais dinâmica e facilidade de compreensão a reportagem. Em “Consulte os dados do seu município” há uma barra de pesquisa para você ver as mortes violentas em seu município durante o período estudado, isso dá uma maior interação com a matéria do que uma tabela, por exemplo. Em “De cidades problemas a cidades solução” há um hiperlink para um guia de políticas públicas (Instinto de Vida) para, quem quiser, ler na íntegra as medidas que podem ser tomadas para resolver o problema com a violência, além de como e por quê. Em “Entenda os dados” são expostos hiperlinks com as fontes de todos os dados expostos no documentário, para quem queira checá-los ou saber mais. Em “Plano do governo federal para a segurança está distante das metas” há gráficos que mostram homicídios dolosos nas capitais e penitenciárias sem bloqueadores de sinal de celular, além de hiperlinks que levam ao blog de onde foram tirados os dados dessa matéria, para maior conhecimento. Entre as reportagens, um vídeo aparece para comentar o minidocumentário, expondo dados e falas de pesquisadores e representantes da área de segurança. Na matéria “Altamira: a vida na cidade mais violenta do Brasil”, há o uso de gráficos, dados e um vídeo narrando falas de moradores e o cotidiano da região. Já na matéria “Capitais e Distrito Federal enfrentam 'epidemia' de violência”, dois mapas são apresentados para comparar os graus e as diferentes ações violentas que ocorrem ao redor do Brasil. O recurso de gráficos, muito usado nas reportagens, volta a aparecer em formas diferentes na matéria “Governo federal gasta dez vezes mais com tropas do que com planejamento de segurança”, onde há a apuração e exposição de dados a respeito de gastos públicos. Nas duas últimas matérias da reportagem, cujo conteúdo é formado por entrevistas na íntegra, há o recurso de destacar algumas citações mais importantes aumentando a fonte e mudando a formatação original da matéria.

6. Descrição da conexão com redes sociais

No canto superior direito da página inicial da reportagem, vemos a opção "Acessar no..." seguida dos logos do Facebook, Twitter e Instagram. Analisando a presença da matéria nas respectivas redes sociais, percebemos: Facebook - ao clicar no logo, somos redirecionados à página do Globo na rede social. mas nem sinal da matéria. Ao pesquisar no buscador, encontramos apenas matérias sobre conflitos recentes. Twitter - acontece o mesmo: ao clicar no logo, somos redirecionados ao perfil do Globo na rede social. onde há publicações recentes e ao pesquisar no buscador, encontramos apenas matérias sobre conflitos recentes. Instagram - ao pesquisar pelo título da matéria, aparecem três publicações com a frase em hashtag, sendo: um teaser da música produzida por rappers sobre a matéria, a pedido da Globo, uma divulgação do documentário animado da matéria e um profissional que colaborou com a matéria agradecendo pela oportunidade. Youtube - aparece o documentário animado de abertura da matéria.


7. Avaliação da reportagem a partir de três fontes

A reportagem “A Guerra do Brasil”, produzida pelo portal O Globo, trata sobre a violência nas principais capitais do país usando de dados e recursos multimídia, como vídeos, infográficos e mapas. O uso destas ferramentas em reportagens pode ser analisado como algo positivo para a práxis jornalística, uma vez que traz mais inovação e integração tanto na leitura quanto no ato de redigir textos informativos. Pensando nisso, é possível analisar os mecanismos multimídia em produtos jornalísticos a partir das opiniões de comunicadores e estudiosos da área sobre o assunto. Na opinião do professor Edson Capuano, existem competências técnicas e informativas ao se fazer uma reportagem. Na matéria, há a mistura desses elementos, proporcionando ao leitor uma experiência interativa e dinâmica. Segundo Capuano, a tendência para o jornalismo nos próximos anos é a de que jornalistas se tornarão curadores de informações, recombinando conteúdos e reforçando a função social da profissão através de matérias que conversam e, acima de tudo, compreendem o que o leitor está apto a receber ao ler uma reportagem. De acordo com a fala de uma das fontes escolhida para essa análise, Pedro Dias Leite, a essencialidade para o êxito de um bom jornalismo trata-se não apenas da perfeição profissional, mas sim do alcance que aquele tipo de pauta pode gerar. Isso decorre de diversas artimanhas que hoje são utilizadas para cativar o público. Na reportagem “A Guerra do Brasil”, produzida pelo O Globo, adventos como vídeo, gráficos, fontes e visões diversas sobre um mesmo tópico trazem múltiplas possibilidades de repercussão. Conteúdo audiovisual e interatividade na matéria são ótimas estratégias para capturar a atenção da geração digital. “(...) (hoje há equipes de vídeo, de redes sociais, de infografia, etc). Isso terá de ser algo tecnicamente dominado por todos, o jornalista terá que cuidar cada vez mais, ele mesmo, de sua produção do início ao fim.”

     	A pauta escolhida para ser abordada na reportagem também carrega extrema importância dentro do jornalismo cidadão. A concordância de Milia Eidmouni só ressalta a fundamentalidade na precisão de “pautar bem, apurar bem, escrever bem”. Fora contornar um tema gritantemente presente no país, A Guerra do Brasil inclui tópicos como checagem, artigos e conteúdo de dados e sua metodologia de obtenção. Ou seja, a pauta importa, para cidade, país e planeta, e sua finalização complementa aquilo que se chama de bom jornalismo.