Laboratório de Jornalismo Multimídia/Apresentação/Grupo 18

Fonte: Wikiversidade
  • Identificar a matéria

A reportagem “O desrespeito como obstáculo” teve publicação realizada em 21/09/2018, pelo Correio Braziliense. Foi redigida por estagiários sob a supervisão de Cida Barbosa.

  • Resumir a pauta

A matéria “O desrespeito como obstáculo”, do Correio Braziliense, relata a dificuldade que pessoas portadoras de algum tipo de deficiência têm para adentrar no mercado de trabalho, já que muitas empresas têm burlado a lei que exige que uma certa porcentagem dos funcionários seja deficiente, prejudicando a inclusão.

  • Descrever a apuração

O veículo de comunicação Correio Braziliense realizou a apuração da pauta sobre as dificuldades encontradas pelos deficientes físicos no mercado de trabalho no Brasil principalmente de duas maneiras: selecionando e entrevistando fontes que tivessem relação com a questão e buscando dados e estatísticas para comprovar as afirmações feitas.

A primeira entrevistada foi a procuradora do Ministério Público do Trabalho do DF, Renata Coelho. A equipe de reportagem conversou com a fonte in loco, naquilo que parecia ser seu escritório de trabalho e gravou um vídeo da entrevista, editada com cortes logo depois. Outro entrevistado relevante foi o chefe da Divisão para Inclusão das Pessoas com Deficiência e Combate à Discriminação do Ministério do Trabalho, João Paulo Reis Ribeiro Teixeira, quem forneceu números sobre o déficit de vagas para pessoas com deficiência (PcDs), baseado em dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais). Também acudiu-se a dois especialistas sobre legislação, que puderam expor seus pontos de vista divergentes sobre as leis de trabalho e cotas aplicadas às PcDs, algo que enriqueceu a matéria ao mostrar variedade de pensamentos. Em se tratando das dificuldades enfrentadas por deficientes físicos, nada melhor que ir atrás de depoimentos de testemunhas que sofrem ou sofreram com essa discriminação. A equipe buscou cadeirantes, cegos, amputados e deficientes auditivos, que relataram suas experiências no mercado de trabalho. Em um caso específico de trabalho informal, a família de músicos gêmeos foi entrevistada. Além disso, outras fontes apuradas foram escritórios de advocacia e o presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos do DF (ABRH-DF).

Finalmente, para a construção do infográfico “Come cotas”, as principais fontes consultadas foram o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Ministério do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho, as quais trouxeram dados e números relativos às PcDs economicamente ativas no Brasil.

  • Descrever formatos usados na reportagem

A matéria segue o formato convencional, sendo iniciada com a manchete “Empresas ignoram obrigatoriedade de contratar pessoas com deficiência” que explicita precisamente a ideia central do texto. O título auxiliar foi utilizado para adicionar uma breve informação sobre o cenário que as PcDs vivem no Brasil. Abaixo, foi colocada uma foto em meio primeiro plano, normal e frontal, da procuradora do MPT-DF (Ministério Público do Trabalho - Distrito Federal) Renata Coelho, que será frequentemente citada ao longo do texto.

No início do corpo da reportagem foi feita uma contextualização cronológica acerca da lei de cotas para pessoas com deficiência, junto com dados numéricos que complementam as informações apresentadas no subtítulo.

Seguidamente é posto uma entrevista opinativa em vídeo concedida pela procuradora do MPT, que possui plena qualificação para falar sobre a pauta em questão. O vídeo foi editado de forma que as perguntas do entrevistador não são exibidas, contudo são facilmente presumíveis a partir da resposta da entrevistada. A entrevista ratifica informações citadas anteriormente e antecipa outras. O enquadramento do vídeo entrevista começa em plano médio e próximo ao segundo minuto ele é ampliado para o primeiro plano.

Depois do vídeo, passagens diretas de outras entrevistas realizadas pelo jornalista compõem o corpo do texto.

A partir do quinto parágrafo a reportagem é subdividida em tópicos e os textos verbal e não verbal dialogam diretamente com tópico em que estiverem localizados. Entre os últimos tópicos o jornalista colocou uma imagem que une ilustração, infográfico, texto verbal e tabela e sintetiza todo conteúdo abordado no decorrer da reportagem.

  • Analisar formatos usados na reportagem

Na matéria “Empresas ignoram obrigatoriedade de contratar pessoas com deficiência”, publicada pelo Correio Braziliense, em setembro de 2018, é fundamental fazer a análise dos formatos utilizados na notícia, pois foram essenciais para a compreensão do grave problema que estava sendo discutido na publicação.

Para isso, é necessário observar a forma como a escrita é conduzida. Ela possui uma sequência de fatos, muito bem guiada pela a autora da matéria, onde aproveita dos números estatísticos para expor a quão problemática é a situação dos deficientes no mercado de trabalho. Em diversas vezes é evidente que a utilização desses dados acaba sendo bem-feita, pois o objetivo principal para a apresentação dos numerais na notícia serve justamente para alertar o leitor da difícil situação que está sendo demonstrada nela.

Além dos números inseridos no texto, outro formato que chama a atenção é a utilização deles em infográficos, que apesar de não serem tão interativos, cumprem bem sua função e demonstram de fato que é necessário ter mais atenção com a problemática abordada.

Outro aspecto que se destacou no texto foi a utilização de personagens apresentados tanto em vídeo quanto em fotografias. Neles é possível perceber que cada indivíduo apresentado na matéria servia como um “conector” de parágrafos. Ou seja, apresentavam-se como um exemplo do tema que seria abordado em cada parte do texto e isso traz a sensação de maior legitimidade ao fato que está sendo contado.

Por fim, com o uso de imagens, vídeos, dados estatísticos e fontes, garantem ao leitor a segurança na informação que está sendo passada a ele. É possível concluir que o texto foi muito bem interligado e conectado pelos formatos citados acima, deixando a leitura mais importante. Talvez o único ponto que faltou para tornar a matéria mais próxima do leitor foi a interatividade, que poderia ter sido melhor explorada nos gráficos e nos efeitos visuais.

  • Descrever a conexão com redes sociais

Além de ter sido publicada no site oficial do Correio Braziliense, veículo responsável pela pauta, apuração e publicação do texto, a matéria também foi postada na página do Facebook do veículo, juntamente com a manchete, linha fina e uma foto da procuradora Renata Coelho, entrevistada na reportagem.

A postagem no Facebook, não apenas possibilitando que mais pessoas recebam a informação de maneira mais rápida (e, infelizmente, superficial), quando clicada pelo usuário, redireciona-o para o site do Correio Braziliense para que o leitor possa ler a matéria na íntegra. Dessa forma, é possível ter acesso a uma pequena parte da informação pela timeline do Facebook, mas ainda assim, receber os detalhes clicando na matéria e indo até o site do veículo.

Procurando o título em outras redes sociais, entretanto, já houve mais dificuldade para encontrar. No Instagram e no Twitter, não foi possível achar a reportagem, nem foto, nem manchete, nem um pequeno preview. Acredito que o Instagram e o Twitter, por serem redes sociais com menos espaço para grandes textos ou postagens mais longas e que merecem maior tempo de leitura, talvez o veículo tenha escolhido não postar a matéria nesses meios. Usuários que utilizam essas plataformas geralmente procuram por publicações mais rápidas, simples e que vão direto ao ponto, diferente da matéria em questão, que propõe análises, dados e entrevistas.

  • Avaliação da reportagem a partir de três fontes de “O que se deve aprender em Jornalismo Multimídia?”

A análise da reportagem pode ser iniciada de acordo com a visão de Pedro Dias Leite sobre o que é importante saber para atuar adequadamente no meio digital. Segundo o jornalista, as funções primordiais do profissional de comunicação continuam inalteradas. A habilidade de pautar e apurar, por exemplo, se mantém absolutamente necessária. No entanto, é exigido do jornalista a capacidade de fazer com que matérias bem produzidas possam atingir o público. Para isso, é preciso entender quais são as melhores estratégias que permitirão que o conteúdo seja bem-sucedido na Internet. Saber como engajar os leitores e distribuir as reportagens são conhecimentos complementares muito importantes. Além disso, há a expectativa de que as redações se tornem menos segmentadas, exigindo que o jornalista possa cumprir um maior número de funções que hoje são atribuídas a outros profissionais. Do ponto de vista do conteúdo, a matéria é bem-feita. Possui uma boa quantidade de fontes com visões diversificadas e utiliza de forma recorrente dados que comprovam a situação dos deficientes físicos no mercado de trabalho. Os números registrados certamente exigem habilidade de lidar com dados e estatísticas.

Já o professor Edson Capoano dá destaque ao uso de determinados recursos nos mais variados suportes. Segundo ele, é importante que o que foi utilizado para enriquecer a produção (vídeos, fotos, gráficos) faça sentido na construção final da narrativa, ou seja, que os recursos sejam aplicados de forma inteligente e complementar. Para isso, é necessário entender como a produção de conteúdo digital é diferente e requer outras percepções. Na produção da matéria, o vídeo tem função complementar ao conteúdo escrito e as fotos dão mais identidade aos personagens.

Ainda de acordo com Milia Edmouni, o jornalismo de boa qualidade precisa se colocar em primeiro plano em relação ao suporte. Segundo a jornalista, durante o processo de produção o conteúdo se torna adequado a determinada plataforma de maneira automática. Para ela, o conteúdo não pode ser refém de um suporte específico. Tendo em vista tal raciocínio, a simples satisfação de determinadas estratégias não garantem por si só um maior efeito social da atividade jornalística.

  • Expor o que cada estudante fez para a tarefa

O resumo da pauta e a descrição da relação da reportagem com as redes sociais foram feitos por Manuela Stelzer.

A descrição da apuração foi feita por Luis Enrique Lo.

A descrição dos formatos utilizados na reportagem foi realizada por Maria Eduarda Baquerizo.

A análise dos formatos utilizados na reportagem foi feita por Lucas Miluzzi.

A avaliação da reportagem a partir de três fontes consultadas foi feita por Maria Carolina de Moura.