Laboratório de Jornalismo Multimídia/Apresentação/Grupo 2

Fonte: Wikiversidade

Trabalho escravo existe?

  1. Identificação da matéria
  • Título: Trabalho escravo existe?
  • Tempo de leitura: com vídeos: 20 min// Sem vídeos: 12 min
  • Veículo de publicação: G1
  • Data de publicação: 13 de Maio de 2014
  • Repórter: Thiago Reis  
  • Fotos: Sérgio Carvalho
  • Vídeos: Alexandre Nascimento
  • Mapa interativo: produzido na plataforma “carto”
  • Infografia: Daniel Roda, Dalton Soares e Elvis Martuchelli
  • Desenvolvedores: Rogério Banquieri e Thiago Bittencourt
  • Edição: Thiago Reis e Gustavo Miller (conteúdo)

            Léo Aragão (infografia)

            Alexandre Nascimento e Rafael Conti (vídeos)

      2. Resumo da pauta

Apesar da abolição do trabalho escravo no Brasil, situações análogas às condições de escravatura ainda são recorrentes. Ameaças de morte, castigos físicos, alojamentos insalubres e longas jornadas de trabalho passam imperceptíveis aos nossos olhos mas ocorrem com uma frequência alarmante, em média, mais de 5 pessoas são libertadas por dia no país.

3. Descrição da apuração

   Para garantir embasamento para a pauta, a matéria apresenta a definição de trabalho análogo ao escravo, presente no Código Penal. Além disso, o caminho da PEC do Trabalho Escravo é apresentado em conjunto com a mudança que trará para o artigo 243 da Constituição.

   O subtítulo “Libertações” fornece infográficos e dados que apontam os estados brasileiros com mais resgates realizados nos últimos cinco anos, o número de pessoas libertadas no país e o total de indenizações pagas após os resgates, desde 1995. Também é encontrado nessa seção o número de trabalhadores libertados por ano e das operações realizadas desde 1995. Todos esses dados foram fornecidos a partir do Ministério do Trabalho.

   Já existe um programa do Ministério do Trabalho, o qual busca acabar com a figura do “gato” e auxiliar na intermediação dos trabalhadores, chamado  Marco Zero, como mostra a parte de “Aliciamento”. Também há um gráfico em que constam as dez cidades com mais trabalhadores aliciados nos últimos cinco anos (2008-2013).

No tópico seguinte, chamado de “Trabalho urbano x rural”, encontram-se dados fornecidos pela Comissão Pastoral da Terra, que auxilia no resgate de pessoas presas ao trabalho escravo. As informações aparecem por meio de gráficos, os quais apontam que houve mais libertações no meio urbano que o do meio rural, além de apresentar os setores em que  pessoas trabalhavam. Também há um vídeo com relatos de quatro homens que foram resgatados em uma obra de uma escola municipal de São Paulo.

O texto apresenta, também, a polêmica sobre a definição do trabalho escravo, usando frases ditas por senadoras e deputados. Na seção seguinte há um vídeo em que o G1 acompanhou a fiscalização de uma carvoaria, mostrando como ocorrem as blitzes. No último tópico é apresentada a função da “lista suja”, a qual é de responsabilidade do Ministério do Trabalho e da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência.

4. Descrever formatos usados na reportagem

   A matéria usa 4 tipos principais de multimídia: fotos, vídeos, infográficos,  hiperlinks e também um mapa interativo. As fotografias de Sérgio Carvalho aparecem iniciando e finalizando a matéria, além de servirem para marcar os subtítulos e estarem presentes no primeiro vídeo da reportagem que consiste em uma série de fotografias e em um resumo da história do trabalho análogo à escravidão desde a abolição da escravatura até os dias de hoje.

   No subtítulo “Libertações” encontramos o primeiro infográfico, que apresenta dados a respeito das missões de resgate realizadas e do número de trabalhadores afetados por elas. Na parte “Aliciamento” encontramos mais um infográfico, com a mesma identidade visual do primeiro, e um mapa mostrando as dez cidades do Brasil com mais trabalhadores aliciados.

Em “Trabalho urbano X rural” vemos mais infográficos, um hiperlink que leva a outra matéria do G1 e também um vídeo de 5:13 com o relato de 4 nordestinos resgatados de condições insalubres de trabalho em São Paulo. Já o subtítulo “PEC do Trabalho Escravo” possui uma pequena linha do tempo sobre o caminho da PEC e um hiperlink que leva ao site do Senado para  aqueles interessado em saber o que aconteceu após da publicação da matéria.

A parte intitulada “polêmica”, apresenta falas de diversos políticos (Kátia Abreu, Cláudio Puty, Moreira Mendes e Lúcia Vânia), representadas entre aspas e colocadas ao lado da foto de seu “dono” dão um maior entendimento ao assunto.

A penúltima divisão é “Os grupos móveis” e mostra 3 gravações de reportagens antigas a respeito da Chacina de Unaí e também um vídeo relatando como ocorrem as blitzes no Brasil. Por último, a “Lista Suja” contém um hiperlink que leva ao site do governo com os nomes de empregadores pegos com trabalho escravo.

A matéria possui no total 8 fotografias, 4 vídeos, 5 infográficos, 4 hiperlinks,1 mapa e 1 série de aspas.  

5. Analisar formatos usados na reportagem

   A questão do trabalho escravo acaba sendo muito distante da maioria das pessoas, por isso um acompanhamento visual torna-se imprescindível na hora de contar essa história. As fotografias mostram o ambiente em que esses trabalhadores vivem e aproximam o leitor da situação, muitas vezes com um enquadramento que mostra apenas detalhes de certas cenas. Algumas observações podem ser feitas em relação a edição das imagens, todas elas estão em preto e branco, o que implica em uma certa dramaticidade que combina com o assunto tratado.

   Já os infográficos tornam a matéria mais interessante e ajudam a chamar a atenção do leitor para dados que o jornalista considera importante, além de conferir certa dinamicidade à matéria e encurtar o texto, os infográficos também dão uma única identidade visual para a reportagem. O mapa interativo é uma boa forma de chamar a atenção para certos dados, assim como os infográficos, e gerar um melhor entendimento espacial-geográfico para quem está lendo a  matéria.

   Os vídeos estão presentes como uma forma de não tornar a leitura tão massante, o texto é pesado e quebrá-lo com vídeos também é uma maneira de encurtá-lo e trazer informações extras que complementam a matéria trazendo informações importantes e ajudando o leitor a mergulhar mais no assunto. O vídeo que traz depoimentos de homens que foram resgatados está ali presente para dar um tom intimista a matéria e individualizar o sofrimento, mostrando pessoas específicas que já passaram por situações de escravidão em vez de apenas números.

   Os hiperlinks apresentam a mesma função, dar continuidade ao texto, expandir a informação apenas para aqueles que desejarem ter um aprofundamento além do que a matéria tem capacidade de fornecer. As falas de políticos servem para dar ideia do que as pessoas pensam a respeito do assunto, elas virem acompanhadas de fotos gera uma identidade visual característica também e tornam o texto mais agradável de ler.

Toda a mídia presente no texto tem um propósito definido, como já foi descrito acima, é importante saber balancear texto e imagem não só para dar dinamicidade à leitura como também para alimentar outros sentidos do leitor e trazer as vítimas da situação de trabalho escravo como indivíduos.

    6. Descrever a conexão em redes sociais

Quando realizada a pesquisa reversa, é possível observar que a reportagem teve um compartilhamento relativamente baixo, especialmente no Facebook, onde foi partilhada apenas por páginas específicas, tal como o portal da InPACTO (Instituto Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo).. A reportagem apareceu com mais frequência nos resultados no Twitter, e em relação à reação do público é possível perceber vestígios de pós-verdade e expressões reacionárias na época da publicação da reportagem (2014). Alguns usuários do Twitter responderam ao tweet original do G1 com frases como “qual a necessidade do governo insistir que tudo é trabalho escravo?”, Apesar de comentarios como esses, também encontramos alguns que reafirmam a importância de denunciar o trabalho escravo.

7. Avaliar a partir de três fontes

Publicada em 2014, a reportagem “Trabalho escravo existe?” do portal de notícias G1, certamente é multimídia. Por possuir, vídeo, gráficos simples e interativos, a história é contada por meio de diferentes mídias.

   Pedro Dias Leite, diretor-executivo do “O Globo”, diz que hoje em dia, o bom jornalismo não basta. É preciso ver a “performance” da matéria em relação, além de ser de fácil acesso nas redes sociais, e por isso, possuir um título que deixe a matéria na primeira página de resultados do Google. Já se passaram quase cinco anos desde a publicação, então hoje, o que aparece na pesquisa são matérias mais recentes sobre o mesmo assunto. No corpo do texto, não existe a opção de compartilhar a matéria automaticamente nas redes sociais, nem no final de cada vídeo. A reportagem é dividida exatamente da maneira como Pedro falou, com cada pessoa responsável por uma parte, Thiago Reis fez a reportagem, Sérgio Carvalho, as fotos e Alexandre Nascimento, os vídeos.

   Por possuir diferentes formatos de mídia, o G1 soube fazer o que o jornalista Edson Capoana espera de um jornalista multimidiático, convergir conteúdo de maneiras diversas. O mais importante é como os vídeos/áudios são um complemento do texto escrito, aprofundam informações que na parte escrita, só foram pinceladas. O primeiro vídeo, por exemplo, começa com um áudio que conta historicamente desde o momento da abolição da escravidão até hoje, enquanto exibe imagens em preto e branco.

   Sim, usar formatos multimídia é tendência, mas com moderação. O jornalista Raju Narisetti chama atenção que não se pode “impor ao leitor uma avalanche de tipos tecnológicos”, ou seja, ao passo de tentar entrar nessa era multimídia, colocar diversos formatos que não agregam nada ao texto, de maneira confusa e fazendo com que se perca a principal função do jornalismo, informar. “Trabalho escravo existe?” usa a multimidialidade de maneira ponderada e certeira, tornando a matéria menos cansativa de ler e mais atraente.  

           8. Participação no trabalho

Bárbara Cristina - tópico 6

Beatriz Biasoto - tópicos 4 e 5

Beatriz Cavallin - tópicos 1, 2 e 4

Beatriz Cristina - tópico 3

Beatriz Salvia - tópicos 7 e 8