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Latim/Índice/Lição 3/Apêndice

Fonte: Wikiversidade



Em primeiro lugar, apresentemos as duas novas declinações. Sobre as vogais temáticas, já dissemos que à primeira corresponde o a e à segunda o o. À terceira pode corresponder um i, que aparece no genitivo plural de palavras como gens. A quarta é a declinação em u, e a quinta, em e.

Nenhuma das duas declinações que apareceram pela primeira vez nesta lição contém muitas palavras. A quarta, além de nomes masculinos como exercitus, possui femininos também terminados em -us, e uns poucos neutros terminados em -u; na quinta, há apenas duas palavras que os textos remanescentes do latim antigo apresentam em todos os casos, res e dies (dia). As demais palavras são todas femininas. No geral, esta declinação foi absorvida pela primeira ou pela terceira; a quarta, pela similaridade, foi absorvida pela segunda.

Além das duas novas declinações, vimos nosso terceiro caso, o genitivo. Como os demais, ele tem uma marca própria.

Podemos dizer que o nominativo possui duas marcas: um s no singular (Romanus, urbs, exercitus, res), ausente na primeira, nas palavras da segunda terminadas em -R e em algumas terminações da terceira (Cicero). No plural, sua marca é i nas duas primeiras, e novamente s nas demais; na primeira, o ai tornou-se ae, como já vimos.

O acusativo tem as marcas mais constantes: m no singular e s no plural. Cabe acrescentar que, à exceção da terceira declinação, em que o E da terminação (milites) é apenas uma vogal de ligação, a vogal que antecede o S no plural é sempre longa: puellās, uirōs, exercitūs, rēs.

O genitivo também apresenta marcas. Um i se acrescenta à vogal temática da primeira e da quinta, e faz sumir a da segunda: puellae, uiri, rei; as outras duas seguem o genitivo em s, presente no grego (aretês, andros) e nas línguas germânicas (alemão des Mannes, inglês man's). A marca do genitivo plural é notavelmente constante: um -VM, com ū longo. Aliás, isto corresponde ao genitivo plural grego em -ôn (tôn basileôn). Porém, apenas em nomes da terceira sem vogal temática esta terminação aparece sozinha: militum.

A vogal apropriada aparece nos demais nomes da terceira, bem como nos da quarta: omnium exercitŭum. Nas demais, entre a vogal temática e o ū vem um R: incolarum, bellorum, rerum.

Sintetizando:

Caso e número Primeira   Segunda   Terceira   Quarta   Quinta  
Nominativo singular   littera liber urbs exercitus res
  plural   litterae libri urbes exercitus res
Acusativo singular   litteram librum urbem exercitum rem
  plural   litteras libros urbem exercitus res
Genitivo singular   litterae libri urbis exercitus rei
  plural litterarum librorum urbium exercituum rerum

Em primeiro lugar, ampliemos nossa tabela de verbos irregulares com os dois que aparecem nesta lição:

 ser  ir  levar  querer
1a. sing.    sum  eo  FERO  VOLO
2a. sing.    es  is  FERS  VIS
3a. sing.    est  it  FERT  VVLT
1a. pl.    sumus  imus  FERIMVS   VOLVMVS 
2a. pl.    estis  itis  FERTIS  VVLTIS
3a. pl.    sunt  eunt  FERVNT  VOLVNT

Além desses irregulares, aprendemos nesta lição uma nova forma verbal, o infinitivo. Assim como, no indicativo, a forma que você já conhece é o presente ativo, também as formas vistas ("ferre") são do infinitivo presente ativo. Há infinitivos em três tempos e nas duas vozes; mas isso será visto adiante.

O que é importante sobre nosso infinitivo presente ativo é que nele a vogal temática das conjugações aparece com uma clareza cristalina. A terminação comum de todos estes infinitivos é -RE; antes dela, porém, vem sempre a tal vogal. Acompanhe no quadro abaixo:

1a. conjugação 2a. conjugação 3a. conjugação 4a. conjugação Irregulares
amāre
cogitāre
habēre
uidēre
capĕre
ducĕre
facĕre
legĕre
eo: ire

fero: ferre
sum: esse
uolo: uelle

Aqui, ao contrário do presente, verbos como capio e facio seguem a terceira declinação. O infinitivo pode ajudar a marcar a diferença entre a segunda e a terceira, que têm ambas um E como vogal temática.

Na segunda, o E longo, na penúltima sílaba, é tônico. Em outras palavras: pronuncia-se "habêre", "uidêre" (não se esqueça de que o H é aspirado, e que o E no final da palavra não tem som de I como em português).

Por outro lado, o E breve na penúltima sílaba na terceira conjugação faz com que a sílaba tônica seja a antepenúltima. Ou seja: temos "cápere", "dúcere", "fácere", "légere" (muita atenção! C e G são sempre sons velares, isto é, soam como na palavra córrego em português. Nunca como em cinza ou gente).

Nos irregulares, as letras dobradas apenas são pronunciadas com maior duração: "fér-re", "és-se", "uél-le". O rr nunca tem o som, por exemplo, do português carro.