Leitura e Produção de Textos/Informatividade & clareza

Fonte: Wikiversidade
Olá, estudante!

Nesta quinta aula, vamos trabalhar dois conceitos importantes para a escrita de textos: a informatividade e a clareza. A informatividade é um dos fatores de textualidade, ela versa sobre a nossa capacidade cognitiva de processamento de textos e postula que existem algumas formas de comunicação que processamos com maior ou menor facilidade. A ideia é que verifiquemos essa noção de informatividade e saibamos aplicá-la ao redigir textos. A clareza é a qualidade que o texto bem escrito sempre deve ter, permite uma leitura fluida em que a comunicação seja o principal ponto. Verificaremos alguns exemplos de textos, e perceberemos que quando um certo texto está emoldurado, ou seja, quando sabemos em que situação foi escrito e para que público-alvo, essas informações permitem que a nossa interpretação e compreensão do texto sejam mais automáticas. Enquanto outros textos que circulam em outros meios para outros públicos podem ter uma compreensão mais dificultosa. Entenderemos o grau ideal de informatividade que devemos utilizar para a compreensão de nossos textos.

Habilidades e Competências

Ao final desta aula, você deve ser capaz de:

  • compreender os mecanismos textuais responsáveis pela clareza e objetividade de textos;
  • verificar o grau de informatividade em textos diversos;
  • reconhecer os elementos que impedem a clareza na comunicação.



Desafio: Há alguns textos em nossa vida cotidiana que são assimilados praticamente de forma automática. Ou seja, são textos que não demandam nossa atenção e o exercício de funções cognitivas complexas para que interpretemos seu sentido. Esse tipo de escrita é fundamental para a vida em sociedade, constituindo convenções que organizam, por exemplo, a partilha do espaço público. Observe a imagem a seguir:

Mesmo que a placa esteja em branco ou que estejamos vendo apenas a parte de trás dela, é possível inferirmos com alto grau de certeza que os dizeres prováveis seriam: "Não pise na grama". Essa inferência acontece, pois, numa situação comunicativa semelhante, ou seja, uma placa num gramado, a probabilidade de ser esse o texto escrito em forma de aviso é muito alta. O desafio desta semana consiste na elaboração de um elenco, de pelo menos três textos, em que se verifique o mesmo fenômeno: textos que exigem pouca atividade de processamento linguístico por conterem uma mensagem altamente provável em uma dada situação comunicativa.


Revisitando Conhecimentos

Na última aula, estudamos dois importantes fatores de textualidade: a coesão e a coerência. Verificamos como um texto, que remete ao sentido etimológico de tecer e entrelaçar, não é apenas um aglomerado aleatório de palavras e frases. Ao contrário, um texto apresenta uma organização linear, conferida pela coesão, e uma organização reticulada (em forma de rede), a cargo da coerência. Compreendemos como as ideias podem ser associadas em um texto e que tipo de palavras e estruturas linguísticas podemos usar para isso.

Nesta semana, vamos estudar outro dos sete fatores de textualidade: a informatividade, que confere clareza aos textos. A informatividade é uma noção um pouco mais abstrata que as anteriores, por isso é fundamental a leitura atenta e diligente dos textos-base. Para adentrarmos no assunto, recomendo que assistam a um vídeo acadêmico bastante elucidativo sobre o tema.

Material de Apoio - Informatividade (Textualidade) | UFSC

Depois, assistam a um trecho do filme "Tempos Modernos", de Charles Chaplin. Gostaria que percebessem nesse trecho que nem só de palavras se faz um texto. No caso da cena, compreendemos que, mesmo não sabendo o que cantar, Chaplin improvisa e conta uma história coerente. Percebemos a narrativa pelos seus gestos e, eventualmente, pela compreensão de uma ou outra palavra, além, é claro, pelo importante papel que exerce a música da orquestra ao fundo.

Material de Apoio - Chaplin Modern Times 'non-sense song'

Orientação de Estudo


Os objetivos desta aula são, como vimos, compreender quais são os mecanismos textuais que conferem clareza e objetividade aos textos e aprender a usá-los. Além disso, é importante saber verificar, tanto na leitura quanto na escrita, o grau de informatividade dos textos. Temos, também, que saber reconhecer os elementos que impedem a clareza na comunicação. Para investigar um pouco mais esses objetivos, leremos alguns textos e assistiremos a dois vídeos que vão discutir as noções de clareza e informatividade.


A noção de informatividade

A clareza na comunicação

Aprofundando o tema

Para aprofundar o que aprendemos nesta semana, sugerimos que assista ao vídeo do prof. Cláuberson Corrêa Carvalho, sobre fatores de textualidade.

Material de Apoio - Fatores de Textualidade | Prof. Cláuberson Corrêa Carvalho

Em síntese

Ao final desta aula, esperamos que você tenha percebido que a clareza e a informatividade são fundamentais para a escrita e a leitura de textos. Além disso, esperamos que a noção de informatividade e a compreensão de seus graus tenham colaborado com o processo de planejamento prévio da escrita de textos.


Parabéns! Você chegou ao fim do conteúdo desta aula.

Estudamos um importante fator de textualidade, a informatividade, que confere clareza e fluidez a um texto. Vimos como o grau médio de informatividade deve ser o grau pretendido, já que um grau baixo de informatividade não atrai o interesse do leitor, por apresentar informações altamente prováveis. Verificamos também como textos publicitários se valem da quebra de expectativas, ou de um grau alto de informatividade, para captar a atenção de seus potenciais clientes. Esperamos que você tenha aproveitado esta aula e que ainda esteja animado para continuar estudando. Na próxima aula, vamos tratar sobre a noção de discurso e de adequação linguística.


Referências

  1. ARNEMANN, A. R.; VEÇOSSI, C. E. A informatividade na sala de aula: investindo em atividades para a produção de textos argumentativos. Organon. Porto Alegre, v. 33, n. 64, jan./jun. 2018. E-ISSN: 22388915 | ISSN-L: 0102-6267. Disponível em: <https://seer.ufrgs.br/organon/article/view/81461/48749>. Acesso em: 25 mar. 2020.
  2. FÁVERO, L. L. A informatividade como elemento de textualidade. Letras de Hoje. Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 13-20, jun. 1985. E-ISSN: 1984-7726 | ISSN-L: 0101-3335. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fale/article/view/17487/11220>. Acesso em: 25 mar. 2020.