Sociologia (RTVI)/2021/Trabalho semestral/Grupo 2

Fonte: Wikiversidade


Relato individual[editar | editar código-fonte]

Nesta seção, cada integrante do grupo deve expor em até cinco linhas o que realizou no trabalho. Isso deve ser feito por cada estudante individualmente, tomando cuidado para estar logado na Wikiversidade. Se não estiver logado, não conseguirei verificar a edição

  1. LauNeves: Pessoa responsável por entrar em contato com a entrevistada - Tainá Marrirú, e realizar a organização do grupo.
  2. Gabrielgodas: Responsável pela edição do áudio.
  3. PedroErnesto21000448: Responsável pela gravação da entrevista.
  4. Jublis: Responsável pela redação do texto.
  5. gimandelbaum: Elaboração das perguntas para a entrevista.

Publicação de texto do grupo[editar | editar código-fonte]

Nesta seção, um integrante do grupo deve publicar o texto da história de vida recolhida pelo grupo, seguindo as instruções do trabalho. Esteja logado. Lembre-se: o texto deve ter 6.000 caracteres no máximo. Também dê acesso ao termo de cessão de direitos assinado, eventualmente carregado num drive.

SINOPSE

Nessa entrevista, Tainá Marrirú nos conta sobre a sua trajetória - de crescer indígena na cidade, aprender o que significa ser um porta-voz de representatividade, e a importância de estabelecer diálogos no meio onde está inserida. Ela nos conta sobre sua primeira experiência como representante das mulheres de sua etnia - a etnia Karajá - , sua infância inserida em duas vivências diferentes, assim como a noção que interliga todas as causas sociais, em seu ponto de vista.

HISTÓRIA COMPLETA

Minha mãe é indígena. Ela se formou na Federal do Mato Grosso - foi por isso que também sempre foi meu sonho estudar lá -, e conheceu meu pai quando veio fazer pós na USP. Então eu nasci aqui em SP. Eu cresci bem urbanizada em relação a minha identidade indígena; eu sabia que tinha uma convergência muito grande entre a vivência da minha família materna e a vivência da minha família paterna, mas acho que por eu estar ligada às duas - eu estar em uma e depois estar em outra - eu nunca percebi a diferença que eu fazia estar em uma e outra. Eu não tinha esse acesso aqui em São Paulo. Mas desde pequena eu sempre estive muito ligada às causas sociais, em se colocar no lugar de outras pessoas, disseminar conhecimento.

Às vezes a gente fica muito estagnado nesse pensamento de que “uma pessoa só não faz diferença”, mas a influência que cada pessoa pode exercer naquele meio em que ela está inserida é muito grande. Eu sempre acreditei nisso.

Quando eu estava no ensino médio, pela primeira vez, eu vi uma Miss. Era a Miss Teen - eu devo ter visto em uma daquelas revistas adolescentes, tipo Capricho ou TodaTeen. E eu queria ir, porque naquela época eu queria muito conhecer novos ares, novos ambientes, fazer novas amigas, e eu tinha a impressão que pessoas naquele ambiente tinham muito mais noção de como e porque usar a voz delas. Então eu mandei minha inscrição, e no segundo ano do médio eu fui. Era um ambiente totalmente novo; eu tive que me adaptar, e eu fui me encontrando ali.

De certa forma, mesmo que exista um padrão, e mesmo que as pessoas não falem muito sobre isso, existe sim uma singularidade naquele ambiente que poderia fazer uma mudança na vida de determinadas pessoas. Quando eu identifiquei isso, eu já estava no concurso nacional. Lá eu percebi que eu só faria diferença se eu usasse da minha identidade como porta-voz. Isso não era nem uma questão de ganhar o concurso; era questão de que, se eu entendesse a minha representatividade dentro da sociedade, eu iria ajudar não apenas a mim, mas a outras pessoas. Era esse meu propósito, sempre foi esse meu propósito. E foi assim que eu comecei a me familiarizar mais com o meu lado indígena, a ir atrás deste conhecimento, porque mesmo que a gente tenha experiência - as teorias, as abordagens comprovadas - ainda sim é essencial a gente ter conhecimento.

Hoje em dia eu estudo na Federal do Mato Grosso. Eu estudo ciências sociais, que é uma coisa que muita gente associa à academia, à professores de escola. Eu vou mais pro lado da pesquisa, faço isso constantemente, e ser a voz representante das mulheres da minha etnia é muito bacana. De todas as formas possíveis, eu gosto de conversar com o meio onde eu estou inserida, porque eu quero que as pessoas na minha vida possam ter a oportunidade de ouvir vozes reais, e talvez possam ter outra visão dessa situação.

Eu estou em uma posição onde eu não tenho todo o conhecimento do mundo, mas o que eu quero promover é sempre o diálogo - porque se eu falo, uma pessoa vai falar de volta. Principalmente em relação a coisas como identidade indígena, quem não é, é tipo...você não tem acesso à tal informação, dentro dessas bolhas, porque não querem que você tenha. Talvez não seja culpa da pessoa individual, e sim do sistema. O branco não é o caucasiano, e sim o sistema. E a gente só tem conhecimento se a gente procura; se você tem a oportunidade de ter conhecimento, você não tem a responsabilidade de repartir esse conhecimento?

Existe muito disso. Não ser indígena o suficiente por ser urbana, não ser urbana o suficiente por ser indígena. A gente vive em um coletivismo muito imposto; tudo que foge deste padrão vai ser visto como outro. Mas no fim do dia, eu quero ser não por mim, mas por outras Tainás de sete anos que talvez precisem de mim.

Publicação de texto da pessoa entrevistada[editar | editar código-fonte]

Nesta seção, um integrante do grupo deve publicar o texto redigido pela pessoa entrevistada, seguindo as instruções do trabalho. Esteja logado.

Me chamo Tainá Marrirú Karajá de Oliveira, tenho 21 anos completos. Nasci e fui criada na capital de São Paulo. Meu pai tem descendência nordestina e minha mãe é indígena, e sou filha única. Sou indígena da etnia Karajá. Sempre fui uma estudante de escola pública e sonhei em me graduar em uma universidade pública também. Fui jogadora de vôlei no Bradesco quando era criança e participei de diversas competições de dança. Estudo Educação Física na Universidade Federal do Mato Grosso. Pretendo seguir na área da pesquisa e ser professora universitária. Entrei no mundo Miss na adolescência em 2017, em que conquistei 8 títulos. As principais foram Miss Teen São Paulo, Miss Teen Brasil e Princesa Teen Internacional. Dentro do concurso vi a importância de usar a minha representatividade indígena a favor das causas no meio urbano e hoje em dia perpétuo aonde quer que eu vá, afinal sofro constantemente com o racismo. Sou atuando em uma página que propaga o antirracismo nomeado como @formacao_antirracista. Pretendo voltar ao mundo da mídia após minha finalização dos meus estudos.

Carregamento de áudio de entrevista[editar | editar código-fonte]

Para esta etapa, vocês precisarão carregar o áudio no Wikimedia Commons e publicá-lo aqui na Wikiversidade. Necessariamente o arquivo de vocês deverá estar num formato livre, por exemplo o mp3. Os vídeos abaixo servem de instrução para carregar e usar os áudios (os vídeos foram feitos para imagens, mas é o mesmo procedimento para áudios). Façam esta etapa seguindo as instruções do trabalho. Esteja logado.


Selfie da pessoa entrevistada[editar | editar código-fonte]

Nesta seção, um integrante do grupo deve publicar o link para uma selfie da pessoa entrevistada, seguindo as instruções do trabalho. Pode ser o link de um drive com a imagem. Esteja logado.

Opcional: fotografia da pessoa entrevistada[editar | editar código-fonte]

Nesta seção, um integrante do grupo pode eventualmente publicar o link para uma selfie da pessoa entrevistada, seguindo as instruções do trabalho. Pode ser o link de um drive com a imagem. Esteja logado.