Sociologia (RTVI)/2021/Trabalho semestral/Grupo 5

Fonte: Wikiversidade


Relato individual[editar | editar código-fonte]

Nesta seção, cada integrante do grupo deve expor em até cinco linhas o que realizou no trabalho. Isso deve ser feito por cada estudante individualmente, tomando cuidado para estar logado na Wikiversidade. Se não estiver logado, não conseguirei verificar a edição

  1. Stingynator: Moderação do contato entre o grupo e a entrevistada. Além disso, escrita do roteiro com as perguntas para a entrevista.
  2. Zap Zap 3: Transcrição da entrevista
  3. José Renan Matos: Realização do roteiro com as perguntas para a entrevista.
  4. Lala21000504: Edição do áudio da entrevista
  5. Vombate: Entrevistadora

Publicação de texto do grupo[editar | editar código-fonte]

Nesta seção, um integrante do grupo deve publicar o texto da história de vida recolhida pelo grupo, seguindo as instruções do trabalho. Esteja logado. Lembre-se: o texto deve ter 6.000 caracteres no máximo. Também dê acesso ao termo de cessão de direitos assinado, eventualmente carregado num drive.

(Sobre se lembrar de algo da época da guerra)

Bom, lógico que não da guerra em si né, inclusive, se me lembro bem, eu nem estava em Viena durante a guerra nesse último ano, mas em um dos outros estados da Áustria. Mas eu me lembro muito bem a partir de uns 3, 4 anos do pós guerra, quando Viena já havia sido ocupada. Uma das coisas que eu me lembro muito, é que tínhamos 4 zonas em Viena, e a gente tinha que apresentar uma identidade de uma pra outra e justificar por que que a gente ia de uma pra outra. Pra mim não mudava muito isso, porque como era muito pequena eu não me deslocava muito. Os lugares onde eu me deslocava, por exemplo pra casa da minha vó, eram na mesma zona, que era russa. Então, para mim isso não influenciava muito, mas para as pessoas que trabalhavam sim, porque elas tinham que toda vez mostrar pra onde iam. Isso é uma das coisas que eu lembro. Outra coisa que eu lembro muito dessa época: como nós estávamos na zona russa, os próprios russos marchando através da rua e às vezes cantando a noite inteira, e nos fora dito que cada vez que algum russo fizesse alguma coisa errada contra os regulamentos do exército, eles tinham que treinar a noite toda cantando. Nós tínhamos uma caserna russa bem perto de casa, então quase toda noite eu era acordada por essas marchas, mas não me incomodava, era criança e achava bonito. Tem uma outra coisa que eu me lembro. Foi uma das minhas primeiras lembranças, e é uma coisa muito pessoal, e que quase foi uma tragédia, mas que eu, como era criança, também achava o máximo. Eu estava passeando com minha avó na rua quando parou um carro particular, um carro preto. Em Viena quase não tinha carro, só os militares e diplomatas tinham, e o resto não tinha carro nessa época, que eu devia ter uns três ou quatro anos. Então, esse carro parou, com um senhor dentro e um chofer, e esse senhor falou para minha avó que ele gostava muito de crianças e que queria dar uma volta comigo. Minha avó não queria, e tinha um policial austríaco bem do lado, ela foi lá e disse “olha esse senhor quer levar minha neta no carro”. Esse policial disse “não podemos fazer nada. Ele é um alto funcionário russo”. Eu entrei no carro e andei, achei o máximo, nunca tinha andado de carro com três anos. Ele fez uma volta no quarteirão e parou, aí falou para minha avó: “olha, eu gosto muito de crianças, mas minha mulher não pode ter filho. Eu vou então levar sua neta comigo para a Rússia.” Minha vó deu um ataque, e chorou feito uma louca desesperada. Ele não fez nenhuma força, e disse “bom, se não quiser, tudo bem”. Eu fui embora e voltei pra casa. minha mãe também quase teve um ataque e tentou dar uma queixa, mas não adiantou nada. Ela foi e tinha um intérprete russo, porque o comandante de lá só falava russo, e ele disse “olha, melhor a senhora ir pra casa ficar quietinha no canto”.


(Sobre estudar ciências sociais na França)

Eu achei muito interessante. Nunca trabalhei com ciências sociais. Eu achei muito interessante porque as ciências Sociais foram uma coisa que me abriram a cabeça, porque eu era uma pequena burguesa classe média que não tinha noção de absolutamente nada de política, nada. Eu achava que a vida era um mar de rosas, porque apesar de eu não ser riquíssima, tinha uma vida boa, nada faltou. Eu tinha as roupas que eu queria. Nós tínhamos um carro, não um carrão, mas tínhamos um carro. Eu viajava sempre nas férias. Tinha todos os aparelhos da época. Então eu achava que a vida era um mar de rosas. Mas quando você mora sozinha que você percebe que tem pobreza, que de repente tem racismo, e assim vai. Aí que eu comecei a me interessar, e realmente abriu minha cabeça para ver que a vida não é aquela que eu tinha em Viena, que aquilo era uma coisa extremamente privilegiada.

Publicação de texto da pessoa entrevistada[editar | editar código-fonte]

Nesta seção, um integrante do grupo deve publicar o texto redigido pela pessoa entrevistada, seguindo as instruções do trabalho. Esteja logado.

(Sobre seus tempos de estudo na França)

No dia 22 de março, quatro alunos da faculdade de Nanterre foram presos por manifestar contra a guerra do Vietnam. A faculdade entrou em greve e é imitada pela Sorbonne. No dia 03 de maio, os estudantes da Sorbonne (eu inclusive) se reuniram no pátio da universidade para protestar contra esse abuso. O reitor, Jean Roche, chama a polícia para esvaziar o pátio. A polícia chega, começa a bater nos estudantes prendendo vários indiscriminadamente. Eu e vários colegas corremos no Boulevard Saint-Michel para nos esconder num prédio. Depois fui para casa. Como as universidades e escolas estavam em greve, não ouve aulas e fiquei estudando em casa. Alguns dias após a manifestação, peguei o metrô, no fim da tarde para jantar no restaurante universitário. Todos os passageiros do metrô estavam com caras estranhas, os olhos grudados no jornal. Foi quando vi as manchetes do tipo: “Desolação no Quartier Latin” “Quartier Latin em chamas”, “Estudantes desafiam polícia e erigem barricadas,” “Centenas de carros queimados”. Não entendi nada. Quando saí do metrô na estação Saint-Michel, comecei a chorar. O ar estava impregnado de gás lacrimogênio. Em volta da estação e ao longo do Boulevard Saint Michel havia centenas de polícias com escudos, capacetes e bastão. Olhando em volta, se viu o que tinha acontecido à noite. Os estudantes tinham arrancado os paralelepípedos das ruas para fazer as barricadas e vi dezenas de carros queimados e vitrines quebradas. A polícia não nos deixou sair da boca de metrô e tive que voltar para casa (sem jantar). Depois desse evento onde centenas de estudantes foram presos e feridos, os sindicatos também chamaram para a greve que se tornou geral, sem transporte público, sem correio ou outros serviços. A gasolina se fez raro em poucos dias. Essa situação durou até fim de maio e terminou com uma manifestação de mais de 1 milhão de pessoas.

Carregamento de áudio de entrevista[editar | editar código-fonte]

Para esta etapa, vocês precisarão carregar o áudio no Wikimedia Commons e publicá-lo aqui na Wikiversidade. Necessariamente o arquivo de vocês deverá estar num formato livre, por exemplo o mp3. Os vídeos abaixo servem de instrução para carregar e usar os áudios (os vídeos foram feitos para imagens, mas é o mesmo procedimento para áudios). Façam esta etapa seguindo as instruções do trabalho. Esteja logado.

Julia Dias entrevista a austríaca Silvia Lefèvre

Selfie da pessoa entrevistada[editar | editar código-fonte]

Nesta seção, um integrante do grupo deve publicar o link para uma selfie da pessoa entrevistada, seguindo as instruções do trabalho. Pode ser o link de um drive com a imagem. Esteja logado.

Opcional: fotografia da pessoa entrevistada[editar | editar código-fonte]

Nesta seção, um integrante do grupo pode eventualmente publicar o link para uma selfie da pessoa entrevistada, seguindo as instruções do trabalho. Pode ser o link de um drive com a imagem. Esteja logado.

  • Link para a pasta com a imagem: