Sociologia da Educação
PANDEMIA COVID-19 - o programa abaixo foi interrompido em razão da pandemia do covid-19. O curso teve que ser reorganizado para ser oferecido sob as condições excepcionais que vivemos durante este período. O novo curso será documentado numa página própria: Sociologia da Educação na Pandemia Covid-19
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - ESCOLA DE FILOSOFIA,LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
DISCIPLINA: (uc) Sociologia da Educação – 1º sem. 2020
Carga horária total: 60 horas
Responsável: Prof. Dr. Henrique Zoqui Martins Parra
Contato: henrique [arrob@] pimentalab.net
Objetivos Gerais: Introduzir os estudantes na discussão teórica da Sociologia da Educação a partir de temas importantes para as Ciências Sociais e de questões do campo da Educação e do ambiente escolar contemporâneo.
Ementa A disciplina de Sociologia da Educação pretende apresentar, de modo articulado, temas, discussões e práticas educacionais a partir do referencial teórico das Ciências Sociais. Para isso, serão trabalhadas as seguintes questões: Educação, poder e integração social; Educação e reprodução das desigualdades sociais; Educação e indivíduo; Educação e geração; Educação e autoridade; Sociologia da juventude; Educação, cultura e diferenças; Sociologia da escola e da escolarização; O trabalho docente; Educação, sociedade e tecnologia; Dilemas da educação contemporânea.
Avaliação da UC:
- Resumos dos textos de leitura obrigatória (cada estudante deverá produzir um resumo) e seleção de material empírico relacionado à temática da aula (componente nota X);
- Trabalho coletivo e seminário final em equipe (componente nota Y);
- Avaliação coletiva da disciplina (componente nota Z).
- Nota final = (X.2 + Y.6 + Z.2) / 10
- Frequência = mínimo 75%.
Cada estudante deverá escolher uma aula e produzir um resumo dos textos obrigatórios, indicando as questões centrais do texto para o debate em sala. O texto do resumo deve conter até 5000 caracteres (espaço incluso) e ser enviado para a lista da disciplina até o final da segunda-feira. A(o) estudante também deverá selecionar alguma notícia, dados, pesquisas, imagens que se relacionem com a temática da aula.
O trabalho coletivo final deverá ser entregue na forma de um texto + material complementar, e apresentado em sala na forma de um seminário. Espera-se que o coletivo produza um pequeno texto e um material complementar em diferentes linguagens: video, fotografia, podcast, website, gráficos (tabelas/mapas/ilustração). O tema a ser abordado deverá contemplar algum aspecto/problema que foi transversal ao curso. O trabalho deverá ser entregue em versão digital e impressa. impreterivelmente, na aula do dia 10 de junho, mesmo dia do seminário final. As apresentações de cada grupo em sala terão o tempo máximo de 20 minutos. O texto deverá ter no máximo 30 mil caracteres (espaço incluso) em formato A4; fonte tipo Times New Roman, tamanho 12; espaçamento entre linhas 1,5; margens das folhas de 2,5 cm.
CRONOGRAMA
[editar | editar código-fonte]4 de março – Aula 1 – Apresentação do Curso
[editar | editar código-fonte]Bloco I – Educação e escola: socialização, formação e aprendizagem
11 de março - Aula 2: Escola para quê?
[editar | editar código-fonte]YOUNG, Michael. Para que servem as escolas? Educação e Sociedade, Campinas, vol. 28, n. 101, p. 1287-1302, set./dez. 2007 . http://www.scielo.br/pdf/es/v28n101/a0228101.pdf
ILICH, Ivan. Sociedade sem Escolas. Petrópolis: Editora Vozes, 1973. Cap.1. Por que devemos desinstalar a escola, pp.21-56. https://ensinosociologia.milharal.org/files/2020/03/Ivan-Illich-Sociedade-sem-Escolas.pdf
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SIMONS, Maarten & MASSCHELEIN, Jan. “Escola como arquitetura para recém-chegados e para estranhos: a escola perfeita como escola pública?” In: A pedagogia, a democracia, a escola. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017.
1 de abril - Aula 3 – Educação e Socialização
[editar | editar código-fonte]DURKHEIM, Émile. “Cap. 1 – A educação, sua natureza e função”. Educação e sociologia. São Paulo: Melhoramentos; Rio de Janeiro: Fundação Material Escolar, 1978. https://ensinosociologia.milharal.org/files/2020/03/Durkheim-Educacao-cap1.pdf
SINGER, Helena. Durkheim: a educação como fator de normatização. In. Republica de Crianças: sobre experiências escolares de resistência. Sao Paulo: Ed. Hucitec & FAPESP, 1997. Disponível em:https://owncloud.labjor.unicamp.br/index.php/s/gmZWWcPpP4WLmOb
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FOUCAULT, Michel. Cap. “Os corpos dóceis (cap. 1 da 3o parte)”. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1987. Disponível em: https://owncloud.labjor.unicamp.br/index.php/s/xOt7fImBvik2Jf4
DUBET, François & MARTUCCELLI, Danilo. “A socialização e a formação escolar”. Lua Nova, no 40/41, 1997, p. 241-328. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/ln/n40-41/a11n4041.pdf>. Acesso em: 06/11/2017.
DUBET, François. “A Formação dos Indivíduos: A Desinstitucionalização”. Revista Contemporaneidade e Educação, ano 3, v.3, pp. 27-33, 1998.
LISPECTOR, Clarice. O melhor aluno da classe.
8 de abril - Aula 4 – Educação, formação e emancipação
[editar | editar código-fonte]ADORNO, T.W. “Educação Após Auschwitz” e “Educação e Emancipação”. In. Educação e Emancipação.. Tradução de Wolfgang Leo Maar. São Paulo: Paz e Terra, 1995. Disponível em: https://ensinosociologia.milharal.org/files/2020/03/Adordo-Educacao_e_Emancipacao.pdf
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MAAR, Wolfgang Leo. À guisa de introdução: Adorno e a experiência formativa. In: ADORNO, T.W. Educação e Emancipação. São Paulo: Paz e Terra, 1995.
NOGUERA-RAMIREZ, Carlos Ernesto. A Bildung como “formação” do Homem (pp.168-181). In. Pedagogia e governamentalidade ou da Modernidade como uma Sociedade Educativa. Belo Horizonte: Autentica, 2011.
OZ, Amos. Da natureza do fanatismo. Conferência de 23 de Janeiro de 2002. Disponível em: https://pimentalab.milharal.org/2012/07/07/sobre-o-fanatismo/
15 de abril - Aula 5 – Educação e Aprendizagem
[editar | editar código-fonte]BALL, Stephen. Aprendizagem ao longo da vida, subjetividade e a sociedade totalmente pedagogizada. Educação (Porto Alegre, impresso), v. 36, n. 2, p. 144-155, maio/ago. 2013. http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/view/12886/0
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MASSCHELEIN, Jan & SIMONS, Maarten. “Sociedade da aprendizagem e governamentalidade: uma introdução”. Currículo sem Fronteiras, v.11, n.1, pp.121-136, Jan/Jun 2011. Disponível em: http://www.curriculosemfronteiras.org/vol11iss1articles/simons-masschelein.pdf
NOGUERA-RAMIREZ, Carlos Ernesto. Fechando o círculo: do ensino e da instrução para a aprendizagem. In. Pedagogia e governamentalidade ou da Modernidade como uma Sociedade Educativa. Belo Horizonte: Autentica, 2011.
DELEUZE, Gilles. Post-Scriptum sobre Sociedade do Controle In: Conversações. São Paulo: Ed. 34, 2007.
LIMA, Licínio C.. A Educação faz tudo? Crítica ao pedagogismo na “sociedade da aprendizagem”. Rev. Lusófona de Educação, Lisboa , n. 15, p. 41-54, 2010 . Disponível em <http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-72502010000100004&lng=pt&nrm=iso> . acesso em 27 fev. 2020.
Bloco II – Educação e Sociedade: dinâmicas socioculturais e instituições educativas
15 de abril - Aula 7 – Educação e reprodução social
[editar | editar código-fonte]BOURDIEU, Pierre. A escola conservadora: as desigualdades frente à escola e à cultura. In: Escritos de Educação. Petrópolis: Vozes, 2008.
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BOURDIEU, Pierre. O capital social – notas provisórias. In: Escritos de Educação. Petrópolis: Vozes, 2008.
________________. Os três estados do capital social. In: Escritos de Educação. Petrópolis: Vozes, 2008.
22 de abril - Aula 8 – Além da reprodução
[editar | editar código-fonte]LAHIRE, Bernard. Sucesso escolar nos meios populares. As razões do improvável. São Paulo: Ed. Atica, 2004. Capítulos: 1. O ponto de vista do conhecimento (pp.17-46); Conclusão: 334-367.
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DUBET, F.; DURU-BELLAT, M. VÉRÉTOUT, A. As desigualdades escolares antes e depois da escola: organização escolar e influência dos diplomas. Sociologias, Porto Alegre, ano 14, no 29, jan./abr. 2012, p. 22-70. http://www.scielo.br/pdf/soc/v14n29/a03v1429.pdf
SPOSITO; BUENO; TEIXEIRA. Por uma sociologia dos etnométodos para compreender o mundo da educação: contribuições de Alain Coulon. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 43, n. 4, p. 1253-1268, out./dez. 2017. http://www.scielo.br/pdf/ep/v43n4/1517-9702-ep-43-4-1253.pdf
29 de abril - Aula 9 – Currículo e Disciplinas
[editar | editar código-fonte]GOODSON, Ivor. Currículo, Narrativa e o Futuro Social. Revista Brasileira de Educação, maio-agosto, vol.12, n°35, 2007, pp.241-252. Young, Michael. O futuro da educação em uma sociedade do conhecimento. Revista Brasileira de Educação , v. 16 n. 48 set.-dez. 2011.
YOUNG, Michael. O futuro da educação em uma sociedade do conhecimento. Revista Brasileira de Educação , v. 16 n. 48 set.-dez. 2011 . Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v16n48/v16n48a05.pdf
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BERNSTEIN, B., (1996a). A estruturação do discurso pedagógico: classe, códigos e controle. Petrópolis: Vozes.
CHERVEL, A. História das disciplinas escolares: reflexões sobre um campo de pesquisa. Teoria e Educação. Porto Alegre, nº 2, p. 177-229, 1990.
FORQUIN, Jean Claude. Saberes escolares, imperativos didáticos e dinâmicas sociais. Teoria e Educação. Porto Alegre, n. 5, p. 28-49, 1992.
APPLE, Michael W. Educação e poder. (cap. 5: “A forma do currículo e a lógica do controle técnico”, pp. 151-180). Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.
MOREIRA, A. Flávio & SILVA, Tomás T. Currículo, cultura e sociedade. São Paulo, Cortez, 2000.
SANTOS, L. L. de C. P. História das disciplinas escolares: perspectivas de análises. Teoria e Educação, Porto Alegre, n. 2, p. 21-29, 1990.
6 de maio - Aula 10 – Raça, Gênero e Educação
[editar | editar código-fonte]HOOKS, Bell. Ensinando a transgredir. Introdução e Cap.1 (pp.9-36). São Paulo: Martins Fontes, 2017. https://pedropeixotoferreira.files.wordpress.com/2017/10/hooks_2013_ensinando-a-transgredir_book.pdf
KILOMBA, Grada. Memórias da plantação. Cap.2 Quem pode falar? (pp.47-69). Rio de Janeiro. Ed.Cobogó, 2019. https://share.riseup.net/#z5iH5LquxxQT_7mu_lktNA
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APPLE, Michael. “Políticas de direita e branquidade: a presença ausente da raça nas reformas educacionais”. Revista Brasileira de Educação, n. 16, p. 61-67, jan./abr. 2001.
LORDE, Audre. A Transformação do silêncio em linguagem e ação. Disponível em: https://www.geledes.org.br/a-transformacao-do-silencio-em-linguagem-e-acao/
13 de maio – Aula 11 – Cinedebate/Campo/Orientação dos Projetos Finais
[editar | editar código-fonte]Bloco III – Tecnologia, Ensino Superior, Empresa
20 de maio - Aula 12 – Tecnologia e Educação
[editar | editar código-fonte]SERRES, Michel. Polegarzinha (cap.1). Rio Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.
SIBILIA, Paula. A escola no mundo hiperconectado: redes em vez de muros?. MATRIZes, ano 5, n. 2, p. 195-211, jan./jun. 2012. Disponível em: http://atividadeparaeducacaoespecial.com/wp-content/uploads/2015/08/A-escola-no-mundo-hiperconectado_-Redes-em-vez-de-muros.pdf
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MENEZES, Karina Moreira.P2H: pirâmide da pedagogia hacker : [vivências do (in)possível] / Karina Moreira Menezes. – 2018. Disponivel em: https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/27168/3/Kamenezes_P2H_Entrega_RepositorioUFBA.pdf
27 de maio - Aula 13 – Universidade, Acesso e Permanência
[editar | editar código-fonte]MESQUITA, Wilson. Sobre o fim da gratuidade do ensino superio público brasileiro. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-15742019000300010&script=sci_arttext&tlng=pt
JARDIM, F. A. A. ; ALMEIDA, W. M. . Expansão recente do ensino superior brasileiro: (novos) elos entre educação, juventudes, trabalho?. Linhas Críticas (Online), v. 22, p. 63-85, 2016. https://periodicos.unb.br/index.php/linhascriticas/article/view/4776
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ALMEIDA, W. M.. PROUNI e o acesso de estudantes negros ao ensino superior. REVISTA CONTEMPORÂNEA DE EDUCAÇÃO, v. 12, p. 89, 2017. http://https//revistas.ufrj.br/index.php/rce/issue/view/302/showToc
ALMEIDA, W. M.. Acesso à universidade pública: posições em disputa. Estudos de Sociologia (Recife), v. 2, p. 75-92, 2012. http://www.revista.ufpe.br/revsocio/index.php/revista
3 de junho - Aula 14 – Educação e trabalho; escola como empresa
[editar | editar código-fonte]LAVAL, Christian. A escola não é uma empresa. O neo-liberalismo em ataque ao ensino público. São Paulo: Editora Planta, 2004
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BROWN, Wendy. Cidadania Sacrificial, Neoliberalismo, Capital Humano e políticas de austeridade. Zazie Edições, 2018.
LÓPEZ-RUIZ, Osvaldo. A “invenção” do capital humano. In: ___. Os executivos das transnacionais e o espírito do capitalismo. Capital humano e empreendedorismo como valores sociais. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 2007, p.181-227.
HARVEY, David. Neoliberalismo: história e implicações. São Paulo: Loyola, 2005. Cap. II e III. p. 49-96.