Temperaturas Paulistanas/Planejamento/Brasilândia/Turma B/Resultado dos Questionários

Fonte: Wikiversidade

Tabela com respostas dos questionários.[editar | editar código-fonte]

Qual sua idade? Há quanto tempo mora na Brasilândia? Em qual bairro mora? Qual seu nível de escolaridade? Você trabalha? Com o que trabalha? Com quantos anos começou a trabalhar?
23 17 anos Vila Itaberaba Superior incompleto Sim Loja de biquinis 18 anos
28 28 anos Vila Penteado Ensino médio completo Sim Aux. de limpeza 16 anos
29 29 anos Vila Penteado Ensino médio completo Sim Doméstica 17 anos
26 26 anos Vila Penteado Fundamental incompleto Não Não trabalha no momento 20 anos
21 21 anos Vila Penteado Ensino médio completo Sim Aux. de escritorio 18 anos
49 37 anos Vila Brasilandia Fundamental incompleto Sim Diarista 17 anos
26 20 anos Vila Brasilandia Ensino médio completo Sim Empregada doméstica 20 anos
53 3 anos Vila Penteado Ensino médio completo Sim Salão de cabeleireiro 9 anos
20 20 anos Vila Brasilandia Superior incompleto Sim Lojista 16 anos
35 10 anos Vila Brasilandia Fundamental completo Sim Lojista 14 anos
21 21 anos vila Brasilandia Superior incompleto Sim Garçonete. 15 anos
20 20 anos vila Brasilândia Ensino médio completo Sim Lojista 20 anos
21 15 anos Vila Penteado Superior completo Não Não trabalha -
66 Não sabe dizer vila Itaberaba Fundamental incompleto Não Dona de casa 34 anos
16 16 anos vila Brasilandia Ensino médio incompleto Não - -
54 20 anos Vila Penteado Ensino médio incompleto Não - 17 anos
57 40 anos vila Penteado Fundamental incompleto Não - 14 anos
48 20 anos Vila Penteado Nunca frequentei um colégio Sim babá 14 anos
19 19 anos vila Brasilandia Ensino médio completo Sim Vendedora de loja de roupa 16 anos
26 26 anos Vila Penteado Ensino médio completo Não Não trabalha no momento 22 anos
32 10 anos Vila Penteado Fundamental incompleto Sim Num hotel 19 anos
42 30 anos Vila Itaberaba Ensino médio completo Não - 25 anos
49 34 anos Vila Itaberaba Ensino médio completo Sim Babá 20 anos
Você é/está Você tem filho(s). Se sim, quantos? Se sim, quantos anos seu(s) filho(s) tem? Seu(s) filhos frequentam a escola? Quando deu a luz foi em alguma unidade de saúde da Brasilândia?
Solteira Não - - -
Casada Sim, 3 14, 10 e 2 Sim, escola pública Não
Casada Sim, 1 5 Sim, escola pública Não
Solteira Sim, 2 10 e 4 Sim, escola pública Não
Casada Sim, 1 1 ano e 5 meses Não Não
Separada Sim, 2 12 e 10 Não Não
Morando junto com o(a) companheiro(a) Sim, 2 8 e 2 Sim, escola pública Não
Casada Sim, 2 6 e 10 Sim, escola particular Não
Solteira Não - - -
Morando junto com o(a) companheiro(a) Sim, 2 10 e 15 Sim, escola pública Sim
Separada Não - - -
Morando junto com o(a) companheiro(a) 1 3 Sim, escola pública Não
Solteira Não - - -
Viúva Sim, 3 40, 35 e 23 Sim, escola pública Não
Solteira Não - - -
Casada Sim, 2 28 e 25 Sim, escola particular Não
Casada Sim, 1 27 Sim, escola pública Não
Casada Sim, 1 22 Sim, escola pública Não
Solteira Não - - -
Casada Sim, 1 6 Sim, escola pública Não
Solteira Sim, 3 2, 4 e 5 Sim, escola pública Não
Morando junto com o(a) companheiro(a) Sim, 3 20, 18 e 15 Sim, escola pública Sim, Pedro 2 II.
Solteira Sim, 2 20 e 22 Sim, escola pública Não
Recebeu/recebe algum tipo de auxílio do governo para criar seu(s) filho(s)? Se sim, qual? Há quantos centros de apoio à mulher na região? Alguma vez você já foi agredida fisicamente dentro de casa? Se sim, de quem?
- - Nenhum Não -
Não - Dois Não -
Sim Bolsa família Não sei Não -
Sim Bolsa família Não sei Não -
Sim Bolsa família Um Não -
Não - Não sei Não -
Não - Não sei Não -
Não - Um Não -
- - Não sei Não -
Sim Bolsa família Não sei Não -
- - Não sei Não -
Não - Nenhum Não -
- - Não sei Não -
Sim Bolsa família Nenhum Não -
- - Não sei Não -
Não - Não sei Não -
Não - Não sei Não -
Não - Não sei Não -
- - Nenhum Não -
Sim Bolsa família Não sei Não -
Não Recebia bolsa família mas foi cancelado este ano Não sei Não -
Não - Não sei Não -
Não - Não sei Sim Marido
Como você classificaria a segurança da região? Por quê? A violência policial é algo recorrente na região? Você sente a necessidade de ter uma voz feminina na política da região?
Média Assaltos Depende da região da Brasilândia concordo plenamente
Ruim Não temos segurança ao sair pra trabalha,muitas das vezes nem em casa mesmo Às vezes não concordo nem discordo
Péssima Não temos seguranca nenhuma Às vezes discordo parcialmente
Média Porque o trabalhador vive preso com medo dos criminosos que vivem.solto Depende da região da Brasilândia não concordo nem discordo
Péssima Porque nao temos segurança nenhuma Às vezes discordo plenamente
Ruim Precisamos de mais policiais naa ruaa Às vezes discordo parcialmente
Média muito assalto Não não concordo nem discordo
Boa nunca sofri assalto Depende da região da Brasilândia não concordo nem discordo
Média porque nem sempre ajudam Não concordo plenamente
Péssima assaltos Não concordo parcialmente
Média já ouvi histórias de roubos armados por aqui. Às vezes concordo parcialmente
Média drogas Às vezes não concordo nem discordo
Ruim policiamento baixo; assaltos a bancos Sim concordo parcialmente
Média assaltos Sim concordo parcialmente
Ruim tenho medo de andar sozinha, de assalto, estupro, essas coisas Não concordo plenamente
Péssima falta de policiamento Não não concordo nem discordo
Boa nunca sofri nada por aqui, nem minha familia Às vezes não concordo nem discordo
Péssima assaltos frequentes Não concordo parcialmente
Péssima todos tem medo de andar pela rua, de ir nos lugares de noite. Não não concordo nem discordo
Boa é tranquilo Não concordo plenamente
Média assaltos Não concordo parcialmente
Média tem umas historias de roubo às vezes. Não concordo parcialmente
Média violência Às vezes concordo parcialmente
Como você avalia o saneamento básico da região em que mora? Como você avalia a iluminação pública da região? Este fator contribui para a falta de segurança? Você já sofreu violência doméstica?
Péssimo Regular Sim Não
Regular Boa Sim Não
Regular Regular Não, porque eles roubam no claro ou no escuro Não
Regular Regular Nao os bandidos nao precisam estar no claro ou escuro roubam a qualquer hora do dia Não
Regular Regular Sim e como Não
Regular Regular Na maioria das vezes sim Não
Regular Péssima sim Não
Excelente Boa não Não
Péssimo Regular não Não
Péssimo Péssima sim Não
Regular Regular nao, os ladroes roubam de qualquer forma. Não
Regular Regular não Não
Regular Regular não Não
Bom Boa acho que se nao tivesse tanta luz seria pior a questao dos assaltos Não
Bom Regular sim, me sentiria mais segura com mais luz Não
Péssimo Péssima sim Não
Bom Boa tanto faz acredito. Não
Regular Regular não Não
Regular Regular não acho que faz diferença. Não
Bom Boa não Não
Regular Regular sim Não
Bom Regular ladrão assalta a qualquer hora. Com ou sem luz. Não
Regular Regular sim Sim
O que te incomoda no bairro? E o que acha bom?
Longe, não tem escolas boas por perto não tem hospital por perto. Tudo o que você for fazer tem que ir para a freguesia do ó (bairro vizinho). As ruas são escuras e sem planejamento. Acho bom o clima de periferia que não tem em nenhum outro bairro
A falta de segurança,o que acho bom é o respeito de algumas pessoas
Nada bom,muiyos jovens perdidos nas drogas sem muita atividade oferecida pelo governo
Me incomoda o comodismo dos politicos que nao faz nada pra população
Tudo,a falta de respeito,a segurança
A falta de policia,ruas cheias de buracos
assaltos. o sentimento de comunidade
me incomoda falta de hospitais. acho bom a amizade e respeito de algumas pessoas.
falt de policiamento. pessoas
violência
segurança falha. gosto porque nasci aqui.
jovens usando drogas; sentimento de periferia
falta de policiamento; liberdade
assaltos. gosto de lá porque ja me acostumei com a regiao.
me incomoda a insegurança, medo. acho bom porque todos que conheço moram por lá.
falta de estrutura
me incomoda as ruas esburacadas. gosto da vizinhança.
nunca vejo policiais
falta de segurança. gosto dos amigos e familia que estao aqui.
escolas longe; é tranquilo
assaltos
falta de segurança. gosto do clima entre a comunidade.
violencia

ANÁLISE SOBRE OS QUESTIONÁRIOS APLICADOS

Segundo os questionários, um pouco mais da metade das mulheres estrevistadas (57%) não nasceram na Brasilândia e, dentre estas, a maior parte vem de outro estado (principalmente da região nordeste do Brasil). A escolha pela Brasilândia, majoritariamente, provém por questões de custo de vida. A outra parcela que nasceu no local, por muitas vezes, possui pais migrantes – também com destaque para o nordeste.

Apenas três bairros foram citados pelas entrevistadas, sendo 4 da Vila Itaberaba, 8 da Vila Brasilândia e 11 da Vila Penteado.

Há uma grande variação no nível de escolaridade das entrevistadas, sendo 1 que nunca frequentou o colégio, 5 com Ensino Fundamental incompleto, 1 com Ensino Fundamental Completo, 2 com Ensino Médio incompleto, 10 (a maior parcela) com Ensino Médio completo, 3 com Ensino Superior incompleto e 1 com Ensino Superior completo. Grande parte alega essa saída adiantada dos estudos por necessidade de trabalhar para “pôr dinheiro em casa”.

15 das entrevistadas estão trabalhando atualmentente, assim, as demais 8 não trabalham.

As profissões exercidas nesse momento variam bastante, entretando, algo curioso é que grande parte concentra-se na própria região da Brasilândia. Dado que pode ser explicado por entrarmos em diversas lojas, mercados, padarias, papelarias para aplicar os questionários, além da própria rua.

A média de entrada no mercado de trabalho é de 18 anos de idade (18,14286). Nota-se uma breviedade em começar a trabalhar, como já foi citado, mais por necessidade, do que pôr gosto. Duas não responderam essa pergunta. 

Na questão estado civíl, as respostas indicam 8 solteiras, 8 casadas, 2 separadas, 1 viúva e 4 que moram junto com seus companheiros.

Dentre as 6 que não possuem filhos, percebe-se o fator idade como destaque (16 – 23 anos) e 5 delas são solteiras. Dentre as que possuem crianças, 6 têm apenas um filho, 7 possuem dois filhos e 4 têm três filhos. Não houveram relatos de 4 ou mais filhos.

A idade dos filhos também varia: Os filhos únicos têm desde 1 ano e cinco meses a 27 anos. Entre os que possuem apenas um irmão, a diferença costuma ser de 2 à 6 anos de idade entre eles. Já nos que possuem dois irmãos a diferença entre o mais velho e o mais novo aumenta de 3 à 17 anos de idade. O filho mais velho da lista – com 40 anos – é também da mulher entrevistada com idade mais avançada – 66 anos. Os filhos mais novos da lista – com 1 ano e cinco meses e 3 anos – são das entrevistadas mais novas – 21 e 20 anos respectivamente - (dentre as que possuem crianças).

De um total de 17 entrevistadas que possuem filhos, apenas duas não detém seus filhos estudando – sendo um filho único de 1 ano e cinco meses e outros irmãos de 10 e 12 anos. Dos que estudam, 13 mães colocaram seus filhos em escolas públicas (o que totalizam 25 filhos que frequentaram ou frequentam tais estabelecimentos) e 2 mães colocaram em particulares (um total de 4 filhos). O motivo de tamanha diferença foi ressaltado pelo custo – escolas muito caras e fora do orçamento.

Ainda trabalhando com um total de 17 mulheres que já deram a luz, apenas duas foram em hospitais na região da Brasilândia, apenas uma lembrou ser no Pedro II. As demais 15 pariram em outro local e o motivo maior foi: ainda não moravam nesse local.

Seis mães recebem auxílio do governo (Bolsa Família) como ajuda para cuidar de seus filhos, entretanto, entre as onze que não recebem, uma detinha o programa Bolsa Família – mas foi cortado no início desse ano.

A desinformação está explícita na pergunta sobre centros de apoio à mulher na região, pois 16 delas não sabiam responder se existiam ou não. Dentre as 7 restantes, houve respostas convergentes: 4 relataram não haver, 2 disseram haver 1 centro e 1 contou haver 2 centros. Entretanto, estas que informaram sobre a existência desse local, não souberam dar maiores informações como endereço ou nome da Instituição.

Apenas uma das entrevistadas relatou ter sido agredida fisicamente dentro de casa e tal agressão foi feita pelo marido. As demais negaram – a maioria com veemência.

Convidadas a classificar a segurança na região, nenhuma escolheu o item “Excelente”. Três classificaram como Boa: alegando que nunca aconteceu nada com elas. Dez selecionaram a opção Média: com ressalva em roubos e assaltos na região, ou seja, não podem andar tranquilamente. Quatro escolheram como Ruim: apontando, principalmente, a falta de policiamento do local. Seis marcaram como Péssima: expondo o completo descaso do estado para com essa questão. É interessante mencionar que algumas dessas mulheres mencionaram a discrepância de segurança entre as zonas da Brasilândia (comunidade ou cidade), todas denunciando que naquela não há qualquer tipo de controle policial, enquanto nessa ele existe – até escurecer.

Ainda nesse assunto, questionamos sobre a violência policial na região, se esta se mostrava recorrente: 2 responderam que sim, 8 que às vezes, 10 que não e 3 que depende da região. Surpreendentemente, as mulheres que haviam respondido que a segurança era péssima responderam não e às vezes diante dessa pergunta. Os sim vieram de mulheres que haviam classificado a segurança como média e ruim.

Diante da frase “é necessário ter uma voz feminina na política da região”, 4 mulheres concordaram plenamente, 8 concordaram parcialmente, 8 nem concordavam nem discordavam, 2 discordaram parcialmente e 1 discordava totalmente. Esse enorme número de 11 mulheres que não concordaram usaram como base do argumento que a diferença de sexos não interfere no modo de governar.

O saneamento básico da região foi classificado como: péssimo por 4 mulheres, regular por 13, bom por 5 e excelente por 1.

Já a questão de iluminação foi classificada como: péssima por 3 mulheres, regular por 15 e boa por 5. Não houve excelentes nessa questão. Nesse cenário, as 5 mulheres que escolheram a opção boa não acreditam que uma melhora na iluminação melhoraria a questão da segurança, uma vez que “os bandidos roubam no claro e escuro”. Em contraste, as 3 mulheres que selecionaram péssima, responderam que a melhora na iluminação também afetaria positivamente para o aumento da segurança. As 15 que marcaram regular divergem quanto a influência da melhoria da iluminação na questão da segurança e obtemos 6 que acreditam que sim e 9 que acreditam que não.

Retomamos a questão da violência doméstica com outras palavras para ver se encontrávamos respostas contrastantes, mas não houve. A mesma que relatou haver sofrido agressão física do marido, respondeu sim quanto a violência doméstica e as demais permaneceram no não.

Na hora de mencionar os pontos positivos da região, tivémos uma menção absurda (10) às pessoas e ao “clima” único da Brasilândia. 9 apenas não apontaram nada positivo no local. Todas apontaram pontos negativos que giram em torno da falta de segurança – assaltos, roubos, policiamento escasso. Algumas acrescentaram: os buracos nas ruas, as drogas e a necessidade de hospitais e escolas mais próximas.