Temporal em Tabira em 17 de dezembro de 2016
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O temporal que atingiu a cidade de Tabira, no sertão de Pernambuco, na noite do dia 17 de dezembro de 2016, foi um evento meteorológico intenso que causou muitos danos materiais. O fenômeno foi classificado não-oficialmente como um downburst, que é uma corrente de ar descendente, de alta velocidade e curta duração, que se origina em uma nuvem cumulonimbus e atinge a superfície terrestre. O downburst pode ser dividido em microburst ou macroburst, dependendo da sua extensão horizontal. O microburst tem menos de 4 km de diâmetro e dura até 15 minutos, enquanto o macroburst tem mais de 4 km de diâmetro e dura mais do que o microburst.
Não se sabe ao certo sobre qual tipo de downburst o temporal em Tabira em 2016 foi, pois não há informações sobre a duração ou o tamanho da área afetada. As rajadas de vento foram estimadas em 80 a 95 km/h, o que é considerado muito forte. A precipitação alcançou 103 milímetros.
Consequências
[editar | editar código-fonte]A intensidade da chuva e do vento provocou muitos estragos na cidade: casas foram destelhadas, árvores foram arrancadas, barracas foram derrubadas, placas foram arrancadas, postes foram danificados, entre outros. Além disso, houve alagamentos, e interrupção no fornecimento de energia elétrica. Não houve casos de feridos ou desabrigados
Causas
[editar | editar código-fonte]As causas do downburst em Tabira em 2016 estão relacionadas à dinâmica atmosférica da região do Pajeú, que é uma microrregião localizada no norte do estado de Pernambuco, composta por 17 municípios. O clima da região é semiárido, com baixa pluviosidade e alta variabilidade temporal e espacial das chuvas. As épocas de chuva e de seca são bem definidas. A época de chuvas começa em janeiro a março (dependendo do ano) e dura até junho, com a maior parte concentrada nos meses de março e abril, quando há maior probabilidade de ocorrência de temporais, chuvas intensas e aguaceiros, principalmente devido à ação da zona de convergência intertropical (ZCIT). A ZCIT é uma faixa de nuvens que se forma sobre a região equatorial do oceano Atlântico e se desloca para o norte ou para o sul conforme as estações do ano. Quando a ZCIT se aproxima do nordeste brasileiro, ela favorece a formação de nuvens cumulonimbus, que são nuvens verticais que podem atingir até 15 km de altura e produzir chuvas fortes, raios e ventos intensos.
Não há informações sobre o motivo da formação da cumulonimbus, mas há uma alternativa: Durante o verão de 2016, o sertão nordestino estava passando por um aumento no volume de chuvas, possivelmente devido à atuação dos Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis (VCAN), Cavados de Altos Níveis ou sistemas frontais. Isso contribuiu para a formação e chegada de nuvens carregadas para o sertão nordestino, resultando em chuvas volumosas no local, incluindo o Pajeú.
A nuvem que resultou no downburst em Tabira em 2016 foi uma cumulonimbus, ou Cb, na forma abreviada. A Cb estava muito carregada e densa, fazendo com que ela liberasse uma grande quantidade de energia em forma de chuva torrencial (aguaceiro) e fortes correntes descendentes (downburst).
Estimativa da velocidade dos ventos
[editar | editar código-fonte]Os ventos foram estimados exclusivamente pelo estudo com base na Escala de Beaufort, que estima a intensidade dos ventos com base nos efeitos na água e em terra, sem a necessidade de instrumentos. A Escala de Beaufort vai de 0 (calmo) até 12 (furacão).
O downburst em Tabira em 2016 foi classificado como de nível 9 a 10 na Escala de Beaufort, o que representa um valor entre 75 a 102 km/h. Isso se deve aos danos, como destelhamentos de residências, árvores arrancadas pela raiz, outdoors derrubados, entre outros. Para tornar os dados mais precisos, a estimativa dos ventos durante o downburst em Tabira em 2016 foi ajustada para 80 a 95 km/h.
Conclusão
[editar | editar código-fonte]O downburst em Tabira foi um evento raro para a região do Pajeú, que possui um clima semiárido. Ele causou prejuízos para a cidade. Talvez o downburst em Tabira em 17 de dezembro de 2016 tenha sido um dos maiores temporais registrados no Pajeú no século XXI.