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Wikinativa/Apaniecras-canelas

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Apaniecras-canelas
População total

677 (Funasa/Palmas, 2011)

Regiões com população significativa
Brasil
Línguas
Religiões
Xamanismo
Estados ou regiões do Brasil
Brasil Maranhão
situação do território
Registrada

Apaniecras-canelas é um dos subgrupos indígenas dos canelas. Outra divisão conhecida é a do Rancocamecras-canelas, com o qual compartilham a mesma língua e o mesmo repertório cultural.

Localização

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Os Apaniecras tiveram sua terra regularizada no começo da década de 1980, localizada no centro de Maranhão e a 45km da aldeia Rancocamecra de Escalvado. Neste local, há o bioma cerrado nas direções leste e sul e florestas a norte e oeste. Também se encontra próximo o rio Corda, que possibilita a pesca e um melhor solo para a agricultura.

Previamente ao contato com os “brancos”, era estimado que as populações timbira possuíam entre mil a 1500 pessoas. Os grupos menores encontravam problemas para se defender durante as guerras, enquanto os grupos maiores dividiam-se devido à problemas de liderança.

Nimuendajú, um etnólogo de origem alemã que conviveu com várias tribos indígenas brasileiras, estimou que haviam 130 apaniecras-canelas em 1929. William Crocker, antropologista que se especializou nos canelas, contou 225 indivíduos em 1975. Um relatório da Funai em 200 contabilizou 458 índios.

Os Canela falam uma língua da família Jê, porém não compreendem todas as línguas dessa mesma família. Os Apaniecras também conseguem se comunicar em português, embora sem total domínio dessa linguagem. A proporção de homens que falam português é maior que a de mulheres devido ao fato de possuírem mais experiências urbanas e por praticarem o comércio.

As principais atividades economidas dos apaniecras-canelas eram colheita e produção de comida e manufatura e venda de artefatos.

A economia era de subsistência. Entre as principais colheitas da tribo estavam amendoim, milho, batata-doce, inhame, abóbora, feijão-de-corda (Phaselous sp.), mandioca-brava (wayput-re), macaxeira e algodão. Hoje, os principais produtos são mandioca, arroz e feijão. Estes foram adotados pelos apaniecras-canelas após o contato com a sociedade nacional.

A divisão do trabalho era igualitária, onde homens e mulheres praticamente exerciam as mesmas funções. Entre as diferenças, pode ser citado que os homens aravam a terra, porém ambos os sexos faziam a plantação e a colheita. Porém, qualquer sexo faria qualquer tipo de trabalho caso fosse necessário.

Os Canela costumavam acreditar em mais de cem mitos, mas, atualmente, esse número está reduzido. Um dos principais mitos da cultura canela é Awkhêê, que possuia poderes sobrenaturais e se transformava em animais ou outras formas, o que assustou seus tios e os fizeram matá-lo queimado. Porém ele sobreviveu na forma de cinza e voltou à forma de ser humano. Ele assumia sua verdadeira forma como Awkhêê ou a forma de Dom Pedro II, o imperador do Brasil e fez com que os Canela tivessem que optar entre o mundo indígena, representado pelo arco e flecha ou pelo mundo dos brancos, representado por armas de fogo. Os Canela optaram pelo arco e flecha e assim passaram a ser subordinados pelos brancos.

Há vários mitos na cultura canela, os quais costumavam ser narradas na aldeia com o intuito de divertir a população. Essa prática foi perdida em volta dos anos 50, restando apenas algumas histórias de guerra que são contadas como uma referência aos feitos de seus ancestrais.

http://pib.socioambiental.org/pt/povo/canela-apanyekra

http://pt.wikipedia.org/wiki/Apaniecras-canelas

http://pt.wikipedia.org/wiki/Curt_Nimuendaj%C3%BA

http://anthropology.si.edu/canela/literature/encyclopedia.pdf