Wikinativa/Camiranga
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Camiranga | |||
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População total | |||
233 pessoas | |||
Regiões com população significativa | |||
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Línguas | |||
Português | |||
Religiões | |||
Católico | |||
Estados ou regiões do Brasil | |||
Pará e Maranhão | |||
situação do território | |||
Titulada |
Camiranga é uma comunidade quilombola localizada na fronteira dos Estados do Pará e do Maranhão.
Em 2010, o quilombo possuía 233 indivíduos, segundo dados do Censo do IBGE.
Localização
[editar | editar código-fonte]A comunidade está na divisa dos estados do Pará e do Maranhão, na cidade de Concórdia do Pará, numa região conhecida como Gurupi.
Coordenadas -1.822778, -46.260556
História
[editar | editar código-fonte]Foi formada no século XVIII principalmente por escravos fugidos das fazendas de arroz e algodão do Maranhão.
No final do século XIX a mineração do ouro passou a ter papel central na vida dessa e de outras comunidades e Camiranga centralizava o comércio do ouro na região, tendo inclusive uma casa de fundição própria.
Com o declínio da mineração do ouro, tiveram que buscar outros meios de subsistência, como o cultivo de tabaco e arroz. Atualmente sobrevivem da pesca, extrativismo e do plantio. Eles plantam principalmente mandioca, arroz, milho, melancia e feijão , e coletam cupuaçu, açai e bacuri.
Problemas com Terras
[editar | editar código-fonte]Em 1968, a área em que está situada Camiranga foi ilegalmente apropriada pela Companhia Paraense de Desenvolvimento Agropecuário, Industrial e Mineral do Estado do Pará (CIDAPAR), através de uma operação de grilagem. Dois anos depois essa companhia foi a falência e as terras que eram ocupadas por ela começaram a ser vendidas para outras empresas. A grilagem intensificou-se nas décadas de 1970 e 80, quando diversos fazendeiros começaram a se apropriar das terras da região. Em 2002 o Instituto de Terras do Pará (ITERPA), titulou para essa comunidade uma área total de 320 hectares, uma área ainda inferior à área total que lhe pertence, por isso a comunidade ainda reivindica junto ao governo do estado a ampliação da área regularizada.
Situação Territorial
[editar | editar código-fonte]De acordo com a FUNAI (Fundação Nacional do índio), a comunidade possui 320 hectares demarcados pelo ITERPA (Instituto de Terras do Pará). Nos dias de hoje,a comunidade ainda luta por terras que lhe foi tirada na década de 60.
Cosmologia e Religiosidade
[editar | editar código-fonte]Camiranga é um quilombo católico cuja principal comemoração é a festa de São Benedito, o padroeiro da comunidade, que tem início em 17 de dezembro, quando um mastro enfeitado com frutas é levantado. A comemoração segue com a reza de novenas até o dia 24, quando dançam o tambor da crioula durante toda a noite, e, no dia seguinte, ocorre o encerramento da comemoração com uma festa dançante.
Além disso são comemoradas também a festa de São Sebastião ,em janeiro, e a festa Junina, animadas pela quadrilha e pelo boi-bumba.
Referências
- ACEVEDO MARIN, Rosa Elizabeth. Camiranga: mudanças nas antigas terras de preto . Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, Universidade Federal do Pará, Belém, dezembro de 2000.
- ACEVEDO MARIN, Rosa Elizabeth. Terras de preto da região de Gurupi - Pará . Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, Universidade Federal do Pará, Belém, outubro de 1998.