Wikinativa/Kalunga
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Os kalungas ou Calungas são uma tribo que habita regiões próximas à Chapada dos Veadeiros, no estado de Goiás. É composta por três comunidades que estão localizadas nos municípios de Teresina de Goiás, Monte Alegre de Goiás e Cavalcante, sendo esta última. onde se encontra a comunidade mais populosa. Mais recentemente alguns estudos têm indicado a presença de calungas também em regiões do Tocantins, nos arredores de Natividade e regiões isoladas da micro região do samara Jalapão.
A expressão Kalungas significa "Tudo de bom" em dialeto banto africano e também significa "Necrópoles" (linha do mundo dos mortos) em dialeto Kikongo.
Localização
[editar | editar código-fonte]Coordenadas 13°58’02.2” S / 47°29’23.5” W
Na es67336trada da vida 19
História
[editar | editar código-fonte]A origem dos Kalungas ocorreu há mais de 200 anos, quando seus ancestrais fugiam da escravidão presente nas fazendas da região criando quilombos em lugares remotos. Com o passar dos anos ocorreram miscigenações com índios, posseiros, fazendeiros brancos. Além disso, o quilombo também sofreu forte influência de padres católicos, dando lugar à uma cultura hibridizada, característica bastante visível na alimentação e no forte sincretismo religioso, da mistura do catolicismo e de ritos africanos.
Conhecimento Tradicional
[editar | editar código-fonte]Quando encontram uma boa faixa de terra para o cultivo, a distância é ignorada, pois sabem que é nessa região que poderão cultivar alimentos para o sustento das famílias. A 300 anos, a comunidade supera a distância em nome da sobrevivência. O frio na época de inverno é enfrentado com fogo e aconchego humano e o abastecimento de água é fornecido pelos rios que banham a região. Ter braços fortes se torna necessário para carregar o líquido vital em latões ou baldes de até 50 litros cada.
Língua
[editar | editar código-fonte]Utilizam o dialeto Kalunga, específico deste quilombo, que consta na lista de línguas de base africana que correm o risco de extinção no Brasil, as quais podem desaparecer se não houver um registro escrito e a preservação da oralidade destas línguas. uma de suas palavras são me mama.
Cosmologia e Religiosidade
[editar | editar código-fonte]Entre os vários significados da palavra Kalunga destaca-se a interpretação religiosa da palavra, que representa a divindade dos mares (enquanto kalunga grande representa o mar).
A religião dos Kalungas é uma mistura entre seus ritos africanos tradicionais e o catolicismo, devido à influência de padres católicos
Aspectos Culturais
[editar | editar código-fonte]Rainha e Imperador
[editar | editar código-fonte]É um costume que acontece no dia 15 de agosto, durante o festejo de Nossa Senhora D'Abadia, onde são coroados a rainha e o imperador, os quais saem em um cortejo pela capela (lugar onde está localizada uma das duas únicas igrejas da região) seguidos pela população, e no final desta celebração é revelado quem será o responsável pela festa do ano seguinte.
Medicina tradicional
[editar | editar código-fonte]Como suas comunidades estão em uma localização distante das cidades, o que torna mais difícil o acesso a hospitais, os Kalungas utilizam em sua medicina tradicional variadas espécies de plantas e alimentos, nesta lista estão inclusos o abacate, alecrim, batata, café e mais uma grande variedade de espécies, que além de serem utilizadas para fins medicinas são usadas para a alimentação e algumas destas utilizadas em construções.
Situação territorial
[editar | editar código-fonte]O quilombo Kalunga abrange uma área de mais de 230 mil hectares, e é considerada a maior comunidade de remanescentes de quilombos do Brasil.
Desde o período em que começaram a habitar aquelas serras, pouca coisa se modificou, pois os seus ancestrais, ao longo dos anos, adquiriram os conhecimentos básicos necessários para a sobrevivência naquelas terras. Isso é observado no cultivo das roças e na preservação da natureza. Hoje em dia, 93% do território kalunga ainda continua intacto.
O carro não serve no meio daquelas serras. São poucas as estradas que dão acesso ao território, geralmente localizadas nas áreas periféricas. Dentro do Kalunga mesmo, só a pé ou no lombo de mula, uma vez que o cavalo não é ideal para a vida e trabalho dos kalungueiros. O jeito é encarar as serra e os vãos e seguir a caminhada. É assim que eles fazem para ir as roças localizadas próximas ou muito distantes das moradias. E é a pé que eles levam as ferramentas e trazem a produção de suas roças. É comum ver mulheres, homens e crianças de várias idades andando quilômetros carregando “na cacunda” sacas com ramas e raízes de mandioca, sacas de arroz e frutas que são encontradas no caminho.
Autor: Lucas Matheus F A