Wikinativa/Pedro Prates Games(vivencia Guarani 2018 - relato de experiência)

Fonte: Wikiversidade

A viagem estava sendo muito esperada por mim, seria minha terceira vivência e a segunda na Rio Silveiras. Dessa vez iríamos com atividades definidas e estávamos todos animados, de fato, foi uma experiência sublime e a contarei a seguir.

1º dia[editar | editar código-fonte]

Chegamos depois do anoitecer na aldeia, chovia muito e já estava aquele lamaçal que só foi aumentando ao passar dos dias, na correria descarregamos o ônibus e,

primeira noite na vivência

terminado isso, fomos nos concentrar na casa de reza (a mesma que foi construída colaborativamente em outras edições do projeto) e passaram algumas mensagens de recepção para nós, por fim, nos hospedamos na própria casa pois não havia condições de montarmos acampamento, que ficou definido para ocorrer no início do próximo dia.

2º dia[editar | editar código-fonte]

O dia iniciou com a montagem de nossas barracas e um ligeiro desjejum, depois procedemos para a trilha da cachoeira onde ficamos por cerca de duas horas, nos acompanhou os meninos da aldeia e foi uma caminhada suave, aproveitamos nas piscinas da cachoeira e tivemos tempos de pura tranquilidade. Para mim, que não saía do caos urbanos e da frustração das cidades, o momento foi de limpeza e reconexão com a natureza, dali em diante meu corpo e mente, já ansiosos com as experiências que se sucederiam, estavam limpos e prontos para se tingir com as histórias e rezas na aldeia.

vista linda com direito à participação de pessoas

Ao retornarmos para o núcleo em que montamos acampamento - o primeiro entrando na reserva, almoçamos e nos reunimos para os avisos e articulações dos grupos cujas atividades estavam programadas para o dia, como o grupo de plantio tinha marcado seus trabalhos para sábado acabamos por ficar com os outros grupos, andando pela aldeia, conversando com novos amigos e amigas.

Mais tarde, já dentro da Casa, começamos a aprender sobre os primeiros instrumentos com que o "homem" teve contato, oriundos da própria mata, o chocalho que caí da árvore já sendo tocado, outro que só era possível obter quando a árvore já havia morrido e passado pela biodegradação natural. A reza do dia foi cheia de energia, pude fazer uso do chocalho e sovei muito o chão com os pés, tive a sensação de ter retornado e vivido aquilo que meus anteriores viveram, ao final da primeira dança agradecemos à Nhanderú e seguimos para a próxima.

E nisso foi ficando o segundo dia, ao final das prezas, com meu corpo já fadigado e transpirante, fiquei um tempo com o pitinguá para fazer fumaça contemplando as labaredas da fogueira. Retornamos às barracas e descansamos para o dia seguinte.

correntezinha

3º dia[editar | editar código-fonte]

Neste dia iniciaríamos as atividades relacionadas à horta e estuda, com o plantio de ervas medicinais e iguarias usadas pela tribo, os coordenadores da viagem estavam à decidir qual seria o destino turístico na tarde do dia, o Rio Silveiras foi o escolhido por ser um destino imperdível para os que estão tendo os primeiros contatos com a aldeia em Boracéia.

Andamos até o núcleo que tinha a trilha para visitação do Rio Silveiras, ao chegarmos esperamos o grupo se reunir para que fizéssemos a trilha com maior cuidado e sem se separar, durante a trilha tivemos contato com animais e passamos por outras ocas, onde também residiam habitantes do núcleo.