Wikinativa/Poianaua

Fonte: Wikiversidade

Os Poainauas são um grupo indígena que habita o extremo Oeste do estado brasileiro do Acre, mais precisamente na Área Indígena Poyanawa. Esta tribo sofreu bastante com a exploção da borracha no início do século 20, e, desde então, muitos morreram por doenças contraídas dos exploradores e por confrontos. A sua cultura foi se extinguindo, ao passo que estes foram forçados a trabalhar nos seringais, esquecer seus antigos costumes e sua cultura e, além disso, foram catequizados e obrigados a frequentarem escolas. A cultura dos Poianauas voltou a se propagar entre seus membros após a demarcação de seu território. O resgate de sua língua é um desafio para a tribo que está se empenhando em revivê-la, mas é dificultada devido aos poucos falantes restantes.

Poianaua
Representante da tribo Poianaua
População total
Regiões com população significativa
Línguas
Religiões

Localização[editar | editar código-fonte]

A tribo está no Acre e dividida em duas aldeias, umas delas é o Barão do Rio Branco e a outra Ipiranga, no município de Mâncio Lima.

Coordenadas -7.624227,-72.899834

Veja no mapa

Mapa Interativo[editar | editar código-fonte]

Veja no mapa


História[editar | editar código-fonte]

As regiões que eram ricas em caucho e seringa foram visadas pelos exploradores que, por volta de 1890, invadiram estas terras. Com isso, muitos dos nativos fugiram para outras regiões inexploradas e os que ficaram sofreram com estrangeiros sendo submetidos à trabalhos escravos no seringal. Apenas a partir de 1950, quando o Coronel Mâncio Lima faleceu, a tribo foi libertada da servidão. No entanto, ainda eram obrigados a pagar pelo uso das estradas de seringa aos herdeiros de antigos donos do seringal e, com isso, os Poianaua continuavam vivendo como estrangeiros em sua terra. A identificação da Terra Indígena Poyanawa só foi realizada pela Funai em 1977.

Língua[editar | editar código-fonte]

A língua começou a se extinguir quando o Coronel Mâncio Agostinho Rodrigues passou a escravizar os nativos e proibí-los de falar o seu idioma, por volta de 1910. Os que desobedeciam as regras eram gravemente punidos e morreram muitas crianças falantes da língua na época. Em 500 índios da tribo, apenas três falavam o idioma Puyanawa que era Railda Manaitá, de 79 anos que era a única fluente na língua, seu irmão, Luiz Manaitá, de 85 anos, e o ex-cacique Mario Puyanawa, de 65 anos. Railda foi a primeira pessoa a ter a ideia de resgatar a língua ensinando-a, no entanto há diversas dificuldades como a falta de materias pedagógicos.

Aspectos Culturais[editar | editar código-fonte]

A tatuagem facial era utilizado na tribo com uma linha com traços verticais que ia da altura da boca à altura do lóbulo da orelha. Os poianauas possuíam um recipiente para cozinhar os mortos. Eles acreditavam que ao comer a carne humana, o ser recebia as qualidades do falecido. Para tal fato, o líder realizava um ritual em que o cadáver era cozinhado por dez ou doze horas com os participantes dançando e chorando. As suas casas era térreas, sem paredes, com as partes laterais da cobertura chegando até o chão e que abrigava diversas famílias, de acordo com José Castelo Branco em 1950. Em 1980, os registros tiveram dados que mostravam que as casas eram construídas segundo o estilo regional com duas águas, de madeira ou paxiúba (espécie de palmeira) sobre estacas.

Situação territorial[editar | editar código-fonte]

A identificação do territorio indígena pertencente ao grupo Poyanawa foi realizada pela Funai em 1977. http://ti.socioambiental.org/pt-br/#!/pt-br/terras-indigenas/3831

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. http://pib.socioambiental.org/pt/povo/puyanawa
  2. fepi.ipaam.br/biodiversidade/.../Poianaua/Histórico%20Poianaua.doc‎