Wikinativa/Rio das Ras
Rio das Rãs | |||
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População total | |||
Aproximadamente 3000 habitantes. | |||
Regiões com população significativa | |||
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Línguas | |||
Português | |||
Religiões | |||
Religiões afro-brasileiras e evangelicalismo | |||
Estados ou regiões do Brasil | |||
Bahia | |||
situação do território | |||
Território titulado, comunidade |
Alan, Bruno, Carolinne, Marcelo e Renato Kenji
Rio das Rãs é uma comunidade quilombola situada no município de Bom Jesus da Lapa, entre o rio São Francisco e o rio das Rãs.
Segundo os últimos dados disponíveis, ela conta com cerca de 700 famílias.
Localização
[editar | editar código-fonte]Município de Bom Jesus da Lapa, entre o rio São Francisco e o rio das Rã, no estado da Bahia.
Coordenadas: 13°15'S, 43°25'O
Organização Social
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A população do quilombo é de aproximadamente 3000 habitantes e 700 famílias que se distribuem por diversos pontos de seu território nas localidades conhecidas como Brasileira, Capão do Cedro, Enxu (ou Exu), Riacho Seco, Mucambo, Pau Preto, Retiro, Corta Pé e Rio das Rãs.
História
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A região, que passou a ser ocupada a partir do século XVI, se encontra no médio Rio São Francisco e entre os séculos XVII e XVIII, a região teve uma época de ouro, pois se encontrava na rota canavieira nordestina e mineradora, principalmente com a criação de gado. Depois, infelizmente enfrentou grandes dificuldades por mais de cem anos, decorrentes da decadência da atividade pecuária, assim, nessa época só permaneceram na região os negros e os índios aquilombados.
Com a criação da Lei de Terras em 1850, muitos supostos "donos "das terras buscaram obter ou regularizar títulos de propriedade sem tomar conhecimento dos direitos da população que já ocupava a região a muitos séculos. Foi nesse período que o coronel Deoclesiano Teixeira tomou o controle sobre as terras dos quilombolas de Rio das Rãs.
Segundo relatos, os quilombolas que moravam na região nessa época, selaram um acordo com o coronel, mas que na prática, tornaram-se agregados, trabalhando para ele como vaquejadores. Esse arranjo só viria a se modificar na segunda metade do século seguinte.
Depois de quase um século de paz, a comunidade enfrenta novamente problemas, pois no início da década de 1970, novos conflitos se iniciaram na região. A violência foi intensa e muitos quilombolas foram expulsos, além de algumas localidades acabarem se extinguindo. No início da década de 1980, a compra dessas terras pelo Grupo Bial-Bonfim Indústria Algodoeira agravou ainda mais essa situação de conflito.
Nessa luta, os quilombolas contaram com diversos aliados como o Ministério Público Federal, o Movimento Negro Unificado e a Comissão Pastoral da Terra. A comunidade saiu vitoriosa e conseguiu em 2000 o título sua terra.
Os quilombolas de Rio das Rãs tornaram-se exemplo de luta e estímulo para outras comunidades quilombolas da Bahia e do Brasil por sua resistência e suas conquistas.
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Língua
[editar | editar código-fonte]Na comunidade o português é a língua praticada.
Cosmologia e Religiosidade
[editar | editar código-fonte]Assim como em muitos lugares no Brasil, atualmente tem crescido o evangelismo na região, mas também ainda sofrem grande influências de religiões africanas trazidas pelos escravos.
Aspectos Culturais
[editar | editar código-fonte]A cultura é a herdada dos antepassados africanos: Capoeira, samba-de-roda, música popular. Há também uma forte memória quanto a escravidão, como histórias de tortura, fuga da casa grande, vida no mato entre outras dificuldades enfrentadas pelos escravos.
Conhecimento tradicional
[editar | editar código-fonte]Na comunidade havia um fraco elo com a cultura do passado, muito em conta por uma falta de eventos mobilizadores da identidade coletiva do grupo, o que só foi ocorrer quando ela passava por forte crise em relação ao território, que se foi dada uma maior importância a história, com uma forte lembrança à "época de ouro", onde não eram incomodados por fazendeiros e eram auto-sustentáveis, assim, a cultura dos antepassados africanos foi recuperada. [2]
Situação territorial
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Rio das Rãs teve seu território titulado pela Fundação Cultural Palmares no ano de 2000 com 29000 mil hectares.
Nessa luta a respeito de suas terras, os quilombolas contaram com diversos aliados como o Ministério Público Federal, o Movimento Negro Unificado e a Comissão Pastoral da Terra.
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Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ http://www.cpisp.org.br/comunidades/html/brasil/ba/ba_ras.html
- ↑ VERAN, Jean-François, Rio das Rãs, memória de uma comunidade remanescente de quilombo, Afro-Asia 21-22, 1998-1999
- ↑ http://www.cpisp.org.br/comunidades/html/brasil/ba/ba_ras.html
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