Wikinativa/Vivência na aldeia Guarani Rio Silveiras 2022/Relatório do Grupo Infraestrutura (2022)

Fonte: Wikiversidade

O presente relatório tem como objetivo elucidar as atividades, impressões e observações do Grupo de Infraestrutura na vivência de campo no Núcleo Porteira da Aldeia Rio Silveiras - Bertioga durante os dias 04 a 06 de novembro de 2022. A vivência orientada para o intercâmbio sociocultural com os povos originários Guarani tinha como docente responsável Jorge Alberto Silva Machado do Curso de Gestão de Políticas Públicas na disciplina formal Seminário de Políticas Públicas Setoriais II. Para mais informações sobre o roteiro da viagem, acesse o início desta Wiki.

O grupo de Infraestrutura era formado por seis alunos coincidentemente do curso de Bacharelado de Gestão de Políticas Públicas: Beatriz Celestino, Guilherme Luciano dos Santos, Paola Giovanna dos Reis, Yure Alves, Thalita Portela e Núbia Dias.

A feitura deste relatório, entretanto, foi feita somente pela aluna Beatriz, uma vez que era a única que participou fisicamente da disciplina e é matriculada; Guilherme Luciano contribuiu presencialmente com a Infraestrutura, mas não é mais aluno regularmente matriculado; Thalita, Paola e Núbia não puderam comparecer na vivência e, portanto, farão atividade avaliativa diferente, relatório geral para a primeira e ensaio as últimas; e Yure, embora contribuiu presencialmente é monitor voluntário da disciplina, portanto, não participa do método avaliativo cujo produto de entrega é esse material.


1. Atividades Realizadas

As atividades realizadas pelo Grupo de Infraestrutura corresponderam principalmente a quatro, sendo elas descritas detalhadamente abaixo.


1.1. Organização da quantidade de barracas x necessidade de barracas

  • Tarefas: i) levantamento de pessoas sem barraca; ii) delimitação do número de barracas necessárias para alocar todas as pessoas; iii) busca ativa
  • Duração: 3 horas
  • Comentário: o tempo estimado corresponde ao tempo para combinar com os donos de barracas os empréstimos e logística para retirada.
  • Recomendação: de todas as atividades, essa foi a mais trabalhosa segundo a aluna. Isso porque, demandou um esforço físico antes e depois da vivência. Desta forma, sugere-se que o próximo Grupo de Infraestrutura pense em outro formato para garantir que todas as pessoas tenham local para dormir e menos percalços, ao invés de responsabilizar uma pessoa pela busca, retirada, limpeza e devolução das barracas emprestadas. O tempo para busca ativa das barracas foi de uma semana, com a excepcionalidade de ter feriado e segundo turno, com isso, combinar e retirar as barracas colocou a aluna na necessidade de separar um tempo que antes estava dedicado a outra atividade em sua rotina. Nesse sentido, seria interessante começar a organizar os detalhes antes (Infraestrutura) e ter uma precisão maior de quem precisa de barraca ou não com antecedência. No dia da viagem, vários alunos que sinalizaram necessidade de barraca levaram, e se essa informação fosse transmitida, o Grupo de Infraestrutura não teria tido o trabalho de conseguir duas barracas a mais, se deslocar e carregar barracas.


1.2. Suporte a montagem e desmontagem das barracas

  • Tarefas: i) compreensão do tipo de barraca de acampamento (padrão ou sofisticado); ii) colocação das varetas de forma cruzada; iii) levantamento das quatro vértices; iv) fixação das vértices com a utilização de pinos do equipamento e auxílio de martelo de plástico; v) colocação da capa  
Amanhecer do Núcleo Porteira da Aldeia Rio Silveiras, Bertioga - SP.jpg
  • Duração: 5 a 10 minutos a depender da barraca
  • Comentário: o martelo foi levado por Guilherme tendo em mente a possível necessidade de utilização.
  • Recomendação: considerando o clima chuvoso e sereno, sugere-se que as próximas turmas comprem uma lona. Quando a aluna comprou, encontrou um meio termo entre a lona azul e lona preta que tinha o melhor custo x benefício.
  • Descrição da figura: a imagem tirada por Luan Carlos Martins da Silva do amanhecer retrata as barracas, seus tipos, estilos e disposições no espaço.
Banheiro comunitário do Núcleo Porteira da Aldeia Rio Silveiras, Bertioga - SP


1.3. Orientação e direcionamento de locais do espaço físico

  • Tarefas: i) reconhecimento do local, suas divisões geográficas, físicas e limitações; ii) transmissão de conhecimento e dicas
  • Duração: imediata
  • Comentários: para essa atividade, Guilherme e Beatriz fizeram uma inspeção do local, observando cada detalhes.
  • Descrição da figura: banheiro comunitário composto por quatro chuveiros (um com água quente), quatro vasos sanitários e um tanque de lavar roupa. Os banheiros e chuveiros não estavam em condições de higiene recomendáveis, a água do chuveiro escoava pelo chão no céu aberto devido ao entupimento do ralo.


1.4. Amparo a demandas pontuais

  • Tarefas: i) compreensão da necessidade pontual; ii) raciocínio sobre soluções; iii) busca ativa por sua resolução
  • Duração: imprecisa
  • Comentários: nessa atividade, Beatriz contribuiu com a tentativa de tapar um buraco de um colchão de casal inflável; deu remédio para aluna com alergia e ajudou na compra de mais quantia para continuidade do tratamento; e ajudou na locomoção de pessoas entre as pedras da cachoeira 3,5 km do Núcleo Porteira.
  • Recomendação: levar uma fita especial para colagem de colchão inflável; sugerir enchimento prévio para conhecimento do furo antes da viagem caso tenha ou levar um colchão extra.


Em linhas gerais, a aluna entende que a Infraestrutura do local é precária, que é urgente a visibilização de atores políticos sobre a necessidade de promoção de políticas públicas estruturantes como a ampliação de banheiros e chuveiros, criação de tratamento de água e estabelecimento de parcerias contínuas para conhecimento de maiores demandas que impactam a saúde dos indígenas, mas não interfira no seu modo de vida Nhandereko. A partir da parceria da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP) na figura do professor Jorge Machado e professor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), foi possível levar corpo de dentistas formados e em formação para cuidados da saúde bucal e possibilidade de vida sem dor dos indígenas. Com isso, percebe-se que há um passo externo dentro da academia e acolhimento dos indígenas. Entretanto, é preciso que amplie essa rede de relacionamento entre indígenas e não indígenas na busca por intercâmbio comunitário e crescimento recíproco das partes envolvidas onde não há preponderância da cultura branca-europeia sobre a indígena, mas a sua vivência harmônica e estímulo a preservação da cultura dos povos originários.