Wikinativa/Vivência na aldeia Guarani Rio Silveiras 2022/Relatório do Grupo de Recreação (2022)

Fonte: Wikiversidade
                                               Relatório Grupo Recreação

Integrantes do grupo: Alisson Felipe | 11206215 Antonio Ouro | 11206021 Gabriella Kojol Paiva | 10850860 Isabella Miranda | Julia Valle | 10816590 Luan Carlos Martins | 11352143 Lucas César | 11369520 Lucas Fernandes | 12684416 Natalia Rufino | 11206282 Sofia Souza | 11270121


1. Qual a proposta do grupo da recreação?

O grupo de recreação tinha a proposta de discutir dinâmicas de lazer que pudessem interagir entre os nativos da aldeia com os alunos visitantes e, também que fosse possível criar alguma relação durante as interações com eles, portanto o grupo ficou responsável por planejar e conduzir brincadeiras da Vivência na aldeia Guarani Rio Silveiras durante os dias 5 e 6 de novembro. A intenção era criar dinâmicas de interação com as crianças, principalmente, que são mais abertas com visitantes. Durante algumas aulas anteriores à vivência foram realizadas trocas de ideias para atividades e brincadeiras que poderíamos realizar no local, esses alinhamentos também foram realizados por meio de um grupo no WhatsApp. A ajuda de pessoas que haviam participado de vivências anteriores foi importante nesse processo. Essas pessoas nos informaram sobre as brincadeiras que tiveram uma grande aderência da aldeia, principalmente por parte das crianças que sempre eram muito participativas nas atividades, e, também nos alertaram sobre a importância de não ter um cronograma fixo, mas sim, adaptável de acordo com a dinâmica do dia. Nesse sentido, na última aula antes da viagem, finalizamos nosso planejamento buscando ter a maior parte de elementos que pudéssemos explorar durante a vivência. Por entendemos que a experiência se tratava de uma imersão em outra cultura, em conversa, foi levantado que seria interessante buscarmos levar brincadeiras que fossem de interações com grandes dinâmicas e que estivessem na bagagem cultural da maioria das pessoas, como brincadeiras muito vivenciadas na infância, com isso ficou acordado que levaríamos alguns brinquedos que pudessem colaborar com essa experiência, como bambolê, pular corda, e também, brincadeiras prontas, como pique bandeira, “aviãozinho”, entre outros. Pensando em possíveis imprevistos que poderiam ocorrer durante a vivência, também deixamos livre para realizarmos algumas brincadeiras da própria aldeia que pudessem surgir no decorrer dos dias.


2. Quais atividades foram realizadas e quais objetos?

As atividades de foram realizadas pelo grupo de recreação foram majoritariamente desenvolvidas na manhã e tarde de sábado, eram momentos em que tinham maior presença de crianças brincando com todos. Dessa forma, o grupo foi sentindo a dinâmica e a abertura das crianças que ali estavam presentes, e, seguindo a orientação das pessoas que já tinham participado em outros anos, foi deixado que as atividades fossem começadas de forma orgânica, com isso acordamos que seria interessante deixar os brinquedos à disposição para que as crianças se sentissem à vontade em interagir com eles, deixamos bambolês, cordas e bolas posicionadas. As crianças foram se sentindo mais à vontade e foram se juntando com nosso grupo, conversando e interagindo com com todos. Por conta do diverso oferecimento de brincadeiras e brinquedos, alguns grupos se formaram, com pessoas pulando corda, brincando de amarelinha e aviãozinho com os bambolês, toquinho e gol a gol com as bolas e também pega-pega. As crianças foram criando grandes laços com as pessoas de forma muito espontaneamente, elas foram interagindo e ficando cada vez mais entusiasmadas com as brincadeiras.

Durante o sábado, uma atividade que o grupo propôs ao notar as interações e por ser muito dinâmica e de grande aderência por parte das pessoas para realizarmos com as crianças, foi a brincadeira de pique bandeira. A proposta da brincadeira era que fosse formado 2 grupos que fizessem uma disputa entre si, cada um deles deveria obter a bandeira do outro, sem ser pego, para isso usamos camisetas dispostas no final de cada espaço. E os outros participantes deveriam tentar proteger para que o seu adversário não entrasse no seu território de proteção. Ao entrar no outro espaço e a pessoa fosse pega pelos participantes daquele grupo, você ficaria “congelado”, até que outro colega pudesse te salvar, ou puxando de volta para o seu espaço ou na tentativa de capturar a bandeira do adversário.

Repetimos essa brincadeira algumas vezes, Pique Bandeira é uma brincadeira que estimula a competição, a concentração, diferentes estratégias de jogo e o trabalho em equipe. Foi um momento bem divertido e de união também, as crianças se divertiram muito, assim como nós adultos, foi um momento de muita interação e conexão com os pequenos, e teve uma boa interação com os participantes da aldeia.

Outra brincadeira realizada foi de esconde-esconde, em que uma pessoa ficava contando de zero até dez, de olhos fechados e o resto do grupo se escondia, a pessoa que ficava contando ao terminar tinha que procurar os participantes e ao encontrá-los deveria ir correndo até o lugar onde contou e gritar seu nome. Essa brincadeira teve bastante sucesso, e as crianças pediram para repetir algumas vezes e ao longo delas foram chamando mais delas para participar.

Os brinquedos disponibilizados pelo grupo para as crianças foram muito utilizados, como os bambolês, em que elas criaram diversas brincadeiras, sejam elas se rebolando com eles, seja usando eles como obstáculos para amarelinha e também elas se aventuravam pulando entre cada um deles. Outro brinquedo bastante usado, foi a corda, em que as crianças usaram bastante pulando entre cantigas muito usadas ao pularem cordas, na qual elas tinham que pular de acordo com o que a música ia propondo para elas fazerem. Outra brincadeira que também aconteceu durante a vivência foi o futebol, praticado com o auxílio de “golzinhos” improvisados com chinelos. Por se tratar de uma atividade que todos conhecem, a adesão foi muito grande por parte das pessoas que estavam presentes, dessa forma envolveu adultos, como os professores, alunos, as crianças e jovens indígenas, com muito divertimento e companheirismo das equipes. A grama escorregadia proporcionou uma dezena de lances engraçados, o que deixou as partidas bem divertidas.

Houve também a corrida dos alunos com as crianças nas costas, por conta da grande interação, elas propuseram que carregamos elas nas costas como forma de “aviãzinho”. As crianças ficaram muito entusiasmadas com essa brincadeira e foi realizada uma corrida entre todos que estavam ali, essa dinâmica causou grande euforia e divertimento nas crianças, e que só foi pausado por conta cansaço.

As crianças foram as que mais se aproximaram do grupo, sempre muito espontâneas e curiosas, a todo momento elas estavam interagindo ao nosso redor, conversando, com muita troca e amorosidade. Dispostos e com muita energia para brincar, conversar, e trocar sobre a vida, sobre o seu modo de vida e subjetividades. Essa interação foi bem importante para que fossem fomentadas as brincadeiras de forma muito fluida e integradas entre todos.


3. Conclusão/ reflexões

Apesar de pré-delimitado, o grupo da recreação contou com a participação de todos os envolvidos nessa vivência. Foi um momento de integração muito dinâmico entre os envolvidos e que proporcionou uma grande conexão entre os alunos e as crianças. Também foi possível perceber a diferença com o tempo e relação com o momento presente. Podemos perceber que realmente a dinâmica é fluída, conseguimos realizar as brincadeiras que havíamos planejado, mas não necessariamente na ordem que pensamos. No momento, o grupo sentiu como a relação com as crianças estava e a partir dai decidiu a melhor forma de interagir com elas. O planejamento em sala foi importante, mas o convívio com elas na aldeia foi o maior responsável pela definição das atividades realizadas.

As ações foram feitas de forma dinâmica e orgânica conforme a interação com as crianças e isso tornou o momento ainda mais envolvente e animador. Podemos observar o quanto as crianças estavam felizes e queriam brincar com o grupo, e também o quanto o grupo estava disposto e entregue à experiência. As crianças gostaram muito de brincar com os bambolês e de pique-bandeira. Elas também gostaram de brincar de aviãozinho, pular corda, corrida. Elas foram bem receptivas e gostavam de conversar também.

Acreditamos que o aproveitamento do grupo foi superior ao que esperávamos, a disposição delas era constante e todas as brincadeiras propostas foram aceitas com grande abertura por todas elas e foram desenvolvidas com naturalidade. Tão natural que às próprias crianças, percebendo a nossa disposição também, propunham muitos momentos de brincadeiras, a todo momento. Acreditamos que o papel da recreação, foi fundamental para a composição de todos na vivência, já que o nosso principal objetivo de criar laços e desenvolver uma maior interação através do lazer, com brincadeiras e trocas foi atingido com grande sucesso, isso fez parte de toda a experiência e contribuiu para o desenvolvimento de um espírito colaborativo entre todos que participaram.