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Wikinativa/Yngrid Cascais Teixeira (vivencia Guarani 2018 - relato de experiência)

Fonte: Wikiversidade

Saímos da EACH em uma quinta feira rumo a aldeia, antes do embarque viam-se expressões diferentes entre os que iriam viajar: os que nunca haviam ido pra aldeia sentiam um misto de ansiedade e curiosidade, os que já haviam ido em vivências anteriores sentiam felicidade e ansiedade de encontrar pessoas que conheceram em vivências anteriores. Embarcamos e chegamos na aldeia já a noite, deveria ser por volta de 20h00. Chegamos e chovia uma chuva leve, carregamos nossas coisas para dentro da opã e aguardamos a reza se iniciar, lá recebemos as boas vindas da comunidade local e tivemos um primeiro contato com os indígenas e sua cultura. Terminando a reza todos nós fomos nos alocar dentro da casa de reza, que é onde passaríamos a noite e após isso fomos jantar. Assim se encerrou nossa primeira noite na aldeia, dormimos todos juntos na casa de reza, um momento muito agradável e de coletividade

. No dia seguinte acordamos em uma manhã agradável, acredito que muitos de nós (inclusive eu) tenham comido tipá pela primeira vez, já que a comunidade o fez para a gente. Começamos a nos organizar para visitar o rio e a cachoeira, nos concentravamos assim que ouviamos os gritos de “Bora pessoal!” proferidos pelo monitor da disciplina, o Carlos, isso foi algo que também ficou nas memórias dessa viagem. Visitamos o rio e foi um momento muito acolhedor, todos juntos, reunidos auxiliando um ao outro para que não caísse nas pedras, aquilo tudo foi revigorante. Após isso voltamos para o núcleo em que estávamos e almoçamos, enquanto estávamos conversando após o almoço surgiu a ideia de propormos brincadeiras para as crianças e para todo mundo que ali estava, com isso, brincamos de pular corda, corrida de saco, amarelinha, vôlei, futebol e de outras brincadeiras que foram surgindo organicamente; para mim um dos momentos mais encantadores da vivência, onde estivemos todos juntos e alegres em torno das brincadeiras, após isso ficamos todos por aquela região onde brincamos, conversando e confraternizando, comemos o pão que o grupo da padaria fez e fomos para a reza, depois jantamos e ficamos mais um tempo conversando, já que a noite estava agradável.

No sábado acordamos todos com muito calor dentro das barracas, tanto calor que quase todos saíram ao mesmo tempo de suas barracas, pois o sol começou a esquentar. Tomamos café novamente com o tipá e começamos a nos preparar para visitar uma outra cachoeira, dessa vez mais longe do que a que fomos no dia anterior, fomos caminhando até lá, conversando no caminho e para chegar ao local da cachoeira fizemos uma pequena trilha não muito difícil (vimos até uma cobra no caminho) e atravessamos um pequeno trecho do rio a pé, chegamos na cachoeira e era um lugar lindo e agradável, também experimentamos rapé, ficamos mais um tempo nos concentrando e depois disso nos dirigimos a um encontro com o cacique que nos contou das dificuldades ali encontradas e respondeu algumas dúvidas do grupo, depois nos dirigimos para o núcleo e a natureza nos surpreendeu com uma forte chuva, que molhou a terra que estávamos pisando, já pulando para o período da noite, fomos para a reza e depois da reza um grupo ofereceu um cine-documentário com perspectiva indígena para todos que estavam lá (e ainda teve pipoca), depois comemos os pães que os guerreiros da padaria nos trouxeram, depois de muitas dificuldades enfrentadas por eles. Nos recolhemos enquanto já garoava a noite.

No último dia de nossa vivência fomos acordados com chuva, o que acabou com os nossos planos de irmos para a praia nesse dia, acabamos ficando todos aglomerados em lugares cobertos para nos proteger da chuva e almoçamos uma deliciosa sopa. A comunidade fez na casa de reza uma espécie de despedida para nós e logo após isso o nosso ônibus chegou para nos trazer de volta.

Na volta eu me sentia cansada, porém feliz e completa pela experiência, pelos momentos, pelos amigos que fiz e principalmente pelo exercício do senso de coletividade que tivemos na vivência, sem dúvidas é uma experiência muito marcante em minha vida pessoal e acadêmica.