DC-UFRPE/Licenciatura Plena em Computação/Educação à Distância/Gestão da inovação da educação a distância

Fonte: Wikiversidade

Gestão da inovação da educação a distância[editar | editar código-fonte]

O processo de inovação no setor educacional envolve uma série de componentes que, na perspectiva da Engenharia de Produção, são sistematizados e possibilitam um considerável lucro e valor para as instituições. Este trabalho descreve pontos fundamentais para a análise da inovação em EAD, envolvendo subsistemas e componentes do planejamento estratégico tais como: fontes de conhecimento, a criação, a transmissão, a interação, o aluno e o ambiente de aprendizagem. é prevista na gestão da inovação a prospecção de regras para adequação de modelos de negócio, baseado em indicativos de proposição de valor, cadeia de suprimentos e nas características do cliente-alvo.

Faz-se necessário atingir um alto nível de envolvimento dos gestores e da equipe de docentes e técnicos para implementação da inovação na organização.

Também é esperado que projetos de inovação com alto grau de flexibilidade e criatividade que permitam a integração de saberes, a capacitação de equipes multidisciplinares e o uso racional de tecnologias de informação e comunicação para o compartilhamento igualitário do conhecimento façam parte das políticas públicas e dos modelos propostos pelos especialistas da área.

A educação a distância não apenas como novo modelo educacional mas também como novo modelo de negócio. Para isso, é necessário repensar todo o planejamento estratégico e processos técnicos e administrativos das instituições de ensino dispostas em adotar o EAD.

Esta análise irá identificar os inúmeros fatores que interferem no processo de planejamento e execução do plano didático-pedagógico de um curso EAD.

Para incorporar a inovação na EAD é necessário construir modelos criativos e flexíveis que valorizem os produtos e serviços oferecidos, atentando para a qualidade e para a satisfação do cliente-alvo, ou seja do aluno.

De acordo com Levy (2003), o sucesso de um curso em EAD depende da reavaliação por parte dos administradores, funcionários, docentes e alunos dos programas oferecidos.

Áreas específicas como a visão e os planos, o currículo, a formação e suporte, os serviços aos estudantes, o treinamento dos estudantes e o apoio são exemplos de áreas que devem ser levadas em consideração durante o planejamento e desenvolvimento do curso.

Levy(2003) também considera como fator chave a aceitação e o entendimento da visão da instituição para o EAD por parte dos responsáveis pela implantação da modalidade. Isto permitirá que estes assumam o compromisso de colaborar no processo de mudança em todos os seus aspectos o que traz, por consequência, um programa de aprendizagem eficiente e traz outros benefícios como a racionalização de investimentos e de tempo para desenvolvimento de programas de capacitação técnica e da qualidade da educação para comunidade.

O sucesso do EAD pode ser alcançado com a implantação de políticas que favoreçam os subsistemas compositivos do EAD, que são as fontes de conhecimento, a criação, a transmissão, a interação, o aluno e o ambiente de aprendizagem contribuindo para a sustentabilidade do curso, na medida que trabalhem harmoniosamente e de maneira equilibrada tendo como meta a satisfação do aluno.

Os conceitos envolvidos simultaneamente no processo de inovação e no planejamento estratégico de cursos na modalidade EAD são descritos a seguir para suscitar reflexões sobre o tema.

fontes de conhecimento a criação a transmissão a interação o aluno o ambiente de aprendizagem

Segundo D’Avila, Epstein e Shelton (2007), o novo modelo de inovação depende da sustentação da organização em combinar as mudanças em tecnologias e no modelo de negócios. No entanto, para se firmar um processo estratégico da inovação nessas instituições inexperientes, o modelo de negócio deve ser balizado pelas condições da proposição de valor, da cadeia de suprimentos e o cliente-alvo. Onde a proposição de valor se refere é o curso propriamente dito, onde o desafio das organizações passa a ser a inovação na oferta, qualidade e atendimento das necessidades através dos cursos ofertados. Porém, ainda existe resistência vinda dos docentes e da própria organização, na busca por inovação dentro de seus serviços.

A cadeia de suprimentos, diz respeito ao aumento do valor de negócio e dos clientes, pela otimização do fluxo de produtos, serviços e informações relacionadas, devendo levar em consideração todos os atores envolvidos no processo de produção dos cursos. Todo o padrão de entrega de um curso deve ser planejado, visando facilitar a comunicação e promover a usabilidade da plataforma pelos alunos e facilitadores que trabalham, respectivamente, como consumidores e fornecedores.

A visão a se ter é que não basta apenas efetuar a entrega do material ou curso ao aluno, sem gerenciar e controlar o retorno ou feedback que aponte se o processo de ensino-aprendizagem se concretizou, a instituição deve ir além e estudar a implantação de “robôs” que controlem automaticamente o uso e as dificuldades de todos os atores no uso do sistema de entrega online do curso. A perspectiva de Cliente-Alvo se dá pela identificação do segmento de clientes ao qual quer se atingir. Entender o público alvo é crucial para o desenvolvimento no processo de inovação dentro do modelo de negócio das Instituições Educacionais.

O crescimento da EAD (2004-2007) foi de 24,9% no número de alunos e de 14,2% de instituições que ofertam a modalidade. Os dados referentes à quantidade de alunos em projetos credenciados mostram que nos últimos três anos o número de alunos em EAD cresceu 213,8% e o de instituições credenciadas, 54,8% (ANUÁRIO..., 2007). O perfil dos alunos da EAD no Brasil apresenta as seguintes características: quanto aos aspectos do gênero humano, o sexo masculino é predominante para os cursos de educação básica/técnica/EJA (credenciamento estadual) e o sexo feminino para cursos de graduação e pós (credenciamento federal); quanto à idade média dos alunos, prevalece o número de estudantes com mais de 30 anos de idade, ou seja, 35,8% das instituições da amostra ou para exatamente 50% das 100 instituições que responderam a esta pergunta; quanto à faixa etária: 1/3 dos alunos a distância estão na faixa etária entre 30 e 34 anos, ou seja, 32% dos respondentes; quanto à faixa de renda: 29% dos alunos têm renda entre 1 e 3 salários mínimos, contra apenas 21% com renda superior a 3 salários mínimos (ANUÁRIO..., 2007). Dentro deste apanhado, algumas características distinguem-se, como: na modalidade presencial o aluno pode até ser um receptor passivo, mas na modalidade a distância precisa ser ativamente mais interessado no processo de aprendizado.

Para Belloni (2001), são três as dimensões dos saberes docentes: Pedagógica (orientação, aconselhamento e conhecimentos do campo específico da Pedagogia); Tecnológica (utilização de estratégias tecnológicas na educação); Didática (formação específica do professor em determinados campos científicos, com necessidade constante de atualização, além das competências pessoais de cada um).

Para Palloff e Pratt (2002), as recentes teorias elaboradas nos círculos educacionais postulam que os alunos constroem ativamente o conhecimento e o significado por meio da experimentação, da exploração, da manipulação e do teste de ideias na realidade. A interação e o retorno dos outros colegas e do professor/tutor ajudam-no a determinar a exatidão e a pertinência das ideias. Desta forma, atividades em grupo, simulações e uso de questões abertas são forças poderosas no processo de aprendizagem online.