Práticas Corporais 2016/Aula 4
Editores Aula 4: Felipe Ávila, João Victor Marins Rosa e Rafael Mantovani Bezerra
I. Tema e objetivos da aula:
[editar | editar código-fonte]Tema: Educação Somática.
Objetivos: Utilizar da meditação para proporcionar sensações e autoconhecimento.
II. Materiais e espaços utilizados:
[editar | editar código-fonte]Materiais: Aparelho de som, Computador, colchonetes, cronômetro, Data Show e uvas-passas.
Espaço: A parte prática da aula ocorreu no anfiteatro localizado na unidade da UNIFESP situado na avenida Ana Costa 95, que conta em sua estrutura com um tablado de tatame. Já a aula teórica foi ministrada na em sala de aula (número 1), segundo andar da unidade.
III. Método didático:
[editar | editar código-fonte]A aula foi dividida em duas partes, sendo elas uma prática e uma teórica, respectivamente.
Prática:
- Repetição de práticas presentes nas três aulas anteriores (Automassagem, Lian Gong e Yoga, respectivamente);
- Ensino e experimentação da meditação, com contextualização da prática pelo Prof. Dr. Vinícius Terra.
Teórica:
- Apresentação do grupo anterior (Fernanda, Luanna e Olívia) do relato da aula 3 na Wikiversidade;
- Apresentação por parte dos alunos Felipe Avila, João Victor e Rafael Bezerra dos textos a serem lidos para a aula 4;
- Debate rápido sobre o tema do texto, acrescido de comentários feitos pelo professor sobre a temática.
IV. Descrição das atividades:
[editar | editar código-fonte]A aula teve início pontualmente às 8 horas, no anfiteatro da unidade Ana Costa. Após isso, o professor começou contextualizando a aula, dizendo que ela seria a com maior tempo de prática do módulo, pois trataria de todas as práticas que podem ser documentadas no diário. Logo em seguida ele orientou os alunos para que se deitassem e dessem início à prática de Automassagem Matinal Chinesa.
Logo em seguida, todos se levantaram e deram início à prática do Lian Gong em 18 terapias, com o professor se atendo muito mais às correções posturais do que ao comando sonoro da prática, que era feita com auxílio de aparelho de som (ambas as práticas foram descritas e documentadas aqui: Aula 2).
Na sequência ocorreu o início da prática da Yoga. Ela se inicia com o indivíduo sentado, de forma confortável e com "pernas de índio", e este deve imaginar que sua cabeça está sendo puxada em seu centro por um fio preso ao teto, para manter uma postura ereta, ainda que de forma confortável. A aula foi documentada com fotos que se encontram aqui: Aula 3.
Então se iniciou a novidade da aula, a meditação (ver video). Para contextualizá-la, o professor, de forma oral, pediu para que todos se sentassem nos bancos fora do tatame, de forma confortável. Alguns preferiram sentar-se nos colchões, outros no tatame e encostarem suas costas no banco, entre outras posturas. Então ele começou a contar sobre a meditação, que é por vezes ligada às religiões, porém não se prende a nenhuma. Por exemplo, no caso do catolicismo, uma prática meditativa seria o terço, o orar. Assim sendo, a meditação deve estar sempre ancorada a algo, sendo que o indivíduo coloca seu foco e atenção sobre aquilo, seja ele um objeto, um pensamento, ou desejo, entre outros. Ela busca a sensação de atenção plena em algo, ou mindfulness. Assim sendo, o indivíduo que medita se livra mais fácil de pensamentos, se misturando menos às emoções e dores, fazendo com que tenha uma menor tensão em seu corpo, especialmente em seus músculos faciais. Por isso, seu intuito é que o indivíduo sinta mais o seu corpo sem se preocupar tanto com o que lhe é externo.
De forma didática, vamos dividir a meditação em algumas partes, especialmente em relação às áreas corporais:
1 - A primeira orientação foi para que todos, assim que houvesse o comando, ficassem de olhos fechados e não mais os abrissem até o fim da dinâmica;
2 - A segunda foi para que mantivessem uma de suas mãos à frente do corpo, em posição de súplica, para receberem um objeto. Ao recebe-lo, não poderiam fechar a mão nem produzir movimento, apenas deixa-la parada. Nessa posição, deviam tentar identificar peso, textura, calor, umidade, tamanho e forma, e também tentarem imaginar cheiro e cor;
3 - Agora, com as mãos já fechadas, foram orientados a sacudirem o objeto para auxiliar na percepção, e depois a sacudirem perto do ouvido para tentar ouvir o que o ruído podia trazer para a percepção;
4 - Agora já podendo utilizar da outra mão, os alunos foram orientados a passarem o objeto na palma e ponta dos dedos, para sentir se a percepção é diferente nesses locais;
5 - Após isso, a percepção se deu no rosto, com as mãos deslizando o objeto pela maçã do mesmo, nariz e boca. Após passarem na boca, foram orientados a passar os lábios entre si para sentirem se havia deixado óleo, se a boca ficou viscosa, entre outras coisas;
6 - Após esses 5 passos, foram especificamente para os ouvidos, devendo apertar o objeto para ouvirem o barulho;
7 - A orientação nesse momento foi para que passassem uma das mãos pelos lábios e no nariz para sentirem cheiro;
8 - Nesse momento deviam segurar o objeto com os lábios, sem que ele adentrasse a boca. Lentamente o objeto podia ser colocado na boca, e permanecer sobre a língua sem ser mexido. A saliva produzida durante esse período de sensibilização não deveria ser engolida, e o movimento do "Dragão revolve os mares" presente na automassagem foi mencionado, devendo ser executado junto do objeto dentro da boca. Após isso, o objeto devia ser levado ao céu da boca, e depois abaixo da língua. Sempre o professor orientou para que sentissem as diferentes sensações em cada região da boca proporcionada pelo atrito com o objeto.
9 - Após engolirem a saliva, deviam sentir se o gosto do objeto mudava em cada parte da boca em que ele passou. Após isso deviam chupa-lo como uma bala, e passear com ele por toda a boca. A língua podia pressionar o objeto contra os dentes, bochechas e outras regiões.
10 - Agora a orientação foi para que mastigassem 36 vezes o objeto em cada lado da boca, sendo que após o objeto sumir, a língua devia passar pela boca e sentir o que produziu nos dentes, bochechas e gengiva, se ficou viscoso, se o gosto permaneceu e qualquer outras sensação.
11 - Para finalizar, deviam permanecer de olho fechado e tentar perceber a transformação causada pelo objeto no corpo, em cada parte em que ele passou, em cada sentido que ele despertou um cheiro, uma sensação, um calor, qualquer manifestação somática.
Ao fim dessa dinâmica, o professor falou sobre o que a meditação tenta passar como lema de vida, para tranquilizar, aliviar as tensões que a sociedade nos coloca, tentando ter uma qualidade de vida melhor. Alguns alunos contaram suas experiências, especialmente quem não gostava do objeto (uva-passa) e suas manifestações de desaprovação ao cheiro ou ao gosto. Além disso, o mindfulness transpareceu no momento em que quase todos os alunos contaram ter perdido a noção do tempo.
Obs: A dinâmica meditativa durou 30 minutos.
V. Discussões e dúvidas dos alunos:
[editar | editar código-fonte]Como a parte prática se estendeu bastante, o tempo de discussão da parte teórica foi reduzido, se limitando a comentários dos alunos responsáveis pela apresentação dos textos e do professor.
Na parte prática, o professor parou a aula durante um período em que se esqueceu de uma das posições do Lian Gong, aproveitou para corrigir algumas posturas as quais via erros nos alunos, bem como apresentou que o esquecimento de posturas é comum pelo "espaço vazio" na mente e seu relaxamento natural com a prática. Foi um momento até cômico e bastante espontâneo, de grande valia para a demonstração do que a prática nos proporciona.
VI. Temas Interdisciplinares:
[editar | editar código-fonte]A aula se relaciona com vários módulos aos quais nós, alunos da UNIFESP Campus Baixada Santista, temos acesso, como por exemplo o Módulo dos Tecidos aos Sistemas (MTS). Ela foi pautada muitas vezes na respiração e sua relação com a execução dos movimentos, o que se relaciona com a forma que o pulmão capta, transporta e utiliza oxigênio, bem como excreta o CO2 produzido pelo metabolismo, através dos sistema cardiovascular. O Sistema Nervoso é a base para qualquer ação do organismo, e é estimulado a trabalhar mais eficientemente com a prática da meditação, especialmente no Sistema Límbico, onde se expressam as emoções e os comportamentos sociais. E o Aparelho Locomotor é a base de qualquer movimento, os quais utilizamos nessas práticas.
Ainda trabalhando com o corpo, os módulos de Ginástica e Ritmo, Dança e Expressão Corporal se articulam no que diz respeito à manipulação do corpo para produção de bem-estar, seja através de alongamentos e trabalhos musculares, ou em produção de arte através de movimentos e posturas. Em ambos os módulos também foi bastante evidenciada a ideia de que a consciência corporal e o autoconhecimento de onde cada ser humano habita - corpo - proporcionam uma melhora em aspectos de qualidade de vida e saúde.
Também há uma importante relação com os módulos de Inserção Social (IS) e Trabalho em Saúde (TS), já que ambos visam estimular a relação interpessoal de forma mais leve e verdadeira. Na IS aprendemos sobre como a sociedade influencia nas relações, o quanto a pressão social pode alterar os padrões comportamentais, vontades, desejos e aspirações de um cidadão, e como trabalhar para que ele se entenda melhor como ser humano. Já na TS aprendemos como desenvolver uma relação mais humanizada, e logo melhor com o paciente. Como desenvolver uma teoria não apenas medicamentosa, e sim com o auxílio de diversas práticas para cuidar do indivíduo como um todo. Se faz importante nessa relação entender o que acontece no cotidiano do paciente, e não apenas o acometimento em si. Além disso, aprendemos sobre o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS), o qual oferece essas práticas integrativas de forma gratuita.
Os aspectos fisiológicos da meditação e das outras práticas executadas durante a aula são abordados nos módulos de Bases Fisiológicas e Bioenergéticas do Exercício I e II, Módulo do Átomo à Célula (MAC) e Treinamento Esportivo, especialmente no que diz respeito à secreção de hormônios alteradores de frequência cardíaca e respiratória, provocando calor, vermelhidão na pele, taquicardia, entre outras, através da intensidade e volume de exercício ao qual nos atemos. Nessas práticas, um dos objetivos é proporcionar sentimentos como calmaria e relaxamento, diminuindo essas manifestações exacerbadas, que em nossa sociedade têm se tornado cada vez mais comum.
Já os módulos de Biomecânica e Cinesiologia são as bases para que entendamos as cadeias motoras dentro de um movimento, para que possamos trabalha-los de forma mais eficiente e reconhecer encurtamentos de músculos, problemas em articulações e posturais, entre outros. Isso permite que possamos identificar melhor qual o limite de nosso aluno, tentando aprimorar esses aspectos sem desconsiderar o conforto que a prática deve proporcionar.
Os módulos de Psicobiologia e Psicologia nos ajudam a entender o quanto a mente será influenciada pelo exercício, e como podemos cuidar do indivíduo como um todo, considerando o aspecto biológico, o ambiente em que está inserido e o "eu" daquele individuo.
VII. Fichamento de texto:
[editar | editar código-fonte]Fichamento do texto "Educação Somática: limites e abrangências" (LIMA, 2010). - OBRIGATÓRIO
O texto começa falando da nossa resistência entre fazer relações entre educação, saúde e arte, e que todas tem algo em comum: o corpo sendo o sujeito. Diz que Michele Mangione em 1993 estabeleceu três períodos para a educação somática: na década de 30 do século XX onde os pioneiros a utilizavam para autocura, de 1930 até 1970 onde ouve disseminação do método através dos alunos dos pioneiros, e de 1971 até agora onde se investiga a relação da educação somática com a psicologia, à arte e à saúde. E que a partir da valorização do corpo pela sociedade atual a educação somática passou a ser mais delimitada, com fins específicos.
A educação somática é definida por Thomas Hanna como sendo: “a arte e a ciência de um processo relacional interno entre a consciência, o biológico e o meio ambiente, estes três fatores sendo vistos como um todo agindo em sinergia”. Ou seja, o indivíduo sendo experienciado por ele mesmo, suas sensações internas. Ainda que busque ser mais solidificada, disputa com a academia, o tai chi chuan, o lian gong e o bodybuilding, correndo o risco de ser vencida como a solução de todos os problemas para tudo, o que nem sempre é verdade e válido. Isso ocorre também na ideia de diversos mestres que tratam a educação somática como uma mistura de pensamentos e técnicas que já modificam por si só a relação do praticante com seu corpo. Sendo assim, há uma grande visão da educação somática como terapia, ainda que seja guiada por estudos científicos e biológicos, mas ganhou esse caráter por “mestres” na tentativa de ganhar uma clientela maior.
O objetivo da educação somática não é interferir nas áreas da fisioterapia, psicologia e etc. Ela apenas pode proporcionar bem-estar físico e psicológico no indivíduo, mas seu objetivo não é fazer diagnósticos e tratamento de doenças. Porém, também não se encaixa como ARTE, pois utiliza do movimento para REFLETIR sobre ele, e não encenar algo.
Sendo assim, Mathias Alexander desenvolveu sua teoria baseado no fato de que as doenças não advém do meio, da sociedade, ou de outra pessoa, e sim no mal que você faz a si mesmo, aliando corpo e mente em um único ser, utilizando do termo “eu”. Logo, não haveria necessidade de FAZER-SE BEM, E SIM EM NÃO FAZER-SE MAL.
Hereditariedade, educação e auto-educação são conceitos definidos por Feldenkrais, para conceituar a auto-imagem. Nesse sentido, a primeira é a mais imutável pois vem no código genético, a educação torna o indivíduo social e estabelece os comportamentos “normais”, e a última se vale da educação para definir seus filtros e o que deve ou não ser assimilado. Assim, apenas a terceira está me nossas mãos para que mudemos. Essa AUTO-IMAGEM é criada pelos questionamentos que a sociedade lhe impõe e também é influenciada pelo modo de vida do sujeito, podendo haver conflitos. Em caso de conflitos, o movimento deve ser o guia para a recuperação da auto-imagem, de forma ritmada, para retirar os aspectos tensos peculiares a um conflito de auto-imagem.
Therese Bertherat desenvolveu o trabalho da Antiginástica, após ter lido e criticado o trabalho de Feldenkrais. Sua antiginástica se baseia no fato de que a musculatura posterior encurtada é o que define a dificuldade de diversos movimentos aos indivíduos. Para isso, ao invés de fortalecer essa musculatura, é sugerido que sejam feitos exercícios de relaxamento com ou sem auxílio de objetos, como bolinhas, bastões e outras.
Por isso tudo foi adotada em 1970 como a menina dos olhos para a fisioterapia, até que o relaxamento extremo produziu entorses em ligamentos e articulações. Como sabemos, força muscular também é importante para estabilização de articulações. Por isso a antiginástica perdeu adeptos e não é classificada dentre as técnicas de educação somática.
Logo, a educação somática se distancia de algumas outras pois se diferencia na busca pelo corpo perfeito, e sim na sensibilização na realização do movimento, na mudança sobre a ótica desse movimento, e em tornar-se dono por completo desse corpo que habitamos.
O autor (médico) ainda critica alguns colegas, dizendo que a terapia só estará completa se o indivíduo tiver consciência do que está enfrentando e sensibilidade para lidar com o mal, para que haja uma ação conjunta no tratamento e não apenas por parte dele em receitar determinado remédio.
Resumindo, a educação somática pode ser uma soma de técnicas que visam conscientizar o indivíduo sobre seu movimento, fazer com que ele experiencie o momento de forma completa, bem como que ele estimule sua propriocepção., enquanto alguns acabam por defini-la como correção postural e ensinamento de técnica para movimentos específicos.
Fichamento do texto "Educação Somática e os conceitos de descondicionamento gestual, autenticidade somática e tecnologia interna". (BOLSANELLO, 2011) - COMPLEMENTAR
Desde o início do texto é possível perceber por diversas vezes o uso da palavra "desequilíbrio", este, empregado para descrever equilíbrios mecânicos, fisiológicos, neurológicos e cognitivos. Como se a partir do provocar, do produzir desequilíbrios seja possível instigar o aluno a uma atividade mais somática, ao educar o corpo de maneira somática.
Então, é apresentado ao leitor os conceitos delineadores que norteiam a prática da atividade corporal dentro da filosofia somática, são eles: o descongestionamento gestual, autenticidade somática e a tecnologia interna. Outro conceito que surge com frequência no artigo é o da auto-investigação como ferramenta essencial para a busca da educação somática. Importante ressaltar o significado etimológico do prefixo "SOMA", que de origem grega representa o corpo e o que é relativo o corpo, aqui, ao buscar o alcance de uma educação somática nos referimos ao corpo subjetivo, ou seja, o corpo percebido pelo sujeito de seu próprio ponto de vista, se uma lente própria, um olhar ao "seu eu" por uma lente que é interna, única e individual.
Outro ponto chave do texto, é quando o autor define as características comuns a prática da educação somática, são elas:
- Diminuição do ritmo;
- A respiração como suporte do movimento;
- A interpretação de diretriz verbal;
- A auto-pesquisa do movimento;
- A auto-massagem;
- A busca do esforço justo;
- O alongamento fino e preciso;
- O aumento do vocabulário gestual;
- A aprendizagem leiga;
Após delinear quais as características comuns da educação somática a autora volta seu olhar sobre os conceitos delineadores, apresentando primeiramente o conceito do descongestionamento gestual. O Descongestionamento Gestual seria o conceito de reaprender determinados vícios gestuais a partir do sentir, do perceber e do explorar. E pela prática da variedade do seu vocabulário gestual:
"...você não aprenderá nada de novo, mas desaprenderá um certo número de hábitos adquiridos ao longo de sua vida..."
O próximo conceito delineador a ser inserido na leitura é o da Autenticidade Somática:
" Sentimos que não devemos viver da mesma maneira com a qual viveram nossos ancestrais. Sentimos que devemos dar um passo além. Sabemos que esse passo será dado no escuro e que isso requer coragem"
A autenticidade somática busca a intimidade com nossos processos internos. Coerente com nossa identidade sócio-cultural. Algo diferente daquilo que é notório nas academias nos dias de hoje, e na busca pelos padrões fitness, onde o "eu" já não importa mais, onde o "eu" dar lugar ao "querer" ao querer ser o outro, ao querer se parecer com o outro e a busca pelos padrões estéticos impostos pela sociedade.
Por fim, a autora apresenta o conceito de Tecnologia Interna, que é o uso intencional dos mecanismos de auto-regulação, ou seja, o saber utilizar os mecanismos de uma perspectiva interna. O corpo como instrumento para a execução consciente e melhor dos afazeres diários, é o entender como usar os recursos fisiológicos, psicológicos, neurológicos e cognitivos ao seu favor de maneira intencional.
"Vida é o que acontece a você enquanto você esta ocupado fazendo outros planos."
A autora conclui que fica evidente que utilizamos o nosso corpo de maneira a limitar o nosso vocabulário gestual, sem realizar o movimento de forma consciente sem se importar ao processo do movimento, mas apenas nos importando ao resultado a ser alcançado, ou seja, não importa se para a escrita deste texto eu me sentei de maneira consciente e eficiente afim de diminuir uma possível complicação postural ao me sentar, para mim, o que importou foi que o texto esta redigido e eu tenho uma parcela da minha nota assegurada para a conclusão do módulo. Por isso, a educação somática tem como papel a promoção da saúde por meio da auto-investigação, será que se eu tivesse mais domínio das minhas ferramentas e tecnologias internas eu teria tensionado músculos internos que regulam a minha postura para uma manutenção mais ereta da mesma? Esta melhora na consciência do somático ao realizar as atividades deve ser alcançada levando como pilares o Descongestionamento Gestual, a Autenticidade Somática e o uso de Tecnologias Internas.
VIII. Material relacionado:
[editar | editar código-fonte]Link para as fotos da aula:
Video da aula (meditação): https://www.youtube.com/embed/C6QhKuC6v_A
Matéria do Globo Reporter sobre a meditação: https://www.youtube.com/watch?v=uGBUkJtNioM
Sessão de Mindfulness com Jon Kabat-Zinn (em inglês): https://www.youtube.com/watch?v=3nwwKbM_vJc
Site do Instituto Nacional de Meditação: http://www.institutodemeditacao.com.br/
Site com abordagens acerca do mindfulness: http://www.iniciativamindfulness.com.br/
IX. Relato de um aluno na aula:
[editar | editar código-fonte]Alice Mogadouro Duarte, 19 anos, 6º Termo de Educação Física.
"A parte que eu mais gostei da aula foi a da Yoga. Durou bastante tempo, chuto 1h30, mas ficaria por mais 3 horas ali. A gente diminui o ritmo, alonga e sente os pontos de maior tensão. Nessa parte da aula, fizemos uma meditação deitados que, pra quem não tem prática de meditar - meu caso e da maioria dos alunos -, facilita na concentração. Deu a sensação de entrar numa bolha e, a única coisa que eu ouvia eram os comandos do professor. Depois da Yoga, o exercício de meditação em que usamos uva-passa foi meio chato pra mim, porque eu não sei lidar com uva-passa, odeio! Então vários exercícios que contavam com o paladar e as sensações de tê-la na boca, eu não consegui fazer. Mas, mesmo assim, os 30 minutos desse exercício passaram super rápido e todo mundo se surpreendeu com o tempo que ficamos na mesma posição. Acho que o mais interessante dessa aula é, além de conhecermos práticas que não temos quase nenhum contato, é passarmos por exercícios e vivências praticamente inéditas pros nossos corpos do mundo ocidental. E muitas dessas séries são aplicáveis em casa, não precisam de muito tempo do dia, são individualizadas e propõem uma conexão com o corpo, que deixamos de lado cada vez mais e que ajuda a construirmos nossos conceitos de saúde."
X. Conclusão:
[editar | editar código-fonte]Essa foi a quarta aula do módulo, e nos permitiu experienciar todas as práticas bases que serão guia durante o mesmo, e que são passíveis de serem feitas no diário de práticas. A aula foi extensa, tendo início às 8 h e término ao meio-dia, sendo que a parte prática se estendeu até as 11:15 h.
Também conclui-se nessa aula a fase de práticas que poderão ser feitas para o diário. O objetivo foi que cada aluno tentasse descobrir qual mais o agrada para fazê-la e documentá-la, e que essa experiência tornasse o indivíduo capaz de ter um controle corporal mais nítido.
A meditação foi a novidade da aula, e permitiu que os alunos se conscientizassem acerca das sensações que a mesma pode trazer, sempre tendo uma âncora a qual se ligar para permitir essas sensações. A utilização do objeto visou tornar sensível a relação entre ele e várias partes do corpo dos alunos, para que eles sentissem o quanto cada área se transformava ao entrar em contato com algo externo.
A repetição das outras práticas visa a assimilação corporal dos movimentos e sensações, e será a tônica do módulo, sempre tendo menor influência do professor sobre os alunos, permitindo que eles descubram seus limites. Sendo assim, as orientações diminuíram, e as correções tomaram um lugar mais importante.
A educação somática foi o tema da aula, e sua abordagem foi bastante nítida durante a aula prática. Isso porque a educação somática visa não diagnosticar o indivíduo ou curá-lo, e sim proporcionar uma sensação de bem-estar sem que esta se prenda à cura de algum mal. O conceito de auto-imagem e tecnologia interna foi bastante abordada na discussão em sala, e a partir dela é que é possível compreender o papel real da educação somática no contexto de nossa sociedade.
Já os conceitos de autenticidade somática, tecnologia interna e descondicionamento gestual ficaram evidentes especialmente aos comandos do professor, no que diz respeito ao direcionamento à sensação de bem-estar sem diagnósticos e sem objetivos de comparação para com o colega, bem como no que diz respeito especialmente ao controle da respiração e da postura para a execução mais econômica e eficiente de movimentos corporais cotidianos, respectivamente.
Concluímos que a prática da meditação satisfaz inúmeras questões apontadas pelo mundo cotidiano, especialmente às que dizem respeito ao estresse, à vida corrida e sem tempo das pessoas. Esse acúmulo de funções e, por consequência, de tensões, faz com que males apareçam, sendo potencializados e tornados crônicos a cada dia que passa, pelo fato de não haver uma pausa, uma quebra nessa rotina corrida. A prática também é aplicável em qualquer tipo de público, visto que podem ocorrer adaptações pontuais à prática, para correção postural ou até mesmo para propagação do som por parte do professor, para compreensão dos alunos. A mesma é de fácil execução, não havendo tarefas fisicamente complexas, apenas a conexão entre corpo, alma e mente, para obtenção de um desempenho ótimo na meditação.
XI. Referências Bibliográficas:
[editar | editar código-fonte]LIMA, J. A. O. Educação Somática: Limites e abrangências. Pró-posições, v.21, n.2, p.51-68, 2010;
BOLSANELLO, D. P. A educação somática e os conceitos de descondicionamento gestual, autenticidade somática e tecnologia interna. Motrivivência, v.1, n.36, p.306-322, 2011.
XII. Crítica sobre a documentação da aula 3:
A aula 3 foi muito bem documentada e organizada na wikiversidade. O texto está convidativo e de linguagem simples, e a articulação com os textos foi válida para uma boa compreensão do tema da aula. O registro visual em imagens foi feito em vídeo, com as posturas da Yoga. Não foi feita uma descrição por escrito exatamente pela presença desse vídeo, contido na área de material relacionado.
AVALIAÇÃO DO PROFESSOR:
[editar | editar código-fonte]- NOTA FINAL: 8,0
1) Assiduidade e pontualidade do grupo no registro e apresentação da aula que é responsável (1,0/1,0)
2) Qualidade da leitura apresentada escrita e oralmente (2,0/3,0)
3) Publicação da aula em forma de relatório da lição (desejável formato multimídia, com descrição convidativa, uso de texto, imagens e hiperlinks para publicações de slides, áudio e vídeo em sites de compartilhamento como youtube).(4,0/ 5,0)
4) Revisar a aula publicada pelo grupo anterior ao seu e fazer críticas e comentários complementares (1,0/ 1,0)
COMENTÁRIOS:
[editar | editar código-fonte]A apresentação oral dos textos foi conduzida pelos alunos João Victor e Felipe Ávila, que demonstraram leitura cuidadosa e bastante clareza na abordagem dos conceitos principais, à exceção do conceito de Tecnologia Interna, que foi elucidado pelo professor. A descrição das atividades foi bem detalhada e organizada, o que favorece a compreensão de suas etapas. O fichamento do texto obrigatório foi bem escrito e demonstrou domínio dos principais conceitos e articulação com o módulo, mostrando uma pertinente apropriação das ideias da autora. Já no texto complementar houve uma explanação mais esquemática e pouco contextualizada dos conceitos, sem demonstrar a mesma capacidade de apropriação e manipulação de ideias. Um equívoco ortográfico também acarretou confusão conceitual : descongestionamento gestual foi usado duas vezes, ao invés de "descondicionamento" gestual. No que diz respeito aos temas interdisciplinares, os apontamentos foram coerentes, pertinentes e bem organizados, à exceção da frase "Ainda trabalhando com o corpo, os módulos de Ginástica e Ritmo, Dança e Expressão Corporal se articulam no que diz respeito à ????" que apareceu inacabada. A despeito do material relacionado, como a técnica apresentada foi "meditação mindfulness", concebida pelo médico Kabat-Zinn". Sendo assim, sugere-se que seja feito uma pesquisa sobre esta referência para apontar para maiores aprofundamentos. Por fim, no que diz respeito à conclusão, poderia ser apresentada uma relação mais clara entre as práticas vivenciadas e o conteúdos dos textos discutidos. A apresentação desta Wiki foi realizada na aula de 6 de setembro, quando João Victor e Rafael Bezerra estiveram presentes. Os alunos ausentes ou que não se manifestaram durante a apresentação do texto ou da wiki tiveram desconto de 1,0 ponto na nota final.