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Fonte: Wikiversidade

Carolina Friedheim 9ºB

"Eu sei, mas não devia

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíches porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma para poupar a vida.

Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma"

Marina Colasanti


Portal:Grupo de Estudos em Português para o ensino fundamental

Portal:9o ano 2014 - Língua Portuguesa - Colégio I. L. Peretz

Máquina do pensamento[editar | editar código-fonte]

Criada em 2032 por alunos do colégio I.L. Peretz, o objeto tem como objetivo enviar mensagens telepáticas.

A Máquina de Pensamento é composta por um chip em que, ao enfiar no cérebro, manda mensagens automaticamente. Ele acaba reduzindo o esforço dos utilizadores além de facilitar a formulação de perguntas e respostas.