Saltar para o conteúdo

Utilizador:Solstag/Tecnologia e direitos humanos

Fonte: Wikiversidade

Ni!

Bom dia, eu sou o Abdo.

Este é uma proposta para organizar junto à Ação Educativa o curso O Futuro da Informação Tecnologia e Direitos Humanos!

Pra fazer um breve tour sobre como posso contribuir para o desenvolvimento do curso, apresentarei através de sequências de fatos algumas histórias paralelas da minha vida relacionadas aos assuntos do curso.

Depois, irei discutir a experiência de um curso chamado Tecnologia e direitos humanos O Futuro da Informação, por cuja organização tive a honra de continuar o trabalho de um dos mais importantes brasileiros que a hungria já exportou.

Para que não haja mal entendimento, a brincadeira com os nomes sobrescritos não sugere, de forma alguma, expectativa ou proposta de identidade ou identificação entre as iniciativas. Tenho claras as importantes diferenças entre as duas e inclusive as discuto adiante, porém permiti-me esse pequeno jogo para ressaltar, como veremos adiante, minha profunda motivação em assumir essa função.

Era uma vez...

[editar | editar código-fonte]

O tema do curso é muito próximo de toda minha trajetória acadêmica, profissional e ativista. Escolhi algumas coisas representativas desse envolvimento para que me conheçam melhor =)

Entre 2003 e 2004 fui moderador de turmas do programa Educar na Sociedade da Informação, um projeto de extensão universitária da USP para professores escolares, com uma proposta de protagonismo crítico e emancipação digital. Também nesse período organizei e ajudei a organizar "telecentros" em algumas localidades de São Paulo ao Rio Grande do Norte, como parte de outros projetos da Cidade do Conhecimento.

Entre 2005 e 2006, organizei e editei os cinco números da Revista Ciências Moleculares, um periódico eletrônico de conscientização científica produzido voluntariamente por alunos do curso, com a perspectiva de usar a tecnologia para ampliar a transparência da ciência à sociedade e a permeabilidade da sociedade na ciência.

Em 2008 fui monitor da disciplina Informação, Comunicação e a Sociedade do Conhecimento, idealizada e executada pelo Prof. Imre Simon, que foi a inspiração para o curso de que trata a próxima seção.

Em 2008 começo a contribuir de forma mais ativa para os projetos Wikimedia, onde hoje acumulo cerca de 10 mil edições e sou administrador na Wikiversidade e Wikimedia Brasil.

Em 2008 começo a colaborar com o Movimento Nossa São Paulo, principalmente nos GTs Democracia Participativa, Educação e InterGTs. Em 2012 passo a ser menos assíduo, mas continuo contribuindo ocasionalmente.

Em 2009 recebo meu título doutoral por um estudo sobre propriedades estruturais de redes complexas e difusão de comportamentos em redes sociais.

Em 2010 faço uma viagem onde visito hackerspaces na Europa e América do Norte, por fim colaborando na fundação do Garoa Hacker Clube em São Paulo, hackerspace pioneiro no Brasil, onde hoje diariamente sócios organizam voluntária e gratuitamente atividades de aprendizado e desenvolvimento de tecnologias abertas ao público.

Em 2011 concluí a etapa avançada do curso de Governança da Internet oferecido pela Diplo Foundation, que então publica meu trabalho de pesquisa avaliando e questionando a efetividade da participação remota no EuroDIG.

Em 2011 integro o então formado Grant Advisory Committee da Wikimedia Foundation, ajudando a formular seus processos e, desde então, avaliar e aprimorar dezenas de pedidos de recursos para projetos educacionais, tecnológicos e culturais.

Em 2012 recebo uma bolsa de pesquisa pós-doutoral para implementar um estudo sobre redes digitais no SUS para monitoramento e educação em saúde, com um forte componente de protagonismo cidadão. A bolsa já expirou seu prazo, mas este projeto encontra-se em andamento nos bairros do Jardim Ângela em São Paulo e Laranjeiras no Rio de Janeiro.

Em 2012 colaboro na produção de alguns documentos básicos da comunidade REA Brasil, especialmente no "FAQ REA".

Em 2013 organizo a formação do Grupo de Trabalho em Ciência Aberta, parte de uma rede global de comunidades de cientistas e cidadãos promovendo e investigadno novas práticas científicas, em geral amparadas em tecnologias digitais, que permitam universalizar a possibilidade de compreensão, questionamento, reprodução e participação na pesquisa científica. Educação aberta, tecnologias livres e ciência cidadã são alguns temas chave dessa iniciativa.

Em 2013 colaboro na fundação e passo a integrar o conselho consultivo da Open Knowledge Brasil, capítulo brasileiro da rede internacional de comunidades que combinam o desenvolvimento de tecnologias e a defesa de políticas públicas, em sinergia, para atingir a universalização da produção aberta e colaborativa do conhecimento e seu reconhecimento como direito humano e requisito para a democracia.

Ao longo desses anos participei de vários e diversificados eventos públicos, nacionais e internacionais, relacionados aos temas, incluindo três Wikimanias, duas Wikimedia Conferences, ConfeCom, Fórum Brasileiro da Internet, Congresso Brasileiro de Direito de Autor e Interesse Público, Global Congress on Intellectual Property and the Public Interest, Conferência Luso-brasileira de Acesso Aberto, Fórum Brasileiro de Cultura Digital etc.

O futuro do pretérito do presente do afirmativo

[editar | editar código-fonte]

O Futuro da Informação é um curso que organizei por três vezes sobre temas muito próximos aos propostos, e com metodologia também semelhante, em dois centros culturais de São Paulo como curso livre, e como professor convidado na USP.

Uma coisa interessante e pertinente é que professores escolares estavam presentes em todas as turmas do curso, inclusive quando foi oferecida na universidade.

Mas vamos falar do curso!

Era uma vez uma das pessoas que introduziu a computação no Brasil, inclusive desenhando o primeiro currículo de Ciência da Computação no país, um velhinho careca com uma coroa de cabelos brancos chamado Imre Simon, que por ter sua própria página na Wikipédia me poupa de dar mais detalhes aqui ;D

O professor Imre em 1999 iniciou uma sequência de cursos originalmente para que alunos de computação refletissem sobre o papel da sua profissão no esquema maior da sociedade, em termos de direitos, cultura, política, educação e economia. O curso evoluiu por uma década incorporando novas experiências e reflexões até que, em 2008, eu tive o privilégio de ser monitor da que poderia ter sido a última edição dessa disciplina, pois ele veio a falecer no ano seguinte. Felizmente um grupo de alunos, colaboradores e alunos dos seus alunos não deixou a peteca cair, e em 2010 conseguimos reformular o curso na forma de oficinas livres oferecidas no Centro Cultural São Paulo.

Bem, chega de história, as instâncias do curso foram todas registradas na Wikiversidade, com áudio e fotos no caso dos centros culturais, então sugiro darem uma olhada, especialmente na primeira da lista abaixo que teve o registro mais completo:

O curso conduzia os participantes por cerca de 12 temas, a cada dia trazendo um momento mais conceitual seguido de debate com um ou mais convidados representativos de uma prática daquele tema. Eventualmente convidava-se os alunos a conhecerem algum local ou ação, mas dada a falta de recursos essa nunca era uma atividade do curso em si. Ainda assim vários alunos posteriormente relatavam ter passado pelos espaços de atuação dos convidados e outros mencionados durante o curso.

Uma coisa bacana foi ver vários alunos do curso aproveitarem na prática sua experiência para desenvolver seus próprios projetos, com o mais extremo deles sendo o caso do projeto Transite, que uniu vários conceitos discutidos no curso como financiamento coletivo, mapeamento, cultura livre, wikis e wikimedia.

Que fique claro, porém, que esta apresentação é para compartilhar uma experiência, que pela afinidade pode ser útil de toda forma, e reforçar a viabilidade e competência dessa proposta.

Dentre as diferenças significativas entre as abordagens, o curso sendo agora organizado requer uma forte preocupação com o contexto de ensino que o Futuro da Informação não teve. É preciso, mais do que orientar os participantes pelos temas e atividades, cuidar de apresentar e levá-los a investigar formas pelas quais se possa utilizá-los com alunos, dentro e fora da sala de aula. Mais do que isso, dada que uma das questões recorrentes nesse contexto é a distância de linguagem, o curso deve levar aos participantes experiências que os permitam compreender a prática e o significado da tecnologia para os jovens, e para diferentes grupos destes, a fim de que, através destas, os participantes passem a relacionarem-se com eles com um maior reconhecimento compartilhado.

E só porque já ficou muito longo este texto, antes que vocês esqueçam... Ni!