Wikinativa/Furnas do Dionísio
A Comunidade Quilombola Furnas do Dionísio conta hoje com 96 famílias que têm nas atividades agrícolas traço importante de identidade que preserva um pouco da sua ancestralidade com Dionísio Antônio Vieira, mineiro que fundou a comunidade após a abolição da escravatura.
A comunidade tem uma Associação de Pequenos Produtores Rurais presidida atualmente por Adriano Silva.
O Quilombo Furnas do Dionísio, localizado no Mato Grosso do Sul, foi reconhecido oficialmente pelo Incra como Comunidade Quilombola em 24 de abril de 2009, em uma área de 1.018,2796 hectares.
Localização
[editar | editar código-fonte]O quilombo está localizado no município de Jaraguari, no Mato Grosso do Sul (MS), ocupando uma área de 1.018,2796 hectares. Está a aproximadamente 35 Km ao norte de Campo Grande, MS. O acesso é por meio de estrada de terra.
Coordenadas -20.142822, -54.585149
[http://toolserver.org/~geohack/geohack.php?params=20_8_34_S_54_35_6_W Veja no
História
[editar | editar código-fonte]Ao contrário de muitos outros quilombos, o Furnas de Dionísio foi fundado em 1890 após a abolição da escravatura,decretada em 1888.
O "seu" Dionísio Antônio Vieira e sua família, vindos de Minas Gerais, levantaram a primeira casa, feita de pau a pique, sapê, muita argila, e até esterco de vaca.
No início do século XX, o comércio era praticado no quilombo, com venda de produtos como querosene e sal e outro. Devido a proximidade com a capital Campo Grande, era facilitado e o transporte era feito em animais ou carro de boi. Os produtos de Furnas de Dionísio tornaram-se famosos pela sua qualidade.
Atualmente o local é habitado por 94 famílias.
Situação Territorial
[editar | editar código-fonte]O território foi titulado pela Fundação Palmares em 2000 e, em 2003, conforme Decreto 4883, deu-se início ao processo de demarcação do território pelo Incra. No dia 24 de Abril de 2009, foi reconhecido oficialmente como comunidade Quilombola, ocupando uma área de 1.018,2796 hectares. Além do Incra, a Fundação Cultural Palmares concede registro e certificado ao Quilombo, com auto-reconhecimento dos moradores que se definem como remanescentes das comunidades dos quilombos.
Atualidade
[editar | editar código-fonte]Selo da Identificação da Participação da Agricultura Familiar
Em Janeiro de 2018, a comunidade quilombola Furnas do Dionísio ganhou ainda mais visibilidade em suas atividades rurais com a entrega do Selo da Identificação da Participação da Agricultura Familiar (Sipaf), certificação concedida pela Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) e dentro da comunidade viabilizada com o apoio do governo do Estado por meio da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) e sua vinculada, a Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural). A partir de agora as hortaliças, mandioca e a rapadura da comunidade já podem ter Sipaf estampados em suas embalagens. A certificação tem validade de cinco anos, podendo ser renovada. É concedido às empresas e cooperativas, portadoras ou não de DAP – Declaração de Aptidão ao Pronaf, e a agricultores familiares, desde que portadores de DAP, para identificar produtos como verduras, legumes, polpas de frutas e laticínios, etc. Na oportunidade também foi assinado o termo solicitando o outro selo Quilombos do Brasil. O Sipaf é o primeiro passo para que a outra certificação possa ser emitida.
Selo Quilombos do Brasil
Criado em 2013, O selo é uma estratégia criada pela SEPPIR para identificar produtos oriundos de Comunidades Quilombolas, como verduras, legumes, polpas de frutas, laticínios e artesanato. “O Sipaf é o que a gente precisava para dar entrada com o pedido desse outro selo”, disse o agricultor familiar Adriano Silva.
Tanto o Sipaf como o Selo Quilombos do Brasil associam aos produtos contemplados valores cada vez mais exigidos pelos consumidores e que de fato fazem parte de suas práticas, como sustentabilidade, responsabilidade socioambiental, valorização da cultura local e da produção regional. Já para a clientela, fica assegurado o direito de conhecer a origem do bem adquirido. (com informações de Aline Lira/Agraer).
== Referências
https://www.youtube.com/watch?v=edNVUysfwyU
http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=73312
http://www.mda.gov.br/portal/noticias/item?item_id=3591313
O processo histórico dos quilombos e o caso de Furnas de Dionísio-BARROS,Luís Eduardo