Introdução à Audiologia Básica/Audiometria Tonal Liminar/Limiares por Condução Aérea e Óssea em Indivíduos com Perda Auditiva
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Limiares por Condução Aérea e Óssea em Indivíduos com Perda Auditiva
Por outro lado, quando há uma alteração de orelha externa e/ou média, de acordo com a gravidade do problema, há também uma perda de energia do estímulo sonoro apresentado por condução aérea antes de atingir a cóclea. Nessa situação, os resultados obtidos na audiometria tonal liminar indicam a presença do GAP aéreo-ósseo, que demonstra essa quantidade de energia perdida. O GAP aéreo-ósseo poderá estar presente na perda auditiva condutiva e na perda auditiva mista.[1]
Nesse indivíduo, a cóclea da orelha direita consegue responder para sons a partir da intensidade de 10 dB, considerando o limiar ósseo de 10 dBNA. O limiar por condução aérea foi de 40 dBNA, uma vez que a alteração da orelha média ocasionou uma perda de energia de 30 dB na intensidade do som apresentado, chegando à cóclea do indivíduo apenas 10 dB, intensidade na qual o som passará a se percebido (0 dBNS). Por outro lado, quando apresentado um som na intensidade de 30 dB p[1]or condução aérea, não haverá resposta do indivíduo, visto que o som atinge a cóclea em 0 dB (GAP=30dB) e, consequentemente, não será detectado.
Nesse indivíduo, existe uma lesão coclear na orelha direita, ocasionando um rebaixamento do limiar ósseo para 40 dBNA. Com alteração de orelha média associada (perda auditiva mista), o limiar obtido por condução aérea foi de 80 dBNA, devido a uma perda de energia de 40 dB na intensidade do som apresentado, chegando à cóclea do indivíduo apenas 40 dB, intensidade na qual o som será percebido. Por outro lado, como a cóclea desse indivíduo só responderá a sons com intensidade a partir de 40 dB, quando apresentado um som na intensidade de 70 dB por condução aérea, não haverá resposta, visto que o som que atinge a cóclea em 30 dB (GAP=40dB) não será percebido.[1]
Na rotina clínica, durante a pesquisa do limiar ósseo, poderá ser constatado um GAP aéreo-ósseo nas frequências altas que não se justifica pela alteração de orelha externa e/ou média, uma vez que, no problema condutivo, o primeiro fator de impedância a ser alterado é a rigidez, responsável pela oposição à transmissão dos sons de frequências baixas.[1]
Esse achado pode ser justificado pelo colabamento do meato acústico externo (mais comumente do poro acústico externo) produzido pelo fone supra-aural (Figura 6) posicionado na orelha do indivíduo, o que irá simular um problema na condução aérea do som.[1]
O que fazer nessa situação?
[editar | editar código-fonte]Considerando que os limiares por condução óssea são reais, devem ser retestados os limiares por condução aérea, evitando-se o colabamento do meato acústico externo. Para isso, deve-se colocar uma oliva adequada ao tamanho do mesmo e sustentar o pavilhão auricular com compressas cirúrgicas (gazes) em uma posição que propicie a abertura do meato após a colocação do fone (pavilhão retraído para trás e para cima). É importante salientar que o colabamento do meato acústico externo não ocorre quando utilizado o fone de inserção.[1]
O profissional responsável pela avaliação audiológica deverá ter a competência necessária para considerar os fatores que poderão interferir na obtenção dos limiares auditivos, visto que a determinação precisa dos limiares por condução aérea e óssea é que irá permitir a definição do diagnóstico da perda auditiva quanto ao tipo: condutiva, neurossensorial ou mista.[1]
No quadro abaixo, é possível observar a classificação das perdas auditivas com base na média dos limiares tonais das frequências de 500, 1000, 2000 e 4000 Hz, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS,2020).
Graus da perda
auditiva |
Média entre as frequências de 500Hz, 1kHz
2kHz, e 4kHz |
Desempenho |
---|---|---|
Audição normal | < 20 dB | Nenhum problema em ouvir sons |
Leve | 20 < 35 dB | Pode apresentar dificuldade em ouvir o que é falado em locais ruidosos |
Moderado | 35 < 50 dB | Pode apresentar dificuldade em ouvir conversa particularmente em lugares com ruidosos. |
Moderadamente severo | 50 < 65 dB | Dificuldade em participar de uma conversa especialmente em locais ruidosos. Mas pode ouvir se falarem com a voz mais alta sem dificuldade |
Severo | 65 < 80 dB | Não ouve a maioria das conversas e pode ter dificuldade em ouvir sons elevadas. Dificuldade extrema para ouvir em lugares ruidosos e fazer parte de uma conversa |
Profundo | 80 < 95 dB | Dificuldade extrema em ouvir voz em forte intensidade |
Perda Auditiva completa / surdo | >95dB | Não consegue escutar nenhuma conversa e a maioria dos sons ambientais |
Referências
- ↑ 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 de Freitas Alvarenga, Katia. C Bornia Jacob Corteletti, Lilian. O mascaramento na Avaliação Audiológica: Um guia Prático. Pulso, 2006. 114p p.
- ↑ https://www.fonoaudiologia.org.br/wp-content/uploads/2020/09/CFFa_Manual_Audiologia.pdf
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