Introdução ao Jornalismo Científico/Metodologia e Filosofia da Ciência/Atividade/Ivanice A M

Fonte: Wikiversidade


Nome da atividade[editar | editar código-fonte]

Esta seção apresenta a tarefa principal do Módulo 1 do curso de "Introdução ao Jornalismo Científico". A realização da tarefa é indispensável para o reconhecimento de participação no curso. Seu trabalho estará acessível, publicado no ambiente wiki, e será anexado ao certificado de realização do curso, quando finalizar todas as atividades. Tome cuidado de estar logado na Wikiversidade. Se não estiver logado, não será possível verificar o trabalho.

Descrição da atividade[editar | editar código-fonte]

Atuar no jornalismo científico é às vezes comparado ao de ser um tradutor, no jargão da área da comunicação um 'tradutor intersemiótico', que passa a linguagem de um campo para o de outro campo. Nesta atividade, vamos observar e analisar como isso foi feito em uma das principais publicações acadêmicas brasileiras, a Pesquisa FAPESP.

Você deverá selecionar um artigo na revista Pesquisa FAPESP. Estão acessíveis na página principal da publicação. Escolha um artigo sobre um tema de pesquisa - ou seja, que seja baseado em uma ou mais de uma publicação científica - e leia-o com cuidado. Responda às perguntas que seguem.

As respostas deverão ser publicadas nesta página individual. Apenas altere os campos indicados.

Nome de usuário(a)[editar | editar código-fonte]

Ivanice A M

Link para a matéria selecionada[editar | editar código-fonte]

Nesta seção, você deverá colocar os links da matéria selecionada. Esteja logado.

  • Título de matéria: De metal a isolante: Giro de nanofolha de material bidimensional permite a passagem progressiva de corrente elétrica
  • Autoria de matéria: Eduardo Geraque
  • Link de matéria: https://revistapesquisa.fapesp.br/de-metal-a-isolante/

Resumo da matéria[editar | editar código-fonte]

Para esta etapa, resuma a matéria em até 300 caracteres. Esteja logado.

O desalinhamento de nanofolhas de disseleneto de tungstênio e controle da quantidade de elétrons entre essas camadas, faz com que o material mude, de metal para isolante. A novidade é que a mudança ocorre de maneira lenta! Isso pode ser importante para as pesquisas sobre líquido quântico de spin.

Análise da matéria[editar | editar código-fonte]

Para esta etapa, identifique e analise com base na matéria: o objeto e a metodologia (observação, hipótese, experimentação, análise e publicação) da pesquisa. Esteja logado.

O artigo comenta de uma pesquisa em que seu objeto de pesquisa é o material disseleneto de tungstênio, que possui uma estrutura hexagonal. Tem-se o intuito de observar a folha e a interação de folhas sobrepostas desse material e analisar a transição de fase entre as características de um metal e um isolante. Isto é possível pois este material é classificado como um semicondutor. Para isto, os pesquisadores conduziram experimentos em que dispunham dessas nanofolhas de disseleneto de tungstênio a temperaturas baixas, rotacionando pouco a pouco essas folhas, para ver quais os efeitos observados. Assim, quando se teve um ângulo entre 4 a 5,1 graus, efeitos diferentes começaram a ser observados, e a transição de fase se deu de maneira mais lenta, algo inédito. As análises indicam um potencial para estudos de transição de fase quântica e pode ser útil para o estudo do líquido quântico de spin. Esses resultados foram publicados na Nature, uma importante revista dentro da ciência.

Análise da pesquisa[editar | editar código-fonte]

Para esta etapa, acesse a(s) pesquisa(s) de origem, de base para o artigo na Pesquisa FAPESP, identifique e analise a seção metodológica. Em especial, explique em que medida o processo de pesquisa foi bem documentado no artigo que você selecionou. Esteja logado.

A seção metodológica desse texto é apresentado ao final, após a conclusão, como um complemento ao texto principal. Essa seção é dividida em três partes, onde se explica como a amostra do material foi fabricada, como algumas variáveis foram determinadas e qual foi o procedimento de montagem do experimento. A explicação é sucinta, referenciando outros trabalhos que explicam em maiores detalhes e bem técnica, no sentido de não esclarecer qual a origem de algumas expressões matemáticas.


A forma como ele é disposto demonstra a falta de protagonismo que a apresentação da metodologia possui no texto. Ela é posta em diálogo com outros pesquisadores da área, que já possui as referências necessárias para entender o que é descrito, de forma a poder ser reprodutível em outro local e situação - o que é necessário para que possa ser falseável. Dessa forma, não há informações sobre como foi o processo da pesquisa científica, como as dificuldades enfrentadas, o que deu errado, quanto tempo levou para que ela fosse concluída, entre outros. Essas informações poderiam ajudar o público não especializado a entender o ritmo da ciência e a criar uma cultura científica, como é apresentado no texto do curso sobre os elementos da metodologia científica. Contudo, esse não é o foco do artigo publicado,  que se concentra em explicar como foi a análise feita e apresentar os argumentos que fez com que chegassem a tais resultados.

Metáfora científica[editar | editar código-fonte]

Para esta etapa, reveja o conteúdo da aula sobre "A metáfora científica". No artigo da Pesquisa FAPESP selecionado, identifique quais foram as metáforas científicas ou cientificamente inspiradas utilizadas e justifique esse uso a partir das indicações da aula. Analise em que medida contribuem ou dificultam o entendimento da ciência. Esteja logado.

O texto utiliza a palavra “desalinhar” no sentido de tirar de ordem, torcer e/ou girar. No radical da palavra temos “linha” que vem do contexto da geometria euclidiana, sendo uma metáfora já invisível. Com o prefixo “des” temos o sentido de contrário ou desfazer, assim temos o alinhar, um ordenamento e o desalinhar, que é uma desordem.


Também temos no texto o exemplo de uma palavra coloquial dentro do contexto científico: “folha”. Folha aqui é uma forma de visualizar como os arranjos do material são dispostos em 2D, dando exemplo de um objeto que pode ser considerado 2D em nosso cotidiano, a folha de papel.


Essas metáforas ajudam a visualização do que aconteceu na experimentação científica, dando uma forma do leitor imaginar como isso foi feito, mesmo sem vivenciar a experiência ou visitar ou laboratório ou outro ambiente de pesquisa.

Filosofia da ciência[editar | editar código-fonte]

Para esta etapa, reveja o conteúdo da aula sobre "Ciência e Filosofia". Discorra sobre em que medida o artigo da Pesquisa FAPESP que você selecionou coloca questões filosóficas e apresente exemplos extraídos do texto. Esteja logado.

A partir do texto é possível fazer algumas reflexões interessantes sobre a filosofia da ciência. O texto mostra que o resultado encontrado é relevante dentro da comunidade científica pois pode ser um avanço para que se encontre a fase líquido quântico de spin. Isso indica que a pesquisa está dentro da normalidade, na classificação feita por Kuhn, pois é uma pesquisa que continua e abre espaço para pesquisas semelhantes no mesmo ramo, que não contradiz o paradigma da física quântica, que surgiu no século XX.


Também há no texto uma colocação incorreta em termos filosóficos:  “ainda não foi irrefutavelmente observada em nenhum material.” Não se poderia ter uma observação irrefutável, pois ela não seria científica, segundo Popper, já que é necessário que as observações sejam falseáveis, passíveis de testes. Assim, não é possível dizer que algo é verdade absoluta, mas que não foi provado algo contrário ainda, ou, não foi falseado ainda, o que dá a ideia da dinamicidade da ciência.


Ainda, dentro da perspectiva de como se avança a ciência, temos nas palavras apresentadas pelo físico Gabriel Schleder: “ Esses efeitos são gerais, não valem apenas para um sistema específico, e ajudam na compreensão da teoria física fundamental por trás deles.” apresentado no texto. Essa frase demonstra a metodologia de indução, muito utilizado nas ciências, que é a ideia de argumentação que parte do específico para uma generalização. Essa ideia é muito questionada por alguns filósofos da ciência e é a base do que os filósofos positivistas defendem.

Referências