Introdução ao Jornalismo Científico/Metodologia e Filosofia da Ciência/Atividade/Poleramonique

Fonte: Wikiversidade

Nome da atividade[editar | editar código-fonte]

Esta seção apresenta a tarefa principal do Módulo 1 do curso de "Introdução ao Jornalismo Científico". A realização da tarefa é indispensável para o reconhecimento de participação no curso. Seu trabalho estará acessível, publicado no ambiente wiki, e será anexado ao certificado de realização do curso, quando finalizar todas as atividades. Tome cuidado de estar logado na Wikiversidade. Se não estiver logado, não será possível verificar o trabalho.

Descrição da atividade[editar | editar código-fonte]

Atuar no jornalismo científico é às vezes comparado ao de ser um tradutor, no jargão da área da comunicação um 'tradutor intersemiótico', que passa a linguagem de um campo para o de outro campo. Nesta atividade, vamos observar e analisar como isso foi feito em uma das principais publicações acadêmicas brasileiras, a Pesquisa FAPESP.

Você deverá selecionar um artigo na revista Pesquisa FAPESP. Estão acessíveis na página principal da publicação. Escolha um artigo sobre um tema de pesquisa - ou seja, que seja baseado em uma ou mais de uma publicação científica - e leia-o com cuidado. Responda às perguntas que seguem.

As respostas deverão ser publicadas nesta página individual. Apenas altere os campos indicados.

Nome de usuário(a)[editar | editar código-fonte]

Poleramonique

Link para a matéria selecionada[editar | editar código-fonte]

Nesta seção, você deverá colocar os links da matéria selecionada. Esteja logado.

Resumo da matéria[editar | editar código-fonte]

Para esta etapa, resuma a matéria em até 300 caracteres. Esteja logado.

A matéria aborda uma pesquisa realizada para comprovar o aumento de temperatura do oceano nas regiões abissais. Para a análise, foram instalados sensores no Altântico Sul entre 2009 e 2019, que realizavam medição de temperatura de hora em hora. Em média, constatou-se um aquecimento entre 0,02 e 0,04°C.

Análise da matéria[editar | editar código-fonte]

Para esta etapa, identifique e analise com base na matéria: o objeto e a metodologia (observação, hipótese, experimentação, análise e publicação) da pesquisa. Esteja logado.

Objeto: temperatura da região abissal do Oceano Atlântico Sul, a 1metro  do assoalho oceânico ao longo do paralelo 34,5° Sul, linha imaginária que circunda o globo e está próxima do Chuí (RS) e da Cidade do Cabo (África do Sul)

Metodologia: Com relação à metodologia, podem ser notados claramente os tópicos de observação, hipótese, análise e publicação. A observação consistiu na medição de temperatura das águas abissais (abaixo de 4000m de profundidade) do Atlântico Sul entre 2009-2019. O processo  foi realizado por meio de quatro sensores que mediram a temperatura da água de hora em hora durante dez anos. O resultado observado foi de um aquecimento entre 0,02 e e 0,04 °C. A hipótese de explicação deste para este fenômeno é de que o aquecimento das regiões abissais tem sido provocado por ação humana, isto é,  decorrente da emissão de gases de efeito estufa.

Ao realizar a análise dos dados obtidos, os oceanógrafos que participaram do estudo pontuam que nessa latitude do oceano circulam as correntes gélidas oriundas da Antártida, praticamente sem alteração de temperatura, uma vez que estas costumam ser estáticas nas regiões abissais. Assim, com o aquecimento da temperatura na atmosfera e o derretimento das geleiras, a água tem submergido mais quente.

Essa foi a publicação mais concreta sobre o assunto. Até o momento, apenas medições de frequência irregular haviam sido realizadas, o que não tornava possível concluir de forma mais substancial o real aquecimento da região abissal. Agora, com medições realizadas continuamente durante um considerável espaço de tempo, descartou-se a possibilidade de uma mudança irregular e/ou circunstancial.

Análise da pesquisa[editar | editar código-fonte]

Para esta etapa, acesse a(s) pesquisa(s) de origem, de base para o artigo na Pesquisa FAPESP, identifique e analise a seção metodológica. Em especial, explique em que medida o processo de pesquisa foi bem documentado no artigo que você selecionou. Esteja logado.

Artigo: MEINEN, C. S. et al. Observed ocean bottom temperature variability at four sites in the Northwestern Argentine basin: Evidence of decadal deep/abyssal warming amidst hourly to interannual variability during 2009-2019. Geophysical Research Letters. 9 set. 2020.

Análise :A seção metodológica descreve sobretudo a instalação dos sensores: desde o tipo utilizado, bem como a localização e questões de reinstalação e restauração necessárias para este tipo de equipamento. Apesar de ser essa uma parte imprescindível para a realização da pesquisa, é possível dizer que  não está explicitada na seção metodológica os motivos de escolha desta região específica do Atlântico Sul, nem como ocorreu o processo de instalação dos sensores, isto é, de que forma foram colocados na região abissal do oceano. Além disso, também não estão pontuados os motivos de escolha temporal de medição (1 vez a cada hora).

Sendo assim, pode-se dizer que a seção metodológica realiza uma descrição técnica dos aparelhos utilizados, isto é, como funciona a tecnologia empregada, porém não justifica os motivos da opção por esses equipamentos, nem descreve detalhadamente o processo metodológico da pesquisa.

Metáfora científica[editar | editar código-fonte]

Para esta etapa, reveja o conteúdo da aula sobre "A metáfora científica". No artigo da Pesquisa FAPESP selecionado, identifique quais foram as metáforas científicas ou cientificamente inspiradas utilizadas e justifique esse uso a partir das indicações da aula. Analise em que medida contribuem ou dificultam o entendimento da ciência. Esteja logado.

Não foram encontradas metáforas cientificamente inspiradas no artigo. A linguagem utilizada é técnica e literal.

Filosofia da ciência[editar | editar código-fonte]

Para esta etapa, reveja o conteúdo da aula sobre "Ciência e Filosofia". Discorra sobre em que medida o artigo da Pesquisa FAPESP que você selecionou coloca questões filosóficas e apresente exemplos extraídos do texto. Esteja logado.

Apesar da medição de temperatura do oceano na região abissal durante dez anos em períodos regulares ser uma pesquisa de magnitude inédita, pode-se dizer que não faz parte da construção de uma ciência “extraordinária”, ou seja, não quebra paradigmas, apenas avança a partir de metodologias e hipóteses já formuladas anteriormente. Essa afirmação pode ser atestada, por exemplo, na seguinte afirmação:

“Medições feitas nas últimas quatro décadas por instrumentos transportados por navios, capazes de registrar a temperatura ao longo de toda a coluna de água, ou, mais recentemente, aferições da temperatura das camadas mais superficiais dos mares feitas por satélites ou flotilhas de boias, já indicavam uma tendência de elevação. Esses dados, no entanto, geravam alguma desconfiança porque as medições nem sempre eram feitas nos mesmos pontos ou realizadas com intervalos de tempo suficientemente longos”

Sendo assim, compreende-se que este tipo de análise, em algum grau, já fora realizado anteriormente. Há aqui, portanto, um avanço dentro dos conceitos e paradigmas estabelecidos.

Além disso, pode-se dizer que  também está presente a noção de falseabilidade no trabalho. Isso porque, os pesquisadores admitem a que os resultados apresentados ainda necessitam maior tempo de observação, a fim de que possam ser melhor caracterizados, como está colocado no seguinte trecho:

“Os pesquisadores afirmam que ainda é necessário mais tempo de observação contínua nas águas abissais do paralelo 34,5° Sul – e também em mais locais do Atlântico e em outros oceanos – para se caracterizar melhor esse aquecimento e confirmar se, de fato, ele é decorrente das mudanças climáticas associadas à ação humana”

Em suma, pode-se dizer,  que  a pesquisa avança na comprovação da hipótese de aquecimento dos oceanos. Entretanto não descarta possibilidades de refutação, apresentando-se aqui o conceito de falseabilidade.

Referências