Introdução ao Jornalismo Científico/Metodologia e Filosofia da Ciência/Atividade/Volletfilho

Fonte: Wikiversidade

Nome da atividade[editar | editar código-fonte]

Esta seção apresenta a tarefa principal do Módulo 1 do curso de "Introdução ao Jornalismo Científico". A realização da tarefa é indispensável para o reconhecimento de participação no curso. Seu trabalho estará acessível, publicado no ambiente wiki, e será anexado ao certificado de realização do curso, quando finalizar todas as atividades. Tome cuidado de estar logado na Wikiversidade. Se não estiver logado, não será possível verificar o trabalho.

Descrição da atividade[editar | editar código-fonte]

Atuar no jornalismo científico é às vezes comparado ao de ser um tradutor, no jargão da área da comunicação um 'tradutor intersemiótico', que passa a linguagem de um campo para o de outro campo. Nesta atividade, vamos observar e analisar como isso foi feito em uma das principais publicações acadêmicas brasileiras, a Pesquisa FAPESP.

Você deverá selecionar um artigo na revista Pesquisa FAPESP. Estão acessíveis na página principal da publicação. Escolha um artigo sobre um tema de pesquisa - ou seja, que seja baseado em uma ou mais de uma publicação científica - e leia-o com cuidado. Responda às perguntas que seguem.

As respostas deverão ser publicadas nesta página individual. Apenas altere os campos indicados.

Nome de usuário(a)[editar | editar código-fonte]

Volletfilho

Link para a matéria selecionada[editar | editar código-fonte]

Nesta seção, você deverá colocar os links da matéria selecionada. Esteja logado.

Resumo da matéria[editar | editar código-fonte]

Para esta etapa, resuma a matéria em até 300 caracteres. Esteja logado.

O estudo reportado calculou o valor mínimo para um dos fatores de correção das equações de campo da relatividade geral, o que viabilizaria a gravidade quântica, permitindo unificar as duas teorias mais abrangentes da física. O valor obtido é muito próximo ao encontrado por meio da teoria de cordas, suscitando a possibilidade de esta apresentar validade.

Análise da matéria[editar | editar código-fonte]

Para esta etapa, identifique e analise com base na matéria: o objeto e a metodologia (observação, hipótese, experimentação, análise e publicação) da pesquisa. Esteja logado.

Objeto da pesquisa: Obter os fatores de correção das equações de campo da teoria da relatividade geral, visando encontrar alternativas para a unificação da relatividade e da mecânica quântica através do Modelo Padrão da Física de Partículas. Metodologia: Observação: Obter os fatores de correção pode permitir utilizar a teoria da relatividade geral (uma das teorias mais abrangentes da física) aplicada à mecânica quântica (a outra teoria mais abrangente da física), descrevendo a gravidade dentro do Modelo Padrão e criando uma Teoria Unificada para toda a física – um conjunto de princípios e leis que descreve as condições abrangidas por cada umas das anteriores. A técnica do S-matrix bootstrap já havia sido utilizada no passado junto à mecânica quântica, e utiliza princípios e postulados gerais para calcular propriedades da interação entre partículas. Hipótese: O estudo pretendeu verificar a possibilidade de obter um valor mínimo para um dos fatores de correção das equações de campo através da técnica S-matrix bootstrap. Se possível, isso seria equivalente a dar um novo passo em direção à unificação da física. Experimentação: Para viabilizar a técnica do S-matrix bootstrap, que demanda grande capacidade computacional foi adotado um modelo simplificado de realidade, baseado em uma versão dominante da teoria das cordas, e foi obtido um valor mínimo. Análise: o valor mínimo foi bastante próximo ao valor obtido para o parâmetro já calculado cerca de 30 anos antes usando as dez dimensões e a supersimetria propostas pela teoria de cordas de fato, o que seria um resultado surpreendente por poder significar que talvez a teoria de cordas, jamais corroborada por evidências experimentais, tenha aspectos válidos, o que poderia justificar sua revisitação. Nem toda a comunidade científica concorda com a interpretação dos resultados, visto que mesmo com esse cálculo, segue-se sem evidências experimentais da existência de supersimetria ou mesmo de outras dimensões além das quatro já verificadas pelas evidências experimentais vigentes. Publicação: Apesar da possibilidade de controvérsias, o artigo foi publicado na revista Physical Review Letters, uma das revistas mais respeitadas pela comunidade acadêmica da Física (“GUERRIERI, A. et al. Where is string theory in the space of scattering amplitudes? Physical Review Letters. v. 127, n. 8. 20 ago. 2021”).

Análise da pesquisa[editar | editar código-fonte]

Para esta etapa, acesse a(s) pesquisa(s) de origem, de base para o artigo na Pesquisa FAPESP, identifique e analise a seção metodológica. Em especial, explique em que medida o processo de pesquisa foi bem documentado no artigo que você selecionou. Esteja logado.

O artigo é do tipo “carta” (letter), por isso não apresenta uma seção específica de metoologia. Contudo, ao ler o artigo, a metodologia mostra-se bem mais específica, apresentando terminologia de teoria de campo e particularidades da descrição específica dos parâmetros que demandam conhecimento técnico da área mais aprofundado do leitor para completa compreensão. Considerando que o leitor leigo não teria condições de apreender o conteúdo do artigo sem conhecimento específico, considero que a tradução do conteúdo para uma linguagem menos técnica foi adequada e transmite dentro do possível a relevância dos resultados. Apesar disso, um leitor mais especializado precisaria buscar o artigo original para uma compreensão de como os resultados levam à interpretação apresentada.

Metáfora científica[editar | editar código-fonte]

Para esta etapa, reveja o conteúdo da aula sobre "A metáfora científica". No artigo da Pesquisa FAPESP selecionado, identifique quais foram as metáforas científicas ou cientificamente inspiradas utilizadas e justifique esse uso a partir das indicações da aula. Analise em que medida contribuem ou dificultam o entendimento da ciência. Esteja logado.

Diversas metáforas foram utilizadas ao longo do texto, permitindo evitar usar terminologia mais técnica e contribuindo para tratar de forma mais figurativa o assunto, que tecnicamente é bastante complexo. Seguem abaixo vário exemplos com breves explanações: “emenda numérica” – metáfora da linguagem comum (não é feita uma emenda nos números; ela expressa que a correção faz uma correlação entre as teorias, apresentada pela correção numérica). “portadoras da força gravitacional” – metáfora da linguagem comum (a força gravitacional não pode ser “portada, carregada” pelas partículas, mas na verdade manifestaria sua existência por meio da troca de grávitons entre as partículas). “a formulação da gravitação quântica, uma espécie de embrião de uma teoria de tudo” – metáfora cientificamente inspirada (a gravitação quântica não é um “embrião”, pois não representa uma fase de desenvolvimento de um organismo vivo, mas por representar os rudimentos da uma teoria que abrange por completo os fenômenos conhecidos e explicados por teorias que divergem, é comparada a um embrião no sentido de ser algo em desenvolvimento). “as partículas elementares da matéria, em vez de serem objetos pontuais, seriam filamentos microscópicos unidimensionais, semelhantes a cordas, que vibrariam em 10 dimensões do espaço-tempo” – metáforas de linguagem comum (as partículas não são “objetos” e nem “filamentos” ou “cordas” de fato, palavras estas que descrevem entidades do cotidiano). “perdeu terreno para outras abordagens” – metáfora de linguagem comum (a técnica não pode perder ou ganhar terreno, pois não é uma entidade física que possua um terreno a ela associado; na verdade seu “terreno” é a relevância a ela atribuída). “prever” – metáfora de linguagem cotidiana (os valores não são vistos antes ou depois, mas na verdade conhecidos). “adotar em seu trabalho um modelo” – metáfora de linguagem cotidiana (modelos são aplicados ou utilizados, não podem ser adotados – a ideia representa que foram incorporados e passaram a fazer parte do contexto, como uma criança adotada passa a fazer parte de uma família). “um novo impulso à teoria das cordas” – metáfora cientificamente inspirada (“impulso” é uma grandeza física associada a variação temporal da quantidade de movimento de um corpo quando sob determinada força, o que nesse caso significa contribuir para uma nova atribuição de importância para a teoria, que a teria perdido pela ausência de validação experimental). “fortalecer a teoria das cordas” – metáfora cientificamente inspirada (a teoria não pode exercer uma força sobre outras por não ser um ente físico, mas pode mostrar-se mais representativa das evidências experimentais).

Filosofia da ciência[editar | editar código-fonte]

Para esta etapa, reveja o conteúdo da aula sobre "Ciência e Filosofia". Discorra sobre em que medida o artigo da Pesquisa FAPESP que você selecionou coloca questões filosóficas e apresente exemplos extraídos do texto. Esteja logado.

O artigo apresentado trata de um tema bastante relevante em termos filosóficos para a física teórica, pois pode reiniciar a discussão sobre o potencial que a teoria de cordas apresenta para permitir a unificação das teorias mais abrangentes e importantes experimentalmente já validadas na física: a teoria quântica e a relatividade. O fato de uma abordagem que usa princípios da teoria de cordas gerar um resultado condizente com a própria teoria pode fortalecer a mesma. Contudo, uma teoria precisa ser passível de ser testada, de modo a verificar sua validade. Os testes já feitos não mostraram até hoje evidências da existência de pressupostos básicos da teoria de cordas, enquanto as teorias quântica e relativística têm se mostrado válidas dentro dos limites que apresentam hoje. Temos nisso um exemplo claro da questão da falseabilidade de Popper: as teorias quântica e relativística já demonstraram não explicar todos os fenômenos conhecidos, mas são sólidas dentro de determinados limites. A teoria de cordas explicaria as evidências experimentais abrangendo os limites de ambas, mas parte de princípios ainda não verificados experimentalmente. Essa possibilidade de verificar ou refutar as teorias faz com que a questão seja ainda controversa entre os pesquisadores da área, refletindo a relevância desse aspecto da ciência.

Referências