Wikinativa/Uarequena
Grupo: Mateus Lourenção, Tatiana Naomi, Geraldo Júnior, Min Koo Kang, Giovanna Fernandes e Matheus Pavan
Por: Geraldo Júnior
Os índios Werekenas (ou Uarequenas) vivem ao alto curso do Rio Negro e ao longo do Rio Xié. Sua história foi caracterizada pela exploração do trabalho extrativista e pela violência. Oriundos da família lingüística Aruak, hoje falam uma língua franca, o nheengatu, difundida pelos carmelitas no período colonial. Vivem na área conhecida como Noroeste Amazônico.
Uarequenas | |||
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População total | |||
3200 indivíduos | |||
Regiões com população significativa | |||
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Línguas | |||
Aruaque | |||
Religiões | |||
Protestante/Católica | |||
Grupos étnicos relacionados | |||
Campa, Curipaco, Apurinã, Uapixana, Machineri |
Localização
[editar | editar código-fonte]Os Uarequenas habitam no Noroeste do Amazonas, mais precisamente a Área Indígena Médio Rio Negro I, Médio Rio Negro II e Xié, bem como a Venezuela.
Mapa Interativo
[editar | editar código-fonte]Coordenadas 0.532615,-68.33102
História
[editar | editar código-fonte]Existem hoje, no rio Xié, nove comunidades: Vila Nova, Campinas, Yoco, Nazaré, Cumati, Tunu, Umarituba, Tucano e Anamuim. As comunidades que estão situadas à montante da cachoeira de Cumati são: Tunu, Umarituba, Tucano e Anamuim. No caso de Tunu, sua população vive majoritariamente em sítios pequenos, tais como Macuxixiri ou Cuati, indo para a comunidade apenas na época das festas de santo.
"Acima de Cucuí, o Rio Negro deixa o Brasil, passando a ser o limite entre Venezuela e Colômbia. À montante do canal do Casiquiari, que liga ao Orinoco, na Venezuela, o Rio Negro é denominado de Guaínia. O curso do Rio Negro entre a foz do Uaupés até a cidade de Santa Isabel é a área que atualmente concentra o maior contingente populacional de todo o noroeste amazônico. As cidades de Santa Isabel e, sobretudo, São Gabriel da Cachoeira atuam como pólos de atração de populações que antes viviam mais no interior, nas margens dos formadores do Rio Negro. O fluxo populacional das comunidades do interior do município em direção à cidade de São Gabriel se caracteriza pela busca de complementação do estudo escolar, trabalho remunerado, serviço militar e proximidade do comércio com preços mais acessíveis que os praticados pelos regatões e barcos de comerciantes que se deslocam pelos rios."
Língua
[editar | editar código-fonte]Os Werekenas falavam línguas da família Aruak, mas com a colonização, adotaram o nheengatu e, atualmente, esta língua representa uma marca de sua identidade cultural, porém, ainda assim, algumas comunidades do Alto Xié falam Werekena, utilizando-a situacionalmente.
"O nheengatu é uma forma simplificada do Tupi antigo, falado em grande parte do Brasil nos primeiros séculos da colonização portuguesa, foi adaptado e amplamente difundido pelos missionários jesuítas. Com o tempo e o predomínio do português como língua nacional, o nheengatu foi perdendo terreno, porém, continua vivo e muito usado na calha do Rio Negro, em seu curso médio e alto, inclusive em São Gabriel e em alguns de seus afluentes, como no Baixo Içana e no Rio Xié."
Vida Religiosa
[editar | editar código-fonte]As comunidades localizadas à jusante da cachoeira de Cumati têm uma população, majoritariamente, protestante, sob a influência da Missão Novas Tribos do Brasil. Nestas comunidades, não se bebe, nem fuma, o que significa dizer que não fazem mais “festas de caxiri”, nem dabucuris, nas quais a bebida e o tabaco são essenciais. Ali se realizam “Conferências”, que são as reuniões dos “crentes”. Porém, a maioria de seus habitantes costumam procurar os pajés e benzedores das comunidades católicas para as atividades de cura.
Da mesma forma que em muitas outras etnias indígenas, a religião e a língua local são os aspectos mais afetados pela choque cultural com o homem branco. Não existem mais comunidades indígenas cujas transformações culturais não tenham forte influência ocidental.
"As comunidades situadas à montante da cachoeira de Cumati – Tunu, Umarituba, Tucano e Anamuim – são católicas. Nas festas de santo, em junho, há grande abundância de bebida, comida, dança e rezas, por vários dias seguidos. As ladainhas são cantadas em latim, mantidas pela tradição oral desde os séculos XVIII ou XIX. Mas essa população também resguardou as tradições anteriores ao contato com os católicos, tais como a mitologia e os conhecimentos dos pajés.
A Igreja Católica nunca construiu uma Missão no Rio Xié, assim como existe em Assunção (Içana) e Taracuá, Iauaretê e Pari Cachoeira (Uaupés). Entretanto, os salesianos fazem sucessivas “visitas” ao Xié. Em 1992, quando perguntado ao morador mais idoso do rio, senhor Viriato Cândido, 97, o qual teria sido o primeiro padre que ele avistou nesse rio, ele respondeu: “padre Lourenço”, ou seja, Lourenço Giordano, um dos que implantaram a Missão Salesiana no Rio Negro em 1914; mas é bastante provável que a presença do catolicismo na região seja anterior.
A divisão religiosa do rio em duas partes coincide com uma divisão geográfica representada pela cachoeira de Cumati. No entanto, há casamentos entre pessoas “de cima” e “de baixo” da cachoeira e as relações sociais são geralmente amistosas."
Aspectos Culturais
[editar | editar código-fonte]Recentemente, voltaram a prática de ritos de iniciação dos jovens Warekena em que pintam-se os corpos com uma resina vegetal vermelho, chamada menina, simbolizando o sangue de Nápiruli. Segundo a tradição, o barro usado para fazer recipientes e potes foi depositado, em rios, pela cultura herói Mjupe Numana. O Warekena cerâmica mantém uma estreita relação com as crenças mágico-religiosas que regulam a sua fábrica. A introdução de panelas de metal tem causado uma diminuição na cerâmica.
Situação territorial
[editar | editar código-fonte]A área formada entre o Rio Xié e o alto curso do Rio Negro é ocupada pelos índios Baré e Werekena, sendo que mais de 60% dos índios do Xié se identificam como Werekena. São aproximadamente 140 sítios e povoados, onde residem cerca de 3.200 pessoas. A maioria da população vive em “comunidades”, como são chamados esses povoados na região, que geralmente são compostas de um conjunto de casas de pau-a-pique construídas em torno de um amplo espaço de areia limpa; uma capela (católica ou protestante); uma escolinha; e, eventualmente, um posto médico. Há comunidades que não possuem nada além das casas de moradia. Os principais povoados são Cucuí, Vila Nova e Cué-Cué.
Enlaces Externos
[editar | editar código-fonte]Povos Indígenas no Brasil - Warekena
Povos Indígenas no Brasil - Warekena
Povos Indígenas no Brasil - Vida Religiosa - Warekena
Povos Indígenas no Brasil - Línguas - Warekena
Povos Indígenas no Brasil - Localização e população - Warekena