Wikinativa/Wari
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Os Waris (ou Uaris) são uma tribo localizada no estado de Rondônia. Também são conhecidos pelo nome de Pakaa Nova,nome do rio onde foram avistados pela primeira vez. A palavra Uari significa nós, nome pelo qual preferem de ser chamados e são conhecidos pelos não-indígenas. Vivem atualmente aldeados no entorno de postos da Funai administrados pela Ajudância de Guajará-Mirim, Rondônia, e na Terra Indigena Sagarana,na junção dos rios Mamoré e Guaporé, administrada pela Diocese de Guajará-Mirim.
Waris | |||
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População total | |||
2721 (2006) | |||
Regiões com população significativa | |||
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Línguas | |||
Txapakura | |||
Religiões | |||
Xamanismo | |||
Grupos étnicos relacionados | |||
Caxararis, Paiteres, Aricapus, Aruás |
Localização
[editar | editar código-fonte]Os Waris, no final do século XIX, ocupavam regiões de bacias, igarapés, afluentes e cabeceiras de rios localizados no sudoeste da Amazônia. Ocupavam as regiões das bacias do rio laje e as Bacias do rio Ouro Preto, o igarapé da Gruta, o igarapé Santo André e o igarapé rio Negro, as afluente da margem direita do Mamoré e as afluentes do baixo e médio curso da margem direita do rio Pacaás Novos, e cabeceira do rio Ribeirão e rio Formoso. Nesse mesmo período ocorreu uma migração de parte da população para afluentes da margem esquerda do rio Pacaás Novos e para as margens do rio Dois Irmãos e rio Novo.
História
[editar | editar código-fonte]Os Wari foram mencionados pela primeira vez na história pelo Coronel Ricardo Franco em 1798, encontrados as margens do rio Pacaás Novos, de onde veio uma de suas denominações. Entretanto, até o início do século XX mantiveram-se isolados, possivelmente porque viviam em áreas de acesso difícil ou de pouco interesse econômico. Essa situação veio a mudar com o desenvolvimento do processo de vulcanização da borracha, que aconteceu em meados do século XIX, que provocou a busca por essa matéria prima nas florestas, até então muito pouco exploradas.
Conflitos
[editar | editar código-fonte]Os Wari costumavam guerrear com os povos vizinhos, em sua maioria os povos Tupi e Txapakura. Entre os inimigos mais citados pelos Wari, estão os tupi Karipuna e os Uru-Eu-Wau-Wau. Com a chegada dos seringueiros em suas terras, os conflitos passaram a ser direcionados a esses invasores. Essa guerra durou até a pacificação.
Pacificação
[editar | editar código-fonte]O primeiro contato pacifico com os Wari ocorreu em 1956, com a participação dos missionários da Missão Novas Tribos do Brasil.
O processo de pacificação foi motivado principalmente pelos intensos conflitos entre os Wari e os seringueiros, durou cerca de 10 anos (até 1969). Ela perdurou até que os últimos índios arredios fossem trazidos. Os Wari estavam dispersos na mata, e nesse periodo a epidemia exterminou algo por volta de dois terços da população.
Subgrupos
[editar | editar código-fonte]A palavra Wari não é propriamente um nome que disigna a tribo como um todo, a palavra “wari” significa a primeira pessoa do plural “nós”, que para os Wari tem o significado de 'ser humano', 'gente'. Por isso os Wari se dividem em diversas unidades étnicas, que chamaremos de subgrupos. Atualmente os subgrupos são os: OroNao, os OroEo, os OroAt, os OroMon, os OroWaram e os OroWaramXijein. Cada um desses grupos está relacionado a um território especifico.
Língua
[editar | editar código-fonte]Os Wari constituem um dos poucos remanescentes da família linguística Txapakura, dado que a maior parte dos falantes de línguas dessa família encontrava-se extinta já no início do século XX. Existem atualmente apenas quatro grupos da família linguística Txapakura, são eles: os Wari, os Torá, os Moré ou Itenes, que habitam na margem esquerda do rio Guaporé, um pouco acima da confluência com o Mamoré, em território boliviano, e os OroWin. Os últimos, encontrados em 1963 na região das cabeceiras do rio Pacaás Novos, foram exterminados por dois ataques dos brancos, não sobrando mais que doze indivíduos adultos e algumas crianças, aldeados hoje no Posto Indígena São Luis, no alto rio Pacaás Novos. Ainda existem indivíduos remanescentes entre a aldeia de Sagarana, o Posto Indígena Sotério e a cidade de Guajará-Mirim, que se dizem Cujubim, eles falam apenas alguns vocábulos, o bastante para identificarmos que se trata dessa família linguística.
Cosmologia e Religiosidade
[editar | editar código-fonte]As relações sociais dos Wari, que são marcadas pelo contraste entre a inimizade, causada pelas práticas de assassinato e canibalismo, e a sociabilidade, relacionada as trocas de comida, de cônjuges e a cooperação mutua, estende-se também às relações com outros seres. Várias espécies animais, alguns poucos vegetais e certos fenômenos da naturezas, são também considerados humanos por serem dotados de espírito.
Para os Wari, os espíritos dos mortos residiam em uma sociedade paralela localizada nas profundezas dos rios. Para eles o líder desse mundo dos mortos era um gigante chamado Towira Towira. Ele é considerado a causa ultima da morte dos integrantes do grupo, pois ele recebe os espíritos das pessoas quando estão gravemente doentes.
Aspectos Culturais
[editar | editar código-fonte]Canibalismo Funerário
[editar | editar código-fonte]Os Wari comiam tanto seus inimigos derrotados quanto seus parentes, embora essas duas formas sejam bastante distintas. Esses hábitos foram abandonados depois do contato com os brancos. Quando um integrante do grupo já se encontrava em doença grave o rito já era iniciado. Para os Wari, seus inimigos, animais, e algumas plantas são dotadas de alma, da mesma forma que a onça abate a sua caça e dela se alimenta, assim também seria o Wari diante de seus inimigos, a unica diferença entre um e outro é o corpo.
O Ritual
[editar | editar código-fonte]Situação territorial
[editar | editar código-fonte]Ligações externas
[editar | editar código-fonte]Referências
Comendo como gente: Formas de Canibalismo Wari - Aparecida Vilaça