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Os Cubeos (também conhecidos como Paniwa, Pamiwa, Kubeo, Cobewa, Kubéwa, Hipnwa, Kaniwa) são um povo indígena pertencente à família linguística Tukano Oriental. Por possuírem uma língua bem particular da família Tukano Oriental, dizem também que seu dialeto é o Tukano Central.

Relatórios indicam que a população de Cubeos varia entre 3.000 e 6.000 indivíduos, aproximadamente. Estima-se que, atualmente, haja por volta de 4.200 habitantes. Este povo habita a região do noroeste do estado brasileiro do Amazonas, abrangendo também países como Colômbia e Venezuela.

Cubeos
População total

4.200 (aproximadamente)

Regiões com população significativa
Vaupés (ou Uaupés)
Línguas
Tukano Central
Religiões
Crença no Ancetral-Anaconda
Etnia
Kubeo
Grupos étnicos relacionados
Arapaso, Bará, Barasana, Desana, Karapanã, Makuna, Miriti-tapuya, Pira-tapuya, Siriano, Taiwano, Tariana, Tatuyo, Tukano (Oriental), Tuyuka, Kotiria e Yuruti são os principais grupos étnicos da região que os Cubeos habitam


Localização[editar | editar código-fonte]

Coordenadas: 0.900842,-70.815125

Este povo se localiza, principalmente, na região do Vaupés, ao longo dos rios Cuduyarí e Querarí, território colombiano.

Confira o mapa interativo

História[editar | editar código-fonte]

O contato entre o povo Cubeo e os europeus teve início com a exploração desses territórios e, posteriormente em 1852 com o estabelecimento das missões jesuíticas ; contudo, o avanço dos brancos sobre o território, no início do século XX, apenas aumentou graças à exploração da borracha propiciada pela Primeira Guerra Mundial. Da mesma forma que outros povos da região, desde metade do século, os brancos voltaram às terras dos cubeos para extrair borracha, batata e peles de animais. Na mesma década, a missionária protestante Sofia Müller e o Instituto Linguístico de Verão iniciaram seu trabalho de evangelização no rio Cuduyarí, introduzindo à educação elementos culturais diferentes dos locais. Além disso, a economia da produção de drogas e entorpecentes afetou a vida dessas comunidades sem efeito final analisado.

Transformações culturais[editar | editar código-fonte]

Os missionários que chegaram às tribos do Vaupés as julgaram com os olhos de seu próprio povo e cultura (no caso, europeu e cristão). As malocas (casas) eram consideradas “antros licenciosos e promíscuos” (cavernas ilícitas e imorais), as festas e danças eram vistas como exemplos de “indecência e embriaguez”, os pajés eram “charlatões” que aliciavam o povo e o culto de Yurupari (religião amazônica) era dito como nada além de o “culto ao Diabo”. Sem nem tentar entender o que as danças, festivais e rituais significavam, os jesuítas começaram a destruir a civilização de Vaupés: queimaram malocas, destruíram ornamentos de penas, quebraram recipientes de caxiri, perseguiram pajés e expuseram Yurupari como o Diabo.

As pessoas das tribos dos Vaupés eram encurraladas em vilas com residências rigidamente ordenadas, uma para cada famílias; os filhos eram, forçadamente, retirados de suas próprias casas e parentes para serem colocados em escolas ou internatos, locais onde eram ensinadas a rejeitar os valores e modos de vida dos seus pais e antepassados, além de serem proibidos a falar suas línguas nativas, que lhes conferiam identidades múltiplas e interligadas.

Dança da Cruz[editar | editar código-fonte]

A Dança da Cruz foi um ritual realizado por pajés-profetas que se vestiram de padres. Este rito foi uma fusão dos rituais de caxiri e dabukuri tradicionais com elementos do catolicismo. A promessa era de que haveria libertação da opressão dos brancos e perdão dos “pecados” que acreditavam ser a causa das epidemias (doenças trazidas da Europa pelos colonizadores). Apesar dos missionários terem sido considerados destruidores da cultura indígena, também foram recebidos como fontes de bens manufaturados, defensores dos índios contra os piores abusos dos seringalistas e provedores de educação para as crianças viverem nas condições que existiriam dali em diante. Ao longo da primeira metade do século XX, a última maloca foi destruída; a religião oficial dos povos foi transformada na católica, apesar de haver um número crescente de evangélicos; e tem ocorrido uma crescente migração das tribos para São Gabriel, em busca de educação e emprego.

Língua[editar | editar código-fonte]

O idioma dos Cubeos é o chamado Tukano Central. Ele se diferencia do Tukano Oriental por algumas diferenças. Outra variação do idioma Tukano é o Tukano Ocidental. Essa língua passou a ser empregada como língua franca, o que permite a comunicação entre povos com línguas paternas bem diferenciadas e, na grande maioria, não compreensíveis entre si.

Cosmologia e Religiosidade[editar | editar código-fonte]

O princípio básico da cosmologia tukano combina conceitos de mobilidade, replicação da organização social em diferentes níveis da existência – corpo, comunidade, casa e cosmos, e organização análoga entre níveis diferentes da experiência. O universo é visto em três camadas básicas: céu, terra e “mundo inferior”, sendo que cada um é um mundo em si e tem seus próprios seres; esses mundos podem ser visto tanto de forma abstrata quanto concreta.

O Céu[editar | editar código-fonte]

O Céu pode ser entendido de várias formas. Pelos Cubeos, pode ser visto como o mundo do sol, da lua e das estrelas, o mundo dos pássaros que voam alto, o topo achatado das montanhas de onde descem as águas, o mundo do topo das árvores da floresta ou a cabeça enfeitada com um cocar de penas vermelhas e amarelas de arara, que são as cores do sol.

O Mundo Inferior[editar | editar código-fonte]

O mundo inferior, por sua vez, pode ser o Rio dos Mortos debaixo da terra, o barro amarelo debaixo da camada do solo onde se enterram os mortos ou o mundo aquático dos rios subterrâneos.

Explicação e exemplos[editar | editar código-fonte]

De qualquer forma, o que define céu e mundo inferior depende, não somente da escala e do contexto, mas da perspectiva também: de noite, o sol, o céu e o dia ficam sob a terra e o mundo inferior fica acima. Para demonstrar essa questão de perspectiva, há uma lenda sobre um homem que encontra o cadáver de uma mulher-estrela que caiu na terra quando fora enterrada pela família no céu. Para o homem, a mulher-estrela está viva na terra e o céu é onde ficam os espíritos dos mortos; para os seres do céu, as pessoas da terra que são espíritos dos mortos. Homologamente, o dia na terra corresponde à noite no céu. Simbolicamente, a maloca é o universo e o universo é a maloca. O teto de palha é visto como o céu, os esteios (sustentáculo) de suporte são as montanhas, as paredes são as cadeias de serras que parecem cercar a paisagem visível na beira do mundo e, sob o chão, corre o Rio dos Mortos. A maloca tem duas portas: uma a leste, que é para os homens, e uma a oeste, que é para as mulheres, e uma longa cumeeira (parte mais elevada de uma casa, na junção de duas águas no telhado) que segue de uma porta a outro, que simboliza o caminho do sol. Sob o solo, os rios subterrâneos correm do oeste para o leste, completando o circuito fechado da água. O Rio dos Mortos, por outro lado, corre do leste para o oeste.

Divindade dos Tukanos[editar | editar código-fonte]

Todos os grupos tucanos tem um mesmo ancestral-Anaconda. A maloca tanto é o universo quanto é um corpo; os filhos contidos no “corpo canoa” desse ancestral-Anaconda são as pessoas que habitam a casa, réplicas do ancestral original, receptáculos de futuras gerações e, eles mesmos, futuros ancestrais. Porém, dado que a maloca é um corpo humano, sua feição também é uma questão de perspectiva: do ponto de vista masculino, a frente (a porta dos homens) é o rosto de um homem, a porta é a boca, a viga mestra e as laterais são a sua coluna e costelas, o centro é o coração e a porta das mulheres o ânus; do ponto de vista das mulheres, a coluna, costelas e coração permanecem os mesmo, porém, sua porta é a boca, a porta dos homens é a vagina e o interior o ventre.

Dias atuais[editar | editar código-fonte]

Atualmente, porém, devido à influência dos colonizadores, a religião oficial é o catolicismo, o caxiri (cerveja de mandioca) e o dabukuri marcam eventos importantes nas vidas dos aldeões: expedições de pesca, trabalho coletivo em projetos comunitários, dias de santo do calendário católico, formaturas escolares, eventos esportivos, reuniões políticas e etc. As antigas festas, apesar de manterem o caxiri e o dabukuri, não incluem mais música nativa e flautas de pã, mas sim o forró e, diferente do moderado consumo de cachaça de antigamente, o álcool é consumido livremente, o que leva, com muita frequência, brigasse discussões por causa da embriaguez exagerada.

Yurupari[editar | editar código-fonte]

Yurupari é um ritual que faz uso de instrumentos musicais sagrados. São a expressão mais plena da vida religiosa dos índios, uma vez que englobam e sintetizam vários temas importantes, como ancestralidade, descendência e identidade grupal, sexo e reprodução, relação entre homens e mulheres, crescimento e amadurecimento, morte, regeneração e integração do ciclo de vida humano com o tempo cósmico. Diferentemente dos dabukuris e dos caxiris, que tem foco nas relações matrimoniais e familiares e relações inter grupais, respectivamente, os yuruparis tem foco nas relações intra grupos e identidade masculina. Cada flauta e trombete de tronco de palmeira pertencentes a cada grupo são entidades únicas e múltiplas ao mesmo tempo. Quando os instrumentos estão juntos e são tocados, o ancestral volta à vida, de modo que os que tocam os instrumentos assumem as identidades dos ancestrais de seu clã e entram em contato direto com seus respectivos originários. Esse processe anula a separação vigente entre passado e presente, mortos e vivos, ancestrais e descendentes, restabelecendo a ordem primordial dos mitos de origem. Em geral, os ritos envolvem um segmento de um ou um clã, que age como um grupo isolado do resto do mundo, podendo, assim, estabelecer a sua identidade como uma unidade coletiva, porém segmentada internamente por uma hierarquia.

Apesar de os instrumentos Yurupari poder ser visto e manuseado somente por homens adultos, segundo os mitos, originalmente, eram as mulheres quem os possuíam, enquanto os homens encarregavam-se das tarefas femininas. Um detalhe importante do mito é de que, enquanto as mulheres possuíam as flautas, os homens menstruavam e vice-versa. Esse ponto pode ser entendido como um discurso complexo e ambíguo sobre os respectivos poderes e capacidades de homens e mulheres. Isso implica que os órgãos reprodutivos e as capacidades reprodutivas complementares dos homens e das mulheres são simultaneamente idênticas e opostas.

Há dois tipos de ritual de Yurupari, um anual, mais sacralizado e elaborado que marca o início do ano, e outro realizado periodicamente durante o ano para marcar o amadurecimento de diferentes espécies de frutos e árvores. Normalmente, no segundos, comunidades irmãs presenteiam umas as outras com grandes quantidades de frutos silvestres. Os rituais de Yurupari mais grandiosos e que usam instrumentos diferentes e mais sacralizados estão vinculados aos movimentos solares da constelação de Plêiades; são realizados no fim do verão e começo da estação chuvosa, época de abundância dos frutos do mato. Neste, temas de crescimento, maturação, periodicidade, integração entre ciclos temporais humanos e cósmicos são mais elaborados. Porém, o foco maior, mesmo, é no crescimento e amadurecimento de jovens que passam por um processo de iniciação que os conduzirá à sua integração como adultos no grupo.

Ritual de Iniciação[editar | editar código-fonte]

Inicialmente, os meninos são separados de suas mães. Enquanto eles são trazidos para a extremidade masculina da casa, as mães são confinadas na extremidade feminina, longe da visão de seus filhos. Sob os cuidados de guardiões rituais e um kumu (xamã) oficiante, as crianças recebem ayahuasca para beber e são mostrados instrumentos Yurupari pela primeira vez. Então, os instrumentos são tocados sobre suas cabeças, corpo e genitais enquanto o kumu chicoteia o corpo e as pernas dos que estão sendo iniciados; tal ação transmite vitalidade e força espiritual dos ancestrais, o que faz com que os meninos cresçam resistentes, fortes e viris. Depois, os homens dão um banho nas crianças junto dos instrumentos no rio. A água que é despejada das flautas sobre as cabeças dos iniciados representa o ancestral-Anaconda vomitando as primeiras pessoas da sua boca e ao primeiro banho dos bebês depois de nascer. Porém, desta vez, o nascimento é, na verdade, um renascimento orquestrado pelos homens mais velhos; os jovens entram pela porta dos homens da mesma forma como o ancestral-Anaconda entrou no mundo através da porta da água no Leste. O ritual se encerra após os iniciados passarem um mês em um compartimento especial, longe da vista das mulheres. Os meninos são rigidamente supervisionados pelo kumu, tomam banho todos os dias, passam por uma dieta rigorosa e aprendem a fazer cestos. A reclusão se encerra com uma grande dança. Como prova de que estão prontos para se tornarem maridos e pais, os iniciados dão seus cestos às suas parceiras femininas que, em troca, pintam o corpo deles com tinta vermelha.

Da mesma forma que muitos ritos de iniciação, este é cheio de símbolos de morte, renascimento e regeneração. No começo, os meninos são pintados de preto e, ritualmente, mortos com doses de rapé de tabaco; depois de seu renascimento no rio, são mantidos em reclusão como recém-nascido e, então, emergem pintados de vermelho. No mito associado ao ritual, Yurupari, na forma de anaconda, os iniciados são engolidos e digeridos dentro de sua barriga, o que equivale ao período de reclusão, então os devolve a seus pais, vomitando-os como ossos. Para puni-lo, os pais incendeiam Yurupari para que ele morra, o que não acontece: sua alma sobe ao céu e, de suas cinzas, nasce uma palmeira, protótipo das frutas da floresta e matéria-prima dos instrumentos Yurupari.

Este conjunto de mito e ritual significa que a vida e a morte se sucedem de forma cíclica, como as estações do ano, e que os humanos atingem a imortalidade por meio de seus filhos, que o crescimento dos homens e das árvores resultam de um único processo e que, no final das contas, a fertilidade dos seres humanos e do cosmos estão interligados em um grande sistema. Ao expandir a maloca a proporções cósmicas, ao abolir as separações entre os seres humanos e o mundo dos espíritos e ao articular as capacidades reprodutivas de homens e mulheres, os rituais de Yurupari englobam e colocam e movimento boa parte da cosmologia descrita.

Aspectos Culturais[editar | editar código-fonte]

Festas e rituais[editar | editar código-fonte]

Ao longo do ano, há uma série de festas coletivas, cada uma com seus devidos cantos, danças e instrumentos musicais, que marcam eventos importantes no mundo humano e natural – nascimentos, iniciações, casamentos, mortes, derrubadas e plantios de roças, construção de casas, migrações dos peixes e pássaros, disponibilidade de frutas silvestres e outros alimentos colhidos. Tais rituais são chamados de “casas”, termo que significa evento-ritual, grupo de pessoas e mundo simbólico. Há três tipos de festas básicas: caxiris – festas de cerveja –, dabukuris – festas de troca ou intercâmbio cerimonial – e os Yuruparis – festas com flautas e trombones sagrados.

Caxiri[editar | editar código-fonte]

Fundamentalmente, ocasiões sociais quando uma comunidade convida os vizinhos para beber caxiri (cerveja) e dançar, como forma de agradecimento por alguma ajuda, como abertura de roça ou construção de casa nova, marcar nomeação de uma criança, casamento de mulher, etapa final de iniciação de um menino ou até mesmo para mero divertimento e melhora das relações sociais. Os principais dançarinos chamados são pagos em grande quantidade de caixiri preparado pela mulher do anfitrião. Usando cocares de penas e outros ornamentos, os dançarinos dançar a noite inteira em volta de um recipiente, cujo formato assemelha-se ao de uma canoa, de caxiri, sendo este o foco central da celebração. Por uma questão de honra, todo o caixiri deve ser consumido antes de os convidados irem embora pela manhã. Há dois tipos de dança: uma mais lenta e formal, que consiste nos homens se disporem em uma linha entrecruzada por mulheres, e outra mais rápida e informal, em que os homens dançam independentemente uns dos outros, cada um tocando uma flauta de pã como parte de um couro, tentando atrais a parceira de sua escolha. Entre as danças, os anfitriões e convidados sentam-se frente a frente para trocar presentes como coca e charutos, enquanto recitam cânticos coletivos, sobre seus antepassados, conduzidos por um especialista. O kumu se senta à parte, sobrando encantações sobre cuias de coca, tabaco e ayahuasca; então, oferece-as aos participantes da festa para protegê-los e permitir que os dançarinos vejam e experimentem em suas danças as viagens dos primeiros ancestrais e os eventos míticos que seus cantos e cânticos relatam.

Dabukuri[editar | editar código-fonte]

Enquanto os caxiris envolvem diferentes comunidades, os dabukuris são, principalmente, ocasiões que celebram e reforçam laços matrimoniais e familiares. Esta celebração é baseada no mito dos Barasana (outro grupo indígena). O ritual começa com a chegada dos convidados sendo recebidos como se fossem inimigos em potencial. Iniciando-se pela manhã, eles dançam e cantam do lado de fora. Pouco depois, sua entrada é permitida e, então eles desfilam dentro da maloca, vestidos com elegância e soprando trombetes de cerâmica ou embaúba. As dádivas são apresentadas aos anfitriões e, então, começa uma dança que durará o dia e noite inteiros. Conforme o dia passa, os anfitriões servem caxiri e vão se juntando à dança, diminuindo a distância que havia no início, até que, pela manhã, a dança se encera e todos comem em uma enorme refeição comunal como se fossem uma única comunidade integrada. Em termos cosmológicos, essas trocas estão intimamente ligadas aos ciclos de procriação e à disponibilidade sazonal de espécies de peixes e animais. As danças fazem referência, não só às dramatizações e movimentos relativos a peixes e pássaros migrantes como também garantem fertilidade continuada da natureza e disponibilidade das espécies das quais o grupo depende.

Identidade própria e grupal[editar | editar código-fonte]

Os kubeos são um grupo do grupo maior Tukano. Esse grupo tem uma religião comum de que são originários de uma Anaconda-ancestral, sendo cada sub grupo parte dessa grande divindade. Cada grupo tem a sua própria língua, conjunto particular de nomes pessoas, cantos de dança, genealogia e contos de sua origem. Esses elementos funcionam como símbolo que identifica cada um, afirmam direitos territoriais e privilégios rituais, bem como manifestam aspectos da vida, da alma e do espírito do grupo. Os grupos também são associados à produção de algum artefato – os kubeos, por sua vez, fabricam banquinhos –, que são trocados nos dabukuris, festas nas quais diferentes grupos se reúnem para dançar, beber caxiri, exibir ornamentos de penas, recitar linhagens de seus antepassados e trocar os produtos.

Organização Social[editar | editar código-fonte]

Os grupos Tukanos são patrilineares e exogâmicos, ou seja, os indivíduos pertencem ao grupo de seu pai e falam a sua língua, mas devem se casar com membros de outros grupos, idealmente falantes de outras línguas. Externamente, os grupos são equivalentes, mas distintos; internamente, porém, consistem em um número de clãs hierarquicamente ordenados. Os ancestrais desses clãs eram os filhos do primeiro ancestral Anaconda e a ordem de nascimento corresponde, que ordem de emergência do corpo de seu pai, determina a sua classificação: os clãs de posição mais alta são considerados irmão maiores pelos de posição mais baixa. Os “irmão maiores”, normalmente, vivem mais próximos do rio, enquanto, quanto mais baixa a posição, mais distante do rio fica. Analogamente, os clãs considerados cabeças a Anaconda encarregam-se de patrocinar os principais rituais, controlar os ornamentos de dança e os Yurupari; os clãs de posição mediana são especialistas em danças e cânticos e os de grau mais baixo, a cauda da Anaconda, são identificados como seminômades. Essas diferenças são bem destacadas nos ritos que enfatizam as relações hierárquicas de respeito.

Medicina tradicional[editar | editar código-fonte]

Não há registros específicos sobre a medicina tradicional da tribo Cubeo.

Situação territorial[editar | editar código-fonte]

Até o final da década de 1950, as tribos Tukano, incluindo Cubeo, sofreram etnocídio. A partir dessa época, os governos da região desse grupo étnico começou a ser substituído por linhas mais liberais e progressistas, o que concedeu maior liberdade a essas tribos. Como consequência, uma parcela tenta se manter mais tradicional aos costumes de seus antepassados, enquanto outra parcela vai às cidades tentar conseguir emprego, dinheiro e viver o modo de vida das cidades. No lado brasileiro, esse processo se iniciou nos anos 1980.

Fontes[editar | editar código-fonte]

Enciclopédia Barsa Universal.

Referências

Referências externas[editar | editar código-fonte]

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